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Síndrome linfoproliferativa ligada ao X

(Síndrome de Duncan)

PorJames Fernandez, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Reviewed ByBrian F. Mandell, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: out. 2024
Visão Educação para o paciente

A síndrome linfoproliferativa ligada ao X é um distúrbio de imunodeficiência que decorre de um defeito das células T e NK e se caracteriza por uma resposta anormal à infecção por vírus Epstein-Barr, provocando insuficiência hepática, imunodeficiência, linfoma, doença linfoproliferativa fatal ou aplasia de medula óssea. O diagnóstico é confirmado por exame genético. O tratamento é o transplante de células-tronco hematopoiéticas.

(Ver também Visão geral das imunodeficiências e Abordagem ao paciente com distúrbios de imunodeficiência.)

Síndrome linfoproliferativa ligada ao X (XLP) é uma imunodeficiência primária que envolve imunodeficiências celulares. Ela é causada por mutações em um gene no cromossomo X. É uma doença recessiva e, assim, se manifesta apenas em homens.

XLP tipo 1 é o tipo mais comum (cerca de 60% dos casos). Ela é causada por uma mutação no gene que codifica a proteína associada à molécula de sinalização de ativação de linfócitos (SLAM) (SAP, também chamada proteína 1A do domínio SH2 [SH2D1A] ou DSHP). Sem a SAP, os linfócitos proliferam-se desordenadamente em resposta ao vírus Epstein-Barr (EBV) e as células NK não funcionam.

XPL tipo 2 é clinicamente semelhante ao tipo 1 e predispõe à linfoistiocitose hemofagocítica, um distúrbio incomum que causa imunodeficiência em lactentes e crianças pequenas. XLP tipo 2 é causada por mutações em um gene que codifica a proteína inibidora da apoptose ligada ao X (XIAP).

Sinais e sintomas da síndrome linfoproliferativa ligada ao X

A síndrome linfoproliferativa ligada ao X costuma ser assintomática até que haver infecção por VEB. Então, a maioria dos pacientes desenvolve mononucleose infecciosa fulminante ou fatal, com insuficiência hepática (causada por células T citotóxicas que reagem às células B infectadas pelo VEB ou outras células teciduais).

Os sobreviventes da infecção inicial desenvolvem linfomas de célula B, anemia aplásica, hipogamaglobulinemia (lembrando a da imunodeficiência variável comum), esplenomegalia ou uma combinação desses distúrbios.

Diagnóstico da síndrome linfoproliferativa ligada ao X

  • Exame genético

Deve-se considerar o diagnóstico de síndrome linfoproliferativa ligada ao cromossomo X em homens jovens com infecção grave pelo vírus Epstein-Barr, linfoistiocitose hemofagocítica, história familiar sugestiva ou outras manifestações comuns.

O exame genético é o teste padrão ouro para a confirmação do diagnóstico (antes e depois da infecção por EBV e de os sintomas se desenvolverem), bem como o estado de portador. No entanto, exames genéticos podem levar semanas para serem concluídos, de modo que se faz outro teste se o diagnóstico precisar ser facilitado (p. ex., citometria de fluxo para avaliar a expressão da proteína SH2D1A).

Resultados sugestivos incluem

  • Diminuição da resposta de anticorpos aos antígenos (particularmente ao antígeno nuclear do EBV)

  • Respostas prejudicadas das células T proliferativa a mitógenos

  • Diminuição da função das células NK

  • Razão CD4:CD8 invertida

Esses achados são típicos antes e depois da infecção por vírus Epstein-Barr. Biópsia da medula óssea pode ajudar a confirmar a linfoistiocitose hemofagocítica.

Em sobreviventes, testes laboratoriais e de imagem são realizados anualmente para verificar linfoma e anemia.

Exames genéticos são feitos em parentes quando um caso ou portador é identificado em uma família. Recomenda-se o rastreamento pré-natal para a pessoa se for identificada na família uma mutação que causa XLP.

Tratamento da síndrome linfoproliferativa ligada ao X

  • Transplante de células-tronco hematopoiéticas

O tratamento da síndrome linfoproliferativa ligada ao cromossomo X consiste no transplante de células-tronco hematopoiéticas. Aproximadamente 75% dos pacientes morrem aos 10 anos de idade e todos morrem aos 40 anos, a menos que seja feito transplante de células-tronco hematopoiéticas. Cerca de 80% dos pacientes que recebem um transplante sobrevivem. O transplante é curativo se feito antes da infecção pelo vírus Epstein-Barr ou antes que outras doenças se tornem irreversíveis (1, 2).

Rituximabe pode ajudar a prevenir infecção grave por EBV antes do transplante.

Edição genética e terapia gênica mostraram resultados promissores precoces para pacientes com XLP (3).

Referências sobre tratamento

  1. 1. Coffey AJ, Brooksbank RA, Brandau O, et al: Host response to EBV infection in X-linked lymphoproliferative disease results from mutations in an SH2-domain encoding gene. Nat Genet 20(2):129–135, 1998. doi:10.1038/2424

  2. 2. Booth C, Gilmour KC, Veys P, et al: X-linked lymphoproliferative disease due to SAP/SH2D1A deficiency: a multicenter study on the manifestations, management and outcome of the disease [published correction appears in Blood 2011 Nov 3;118(18):5060. Pachlopnick-Schmid, Jana [corrected to Pachlopnik Schmid, Jana]]. Blood 117(1):53–62, 2011. doi:10.1182/blood-2010-06-284935

  3. 3. Houghton BC, Panchal N, Haas SA, et al: Genome Editing With TALEN, CRISPR-Cas9 and CRISPR-Cas12a in Combination With AAV6 Homology Donor Restores T Cell Function for XLP. Front Genome Ed 4:828489, 2022. doi:10.3389/fgeed.2022.828489

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