Síndrome de Wiskott-Aldrich

PorJames Fernandez, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: jan. 2023
Visão Educação para o paciente

A síndrome de Wiskott-Aldrich é uma imunodeficiência que resulta de um defeito combinado de células B e T e se caracteriza por infecção recorrente, eczema e trombocitopenia.

(Ver também Visão geral das imunodeficiências e Abordagem ao paciente com distúrbios de imunodeficiência.)

A síndrome de Wiskott-Aldrich é uma imunodeficiência primária que envolve imunodeficiências humoral e celular combinadas.

A herança é recessiva ligada ao X. A síndrome de Wiskott-Aldrich é causada por mutações no gene que codifica WASP, uma proteína citoplasmática necessária à sinalização normal das células B e T. A trombocitopenia provavelmente ocorre por várias razões, como aumento da depuração plaquetária, trombocitopese ineficaz e/ou diminuição da sobrevida das plaquetas (1).

Como as funções dessas duas células estão comprometidas, desenvolvem-se infecções por bactérias piogênicas e microrganismos oportunistas, em particular vírus e Pneumocystis jirovecii. Infecções pelo vírus varicela-zóster e vírus do herpes simples são comuns.

Referência geral

  1. 1. Shcherbina A, Rosen FS, Remold-O'Donnell E: Pathological events in platelets of Wiskott-Aldrich syndrome patients. Br J Haematol 106(4):875–883, 1999. doi:10.1046/j.1365-2141.1999.01637.x

Sinais e sintomas da síndrome de Wiskott-Aldrich

As primeiras manifestações geralmente são hemorrágicas (normalmente diarreia sanguinolenta), seguidas por infecções respiratórias recorrentes, eczema e plaquetopenia.

Câncer, especialmente linfomas de células B (EBV+) e leucemia linfoblástica aguda, ocorrem em aproximadamente 10% dos pacientes com > 10 anos.

Diagnóstico da síndrome de Wiskott-Aldrich

  • Níveis de imunoglobulina

  • Contagem de plaquetas e avaliação do volume

  • Testes de função de leucócitos (p. ex., quimiotaxia de neutrófilos, função das células T)

O diagnóstico da síndrome de Wiskott-Aldrich se baseia em:

  • Diminuição na contagem e função das células T

  • Níveis elevados de IgE e IgA

  • Níveis baixos de IgM

  • Níveis baixos ou normais de IgG

  • Diminuição da citotoxidade das células NK

  • Quimiotaxia de neutrófilos prejudicada

Os anticorpos contra antígenos polissacarídicos (p. ex., antígenos dos grupos sanguíneos A e B) podem ser seletivamente deficientes; em geral, mede-se a resposta quantitativa da imunoglobulina a vacinas polissacarídicas (p. ex., vacina pneumocócica). As plaquetas são pequenas e defeituosas e sua destruição no baço está aumentada, causando plaquetopenia. Deve-se utilizar análise mutacional para confirmar o diagnóstico se houver evidências clínicas e laboratoriais da síndrome de Wiskott-Aldrich.

Exame genético é recomendado para parentes de 1º grau.

Como o risco de linfoma e leucemia aumenta, hemograma completo com diferencial geralmente é feito a cada 6 meses. Alterações agudas nos sintomas relacionados com uma disfunção das células B requerem uma avaliação mais profunda.

Tratamento da síndrome de Wiskott-Aldrich

  • O tratamento de suporte com imunoglobulina profilática, antibióticos e aciclovir

  • Para trombocitopenia sintomática, transfusão de plaquetas e, raramente, esplenectomia

  • Transplante de células-tronco hematopoiéticas

  • Terapia gênica

O tratamento da síndrome de Wiskott-Aldrich é com antibióticos profiláticos e imunoglobulina para evitar infecções bacterianas recorrentes, aciclovir para evitar infecções graves pelo vírus do herpes simples e transfusões de plaquetas para tratar sangramento. Se a trombocitopenia é grave, pode-se fazer uma esplenectomia, mas esta geralmente é evitada porque aumenta o risco de sepse.

A cura mais bem estabelecida é o transplante de células-tronco hematopoiéticas, mas a terapia genética está em estudo. Um pequeno estudo recente sobre terapia genética com células-tronco hematopoiéticas/progenitoras lentivirais em 8 pacientes com síndrome de Wiskott-Aldrich seguidos por até 7,6 anos demonstrou a resolução das infecções graves e eczema, e uma diminuição das doenças autoimunes e sangramento em todos os pacientes (1).

Sem intervenção agressiva com transplante ou terapia génica, a maioria dos pacientes morre aos 15 anos de idade; contudo, alguns sobrevivem até a idade adulta.

Referência sobre tratamento

  1. 1. Magnani A, Semeraro M, Adam F, et al: Long-term safety and efficacy of lentiviral hematopoietic stem/progenitor cell gene therapy for Wiskott-Aldrich syndrome [published correction appears in Nat Med 2022 Oct;28(10):2217]. Nat Med 28(1):71–80, 2022. doi:10.1038/s41591-021-01641-x

quizzes_lightbulb_red
Test your KnowledgeTake a Quiz!
Baixe o aplicativo  do Manual MSD!ANDROID iOS
Baixe o aplicativo  do Manual MSD!ANDROID iOS
Baixe o aplicativo  do Manual MSD!ANDROID iOS