Visão geral da avaliação do idoso

PorRichard G. Stefanacci, DO, MGH, MBA, Thomas Jefferson University, Jefferson College of Population Health
Revisado/Corrigido: mai. 2022
Visão Educação para o paciente

    A avaliação do idoso normalmente difere da avaliação médica padrão. Para os pacientes idosos, especialmente os muito idosos ou frágeis, o levantamento da história e a avaliação física podem requerer 2 sessões, uma vez que os pacientes podem se fatigar. (Para saber mais sobre as recomendações para rastreamento de idosos, ver Prevenção de doenças em idosos.)

    Os idosos também têm diferentes problemas de saúde e frequentemente mais complicados, como múltiplas doenças que podem exigir o uso de muitos fármacos (às vezes chamado polifarmácia) e, portanto, maior probabilidade de prescrição de um fármaco de alto risco (ver tabela Fármacos potencialmente inapropriados em idosos).

    A detecção precoce dos problemas pode resultar em intervenção precoce que pode prevenir a degeneração e melhorar a qualidade de vida por meio de intervenções pequenas e relativamente de baixo custo (p. ex., mudança no estilo de vida). Assim, para alguns pacientes idosos, particularmente os frágeis ou os pacientes crônicos, é melhor utilizar a avaliação geriátrica multidimensional que inclui a determinação da função e da qualidade de vida, geralmente efetuada por uma equipe interdisciplinar.

    Distúrbios múltiplos

    Os pacientes idosos apresentam, em média, 6 distúrbios diagnosticáveis. Um distúrbio em determinado sistema pode enfraquecer outros sistemas, agravando a deterioração de ambos e induzindo incapacidade e dependência que podem causar a morte do indivíduo, sem não for efetuada a intervenção apropriada. Os múltiplos distúrbios dificultam o diagnóstico e o tratamento, e os efeitos das doenças podem ser agravados por desvantagem social (p. ex., isolamento), pobreza (quando os pacientes sobrevivem mais que suas reservas de recursos ou os parceiros de suporte), assim como por problemas funcionais e financeiros.

    Os médicos também devem prestar atenção a certos sintomas geriátricos comuns (p. ex., delirium, tontura, síncope, quedas, problemas de mobilidade, perda de apetite ou peso e incontinência urinária), visto que podem resultar de distúrbios de múltiplos sistemas de órgãos.

    É necessária a adequada integração nos casos de pacientes submetidos a tratamentos de múltiplos distúrbios (p. ex., repouso absoluto, cirurgia, fármacos); o tratamento de uma determinada doença não deve ocorrer negligenciando-se outra, uma vez que isso poder acelerar o declínio. Além disso, é necessário o monitoramento do cuidado para evitar consequências iatrogênicas. Por exemplo, com o repouso absoluto, o paciente idoso pode perder 1 a 3% da massa e força musculares a cada dia (causando sarcopenia e mobilidade reduzida acentuada) e os efeitos isolados do repouso absoluto podem resultar em morte.

    Diagnóstico tardio ou equivocado

    Doenças que são comuns em indivíduos idosos são geralmente analisadas de modo inadequado ou o diagnóstico ocorre tardiamente. Os médicos devem utilizar a história, avaliação física e exames laboratoriais simples para a triagem de pacientes idosos com doenças que ocorrem apenas, ou geralmente, em idosos (ver tabela); quando precocemente diagnosticadas, essas doenças podem ser tratadas com mais facilidade. O diagnóstico precoce normalmente depende da familiaridade dos médicos com o comportamento e história do paciente, inclusive do estado mental. Normalmente, os primeiros sinais de distúrbios físicos são comportamentais, mentais ou emocionais. Caso o médico ignore essas possibilidades e atribua esses sinais à demência, o diagnóstico e o tratamento podem ser tardios.

    Tabela

    Polifarmácia

    Deve-se revisar com frequência os fármacos controlados, de venda livre e drogas recreativas (incluindo maconha) do paciente, particularmente para procurar interações medicamentosas e uso de fármacos considerados inapropriados para pacientes idosos. Essa revisão é especialmente importante durante as transições de tratamento, quando é necessária conciliação dos fármacos para eliminar duplicação, fármacos não tomados e erros de dosagem e para identificar fármacos que podem não ser mais necessários.

    Problemas relacionados ao cuidador

    Ocasionalmente, os problemas dos pacientes idosos estão relacionados à negligência ou ao abuso do cuidador. Os médicos devem considerar a possibilidade de abuso do paciente, bem como o abuso do uso de fármacos pelo cuidador, se houver circunstâncias e achados sugerindo isso. Certos padrões de lesão ou comportamento do paciente são particularmente sugestivos, como

    • Hematomas frequentes, especialmente em áreas menos visíveis (p. ex., meio da coluna)

    • Hematomas por força de preensão no membro superior

    • Hematomas nas genitálias

    • Queimaduras peculiares

    • Medo inexplicável do cuidador no paciente

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