A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal (localizada no centro do cérebro), que regula o ciclo sono-vigília. A melatonina usada nos suplementos pode ser de origem animal, mas a maior parte é fabricada artificialmente. Em alguns países, a melatonina é considerada um medicamento e regulamentada como tal
(consulte também Considerações gerais sobre suplementos alimentares).
Alegações sobre a melatonina
A melatonina é utilizada principalmente para tratar a insônia e ajudar a minimizar os efeitos do jet lag ou do trabalho em turnos. As pessoas que atravessam fusos horários podem tomar melatonina no dia ou noite anterior à sua partida e por duas a quatro noites depois da chegada. Quem trabalha em turnos pode tomar melatonina antes de ir para a cama. Há pesquisas sendo realizadas com melatonina para ressincronizar o ciclo sono-vigília em pessoas que se encontram nas fases iniciais da doença de Alzheimer, bem como aquelas com transtorno afetivo sazonal (sentir-se deprimido nos meses do inverno).
A melatonina também é utilizada para controlar a ansiedade antes e depois de cirurgia; 80% das pessoas sentem ansiedade antes de fazerem uma cirurgia.
Evidências a favor da melatonina
Existem evidências que sugerem que os suplementos de melatonina podem influenciar o ciclo sono-vigília. Assim, suplementos de melatonina podem ajudar algumas pessoas com sintomas de jet lag ou insônia temporária e têm sido usados pelo prazo de até seis meses. No entanto, há poucas evidências de que a melatonina trate eficazmente a insônia crônica.
Efeitos colaterais da melatonina
Ela pode causar cefaleia, tontura, náusea, sonolência e depressão transitória. A melatonina pode aumentar a depressão existente. Não se sabe se a melatonina é segura quando usada por longos períodos. O melhor é tomar melatonina sob supervisão médica, sobretudo quando administrada a crianças. A melatonina pode causar um aumento das convulsões em pessoas com epilepsia. A melatonina pode vir a exacerbar doenças autoimunes. Além disso, a melatonina pode diminuir a fertilidade e não se sabe se a melatonina é de fato segura na gravidez ou durante a amamentação.
O teor de melatonina varia entre os produtos, e os rótulos nem sempre declaram com exatidão a quantidade de melatonina no produto.
Um número cada vez maior de pessoas está apresentando efeitos colaterais significativos da melatonina, às vezes exigindo hospitalização, incluindo pela ingestão acidental de melatonina por crianças.
A Academia Americana de Medicina do Sono recomenda que idosos com demência evitem tomar suplementos de melatonina. A melatonina pode permanecer ativa em idosos por mais tempo que em pessoas mais jovens e causar sonolência diurna.
Interações medicamentosas com a melatonina
A melatonina pode potencializar os efeitos da varfarina, o que aumenta o risco de hemorragia.
A melatonina pode aumentar os efeitos sedativos de determinados medicamentos, como, por exemplo, os benzodiazepínicos.
A melatonina pode diminuir os efeitos de medicamentos anticonvulsivantes e aumentar o risco de ter convulsões.
A melatonina pode aumentar os efeitos colaterais da metanfetamina.
Alguns medicamentos podem afetar os níveis de melatonina. Por exemplo, a fluvoxamina, estrogênios e antibióticos do tipo quinolona podem aumentar os níveis de melatonina. Por outro lado, alguns medicamentos (por exemplo, o anticonvulsivante carbamazepina e o antibiótico rifampicina) podem diminuir os níveis de melatonina.
Recomendações para a melatonina
As pessoas com problemas para dormir ou que querem tratar ou prevenir o jet lag podem tentar tomar melatonina, mas a maioria das pessoas, sobretudo aquelas que estiverem considerando tomar melatonina repetidamente, deve antes consultar o médico. A melatonina não deve ser tomada por pessoas com demência, epilepsia ou doenças autoimunes, mulheres tentando engravidar e pessoas que tomam varfarina.
Mais informações
Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
National Institutes of Health's National Center for Complementary and Integrative Health: Melatonina: O que você precisa saber