Fatores de risco para complicações da gravidez

PorAntonette T. Dulay, MD, Main Line Health System
Revisado/Corrigido: abr. 2024
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Alguns fatores de risco para complicações da gravidez já estão presentes antes de a mulher engravidar. Estes fatores de risco incluem

Alguns fatores de risco importantes são discutidos a seguir. Para outros quadros clínicos que podem complicar a gravidez, consulte Gravidez complicada por doença.

Características físicas

As seguintes características das mulheres afetam o risco durante a gravidez.

Idade

Aproximadamente 13% das gestações ocorrem em adolescentes (consulte também Gravidez na adolescência). As adolescentes correm um risco maior de apresentar os seguintes quadros clínicos, que frequentemente levam o bebê a nascer abaixo do peso (pequeno para a idade gestacional):

Parte do motivo desses riscos é que as adolescentes têm menos propensão de procurar assistência médica durante a gravidez. Além disso, elas são mais propensas a fumar cigarros ou usar outras substâncias e têm taxas mais elevadas de infecções sexualmente transmissíveis. (Utilizar preservativos pode ajudar a prevenir as infecções sexualmente transmissíveis.)

A idade avançada também é um fator nas complicações da gravidez. Mulheres com 35 anos de idade ou mais têm maior risco de ter:

Os filhos de mulheres com 35 anos de idade ou mais são mais propensos a ter defeitos congênitos, tais como defeitos cardíacos, estreitamento do esôfago (atresia esofágica), um defeito da uretra chamado hipospádia ou um defeito do crânio chamado craniossinostose.

À medida que a mulher envelhece, a importância de realizar aconselhamento e exames genéticos para detectar anomalias cromossômicas e genéticas aumenta. Em gestantes mais velhas, um ultrassom pode ser realizado para ajudar a determinar se o feto tem defeitos congênitos.

Peso

Mulheres com um índice de massa corporal (IMC) inferior a 19,8 (consulte a tabela Índice de massa corporal) antes de engravidar são consideradas abaixo do peso e estão mais propensas a apresentar

  • Bebês pequenos e abaixo do peso

Mulheres cujo IMC era entre 25 e 29,9 antes da gravidez (com excesso de peso) e mulheres cujo IMC é superior a 30 (com obesidade) estão mais propensas a ter os seguintes problemas:

Os médicos incentivam a maioria das mulheres a praticar atividade física pelo menos três vezes por semana, por um total de 150 minutos por semana. A mulher deve conversar com o médico sobre ganho de peso, dieta e exercícios adequados na consulta pré-natal inicial e periodicamente durante a gestação.

Anomalias dos órgão reprodutores

Anomalias estruturais no útero ou no colo do útero aumentam o risco de ter o seguinte:

As anomalias estruturais incluem útero duplo, miomas uterinos e um colo do útero fraco (insuficiência istmocervical) que tende a abrir (dilatar) conforme o feto cresce. Miomas ocasionalmente fazem com que a placenta fique mal localizada (um quadro clínico denominado placenta prévia), o trabalho de parto comece muito cedo (trabalho de parto prematuro) e causam abortos espontâneos. A insuficiência istmocervical aumenta o risco de um bebê nascer muito cedo (parto prematuro).

Problemas em uma gravidez anterior

Uma mulher que tenha tido algum problema em uma gravidez está mais propensa a ter o mesmo problema nas gestações seguintes. Esses problemas incluem qualquer um dos eventos a seguir:

Mulheres que tiveram um bebê com doença genética ou com defeito congênito estão mais propensas a dar à luz a outro bebê com um problema semelhante. É possível que a realização de exames genéticos dos pais e do bebê, mesmo se natimorto, seja indicada antes de se tentar engravidar novamente. Se essas mulheres engravidarem novamente, exames como ultrassom de alta resolução, biópsia das vilosidades coriônicas e amniocentese podem ajudar a determinar se o feto tem uma doença genética ou um defeito congênito. É possível que essas mulheres sejam encaminhadas a um especialista.

Ter tido cinco ou mais gestações aumenta o risco de trabalho de parto muito rápido e sangramento excessivo após o parto.

Distúrbios presentes antes da gravidez

Antes de ficar grávida, a mulher já pode presentar algum distúrbio que aumente o risco de ter problemas durante a gravidez. Essas doenças incluem

Mulheres que já tiveram algum desses distúrbios devem consultar um médico e tentar atingir o melhor estado físico possível antes de engravidar. Depois de engravidarem, é possível que elas precisem de assistência especial, que costuma ser prestada por uma equipe interdisciplinar. Essa equipe pode incluir um obstetra (que pode também ser um especialista no distúrbio), um especialista no distúrbio e outros profissionais de saúde (por exemplo, nutricionistas).

Doenças durante a gravidez

Durante a gravidez, é possível que surja um problema ou doença que faça com que a gravidez se torne de alto risco.

Alguns distúrbios que ocorrem durante a gravidez estão relacionados à gravidez (são complicações dela). Outras doenças não estão diretamente relacionadas à gravidez (consulte Gravidez complicada por doença). Determinados distúrbios têm mais probabilidade de ocorrer durante a gravidez por causa das diferentes alterações pelas quais o corpo da mulher passa durante este período.

Complicações da gravidez são problemas que ocorrem durante a gravidez. Elas podem afetar a mulher, o feto ou ambos e surgir várias vezes durante a gravidez. Por exemplo, complicações tais como placenta deslocada (placenta prévia) ou o descolamento prematuro da placenta do útero (ruptura prematura da placenta) podem causar hemorragia vaginal durante a gravidez. Mulheres com sangramento intenso têm o risco de perder o bebê ou entrar em choque e, se não forem tratadas imediatamente, podem falecer durante o trabalho de parto.

Outras complicações da gravidez incluem:

Gestação múltipla

Estar grávida de gêmeos ou mais fetos (gestação múltipla) aumenta o risco de ocorrer:

A gestação múltipla geralmente é detectada com ultrassom no primeiro trimestre. A incidência de múltiplas gestações tem aumentado; o uso de tecnologias de reprodução assistida tem contribuído significativamente para esse aumento. 

Exposições durante a gravidez

As substâncias e os quadros clínicos que aumentam o risco de defeitos congênitos são denominados teratógenos. Os defeitos congênitos têm mais propensão de ocorrer se a mulher for exposta a um agente teratogênico entre a 2ª e a 8ª semana de gestação (quatro a dez semanas após o último ciclo menstrual), porque é durante essa época que ocorre a formação dos órgãos do feto. Ocorre também um aumento do risco de haver um aborto espontâneo.

A exposição aos seguintes agentes durante a gravidez pode aumentar o risco de ter um bebê com um defeito congênito:

Infecções que são especialmente nocivas durante a gravidez incluem

Substâncias e medicamentos que podem aumentar o risco de apresentar defeitos congênitos incluem:

A exposição a altas temperaturas (> 39 °C [102 °F]), como em uma sauna ou banheira de hidromassagem, durante o primeiro trimestre, foi associada ao desenvolvimento de espinha bífida.

Mercúrio em peixes e frutos do mar

Consumir mercúrio em excesso que está presente em peixes e frutos do mar pode ser nocivo ao feto. Contudo, peixes e frutos do mar contêm nutrientes que são importantes para o crescimento e o desenvolvimento do feto e de lactentes. Por isso, a Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (Food and Drug Administration, FDA) tem as seguintes recomendações para as mulheres que estão grávidas, que podem engravidar ou que estão amamentando:

  • Nunca coma peixe-agulha do Golfo do México, tubarão, peixe-espada, atum patudo, peixe-olho-de-vidro laranja ou cavala.

  • Limitar o consumo de atum branco ou albacora a aproximadamente 4 onças (uma refeição média) por semana.

  • Antes de comer peixes de lagos, rios e áreas litorâneas da sua região, pesquise as advertências sobre a segurança desses peixes e se o teor de mercúrio nesses peixes é baixo; caso não exista um aconselhamento disponível, limite o consumo a aproximadamente 115 gramas (uma refeição média) por semana e não coma outros peixes e frutos do mar com alto teor de mercúrio na mesma semana.

  • Coma entre 220 e 340 gramas (duas ou três refeições médias) de vários tipos de peixes e frutos do mar que têm baixo teor de mercúrio.

Os peixes-agulha do Golfo do México têm os níveis mais elevados de mercúrio de todos os peixes (conforme analisados pela Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (Food and Drug Administration, FDA), mas os peixe-agulha do Oceano Atlântico podem ser consumidos com segurança.

Peixes e frutos do mar com baixo teor de mercúrio incluem linguado, camarão, atum enlatado em água, salmão, escamudo, tilápia, bacalhau e bagre (consulte Orientações para o consumo de pescado para pessoas que podem engravidar ou que estão grávidas ou amamentando e crianças entre 1 e 11 anos de idade).

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que o MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.

  1. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC): Doenças sexualmente transmissíveis durante a gravidez: Essa página na internet oferece links para fichas informativas sobre gravidez e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), dados estatísticos (incluindo links para a prevalência de vários tipos de ISTs e seu efeito sobre gestantes e seus bebês) e links para o tratamento de vários tipos de ISTs. Ela também fornece links para informações gerais sobre gravidez e ISTs.

  2. Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (Food and Drug Administration, FDA): ‬Orientações para o consumo de pescado para pessoas que podem engravidar ou que estão grávidas ou amamentando e crianças entre 1 e 11 anos de idade: Esse site fornece informações que podem ajudar as gestantes (bem como outras mulheres e os pais de crianças pequenas) a escolher peixes que são nutritivos e seguros para o consumo.

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