Fraturas do calcâneo

PorDanielle Campagne, MD, University of California, San Francisco
Revisado/Corrigido: dez. 2022
Visão Educação para o paciente

As fraturas calcâneas (osso do calcanhar) muitas vezes resultam de força intensa. O diagnóstico é feito por radiografia e, se necessário, ressonância nuclear magnética. O tratamento exige consulta ortopédica e colocação de gesso e às vezes cirurgia.

(Ver também Visão geral das fraturas.)

As fraturas do calcâneo são lesões graves, mas raras; respondem por apenas 1 a 2% de todas as fraturas. No entanto, se não diagnosticadas e tratadas imediatamente, podem resultar em incapacidade a longo prazo. Até 10% dessas fraturas não são identificadas na apresentação inicial no serviço de emergência.

Tipicamente, essas fraturas resultam de uma carga axial de alta energia no pé (p. ex., queda de altura sobre os calcanhares). Como essas fraturas exigem força intensa, costumam ser acompanhadas de outras lesões graves; 10% dos pacientes com fratura do calcâneo têm fratura toracolombar por compressão.

As fraturas de estresse também podem ocorrer no calcâneo, particularmente em atletas, como os corredores de longa distância.

As fraturas calcâneas podem ser intra-articulares.

Sinais e sintomas das fraturas do calcâneo

Normalmente, a área em torno do calcanhar e do da parte posterior do pé fica dolorosa e muito edemaciada. O paciente não pode descarregar peso sobre o pé.

Ocorre síndrome compartimental aguda em até 10% dos pacientes.

Diagnóstico das fraturas do calcâneo

  • Radiografias

  • Às vezes, TC

Se há suspeita de fratura do calcâneo, deve-se fazer radiografias que incluam incidências axial e lateral.

TC é feita se

  • As radiografias forem negativas, mas os achados clínicos sugerem uma fratura do calcâneo.

  • O ângulo de Bohler é < 20°.

  • São necessários mais detalhes sobre a fratura.

Imagens calcâneas
Ãngulo de Bohler
Ãngulo de Bohler

    O ângulo de Bohler é formado pela intersecção de uma linha traçada da face superior da tuberosidade posterior do calcâneo à superfície subtalar articular superior e uma linha traçada da superfície articular superior ao aspecto subtalar superior do processo anterior do calcâneo. Normalmente, o ângulo é 20 a 40°. Um ângulo de

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Imagem cedida por cortesia de Danielle Campagne, MD.

Fratura do calcâneo
Fratura do calcâneo

    Esta radiografia mostra uma fratura cominutiva do calcâneo.

Imagem cedida por cortesia de Danielle Campagne, MD.

O ângulo de Bohler é determinado na incidência lateral da radiografia. Esse ângulo é formado pela intersecção de uma linha traçada da face superior da tuberosidade posterior do calcâneo à superfície subtalar articular superior e uma linha traçada da superfície articular superior ao aspecto subtalar superior do processo anterior do calcâneo. Normalmente, o ângulo é 20 a 40°. Um ângulo de < 20° sugere fratura.

Dicas e conselhos

  • Se os pacientes tiverem dor e edema no calcâneo depois de uma carga axial de alta energia sobre o calcâneo, verificar o ângulo de Bohler na radiografia e também se há fratura toracolombar de compressão e síndrome compartimental.

Os médicos também devem verificar outras lesões, como fraturas toracolombares por compressão e síndrome compartimental.

Tratamento das fraturas do calcâneo

  • Consulta ortopédica

  • Gesso ou possivelmente cirurgia, dependendo do tipo de fratura

É necessária consulta ortopédica.

É controverso se as fraturas intra-articulares do calcâneo devem ser consideradas cirúrgicas ou não cirúrgicas.

Tratam-se sintomaticamente as fraturas extra-articulares do calcâneo com proteção, repouso (evitando descarregar peso), enfaixamento compressivo (que também fornece proteção), gelo e elevação (PRGCE). Quando o edema reabsorve, coloca-se o gesso.

Pontos-chave

  • Se fraturas calcâneas não forem diagnosticadas e tratadas precocemente, podem resultar em incapacidade a longo prazo.

  • Como essas fraturas geralmente resultam de uma carga axial de alta energia sobre o pé, outras lesões (p. ex., fratura toracolombar por compressão) também estão frequentemente presentes; outras complicações incluem a síndrome compartimental (em até 10%).

  • Diagnosticar com base nas radiografias e, se necessário, TC.

  • É controverso se o tratamento das fraturas calcâneas intra-articulares deve ser cirúrgico ou clínico.

  • Ao diagnosticar fratura do calcâneo, sempre verificar se há fratura toracolombar.

  • Tratar as fraturas calcâneas extra-articulares sintomaticamente com PRGCE, e a seguir aplicação de gesso.

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