Ginseng

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Revisado/Corrigido: mar. 2024
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O ginseng costuma vir de duas espécies diferentes de plantas: o ginseng americano e o ginseng asiático. O ginseng americano é mais leve que o ginseng asiático. O ginseng encontra-se disponível em várias apresentações: raízes frescas e secas, extratos, soluções, cápsulas, comprimidos, cosméticos, bebidas e infusões.

O ginseng siberiano não é o ginseng verdadeiro e contém diferentes componentes ativos.

Os produtos à base de ginseng variam consideravelmente no que diz respeito à qualidade. Muitos contêm pouco ou nenhum princípio ativo detectável. Em pouquíssimos casos, alguns produtos à base de ginseng provenientes da Ásia foram misturados propositadamente com raiz de mandrágora ou com fenilbutazona ou aminopirina, medicamentos que foram retirados do mercado nos Estados Unidos por causarem efeitos colaterais inaceitáveis

(consulte também Considerações gerais sobre suplementos alimentares).

Alegações sobre o ginseng

O ginseng é usado, principalmente, para aumentar o rendimento físico e mental e para aumentar a energia e a resistência aos efeitos prejudiciais do estresse e do envelhecimento. O ginseng também é usado para melhorar o desempenho sexual, incluindo o tratamento da disfunção erétil. O ginseng pode reduzir os níveis de glicose no sangue e aumentar os níveis das lipoproteínas de alta densidade (high density lipoproteins, HDL), o colesterol bom. O ginseng pode também melhorar a função imunológica.

Evidências a favor do ginseng

Não há evidências convincentes de que o ginseng de fato melhora o desempenho mental em pessoas saudáveis ou em pessoas diagnosticadas com demência.

Um estudo mostrou que o ginseng não previne resfriados, mas encurta sua duração. Alguns estudos mostram que o ginseng pode melhorar levemente a função erétil.

Em outro estudo de grande porte, mas breve, o ginseng melhorou a qualidade de vida, de acordo com um relatório subjetivo. No entanto, é difícil avaliar a qualidade de vida (e alguns outros possíveis efeitos do ginseng, como a energia), porque isso é muito subjetivo. Em um estudo realizado com pessoas com diabetes, o ginseng reduziu os níveis de glicose no sangue e causou uma melhora no humor e na energia. Algumas evidências preliminares sugerem que o ginseng americano pode ajudar a aliviar as infecções das vias respiratórias.

Efeitos colaterais do ginseng

O ginseng tem um registro de segurança relativamente bom. No entanto, algumas autoridades recomendam limitar o uso do ginseng a três meses, por causa do possível desenvolvimento de efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais frequentes são o nervosismo e a excitação, com tendência a diminuir depois dos primeiros dias. É possível que ocorra uma redução na capacidade de concentração e nos níveis de glicose no sangue, que podem chegar a valores muito baixos (hipoglicemia). Outros efeitos colaterais podem incluir dor de cabeça, reações alérgicas e problemas do sono e digestivos, sensibilidade na mama e irregularidades menstruais. Uma vez que o ginseng tem um efeito semelhante ao do estrogênio, nem gestantes ou lactantes nem crianças devem tomá-lo.

Efeitos colaterais mais graves, como, por exemplo, crise de asma, hipertensão arterial, palpitações ou risco de arritmia cardíaca e hemorragia uterina no caso de mulheres na pós-menopausa foram relatados em algumas ocasiões. O sabor do ginseng é desagradável para muitas pessoas.

Interações medicamentosas com o ginseng

O ginseng pode interagir com medicamentos que previnem a formação de coágulos, aspirina ou outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticosteroides, digoxina, terapia de reposição de estrogênio, inibidores da monoamina oxidase (IMAO, usados para tratar a depressão) e com medicamentos que diminuem os níveis de glicose no sangue (medicamentos anti-hiperglicêmicos, usados para tratar o diabetes).

O ginseng também pode vir a aumentar os níveis sanguíneos de determinados medicamentos. Por exemplo, o ginseng pode aumentar os níveis de imatinibe (usado para tratar a leucemia) e de raltegravir (usado para tratar o HIV), causando toxicidade hepática.

Arritmias podem ocorrer caso o ginseng seja combinado com determinados medicamentos que afetam o ritmo cardíaco, como a amiodarona ou a tioridazina.

Recomendações para o ginseng

O ginseng não é recomendado porque não oferece nenhum benefício comprovado à saúde e tem algum risco de causar efeitos colaterais significativos e interações medicamentosas. Gestantes e lactantes não devem tomar ginseng.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health's National Center for Complementary and Integrative Health: Ginseng asiático

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