Erupções e reações a fármacos

PorJulia Benedetti, MD, Harvard Medical School
Revisado/Corrigido: mai. 2024
Visão Educação para o paciente

Medicamentos e drogas ilícitas podem causar múltiplas erupções e reações cutâneas. As mais graves dessas são discutidas em outra parte deste Manual e incluem síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica, síndrome de hipersensibilidade, doença do soro, dermatite esfoliativa, angioedema, anafilaxia e vasculite induzida por medicamentos.

Aos medicamentos também se atribuem a causa de queda de cabelos, líquen plano, alterações pigmentares, eritema nodoso, lúpus eritematoso sistêmico, reações de fotossensibilidade, pênfigo e penfigoide.

Outras reações a medicamentos e drogas são classificadas pelo tipo de lesão.

Sinais e sintomas das erupções e reações a fármacos

Os sinais e sintomas variam de acordo com a causa e a reação específica (ver tabela Tipos de reações a fármacos e agentes causadores típicos).

Exemplos de erupções e reações a fármacos
Urticária
Urticária

Lesões de urticária (pápulas ou vergões) são placas migratórias, elevadas, pruriginosas e avermelhadas causadas por edema dérmico local.

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Foto fornecida por Thomas Habif, MD.

Erupção acneiforme
Erupção acneiforme

Esta foto mostra exantema acneiforme no tórax causado por tratamento com corticoides.

DR P. MARAZZI/SCIENCE PHOTO LIBRARY

Eritema morbiliforme
Eritema morbiliforme

Esta foto mostra uma erupção morbiliforme secundária ao uso de um medicamento.

Foto cedida por cortesia de Anar Mikailov, MD, FAAD.

Reação medicamentosa fixa
Reação medicamentosa fixa

Esta foto mostra uma placa roxa escura com discreto eritema e escama na periferia.

Foto cedida por cortesia de Karen McKoy, MD.

Tabela
Tabela

Inibidores do checkpoint imunológico comumente causam erupções medicamentosas ou sintomas cutâneos (1). Os mais comuns são:

  • Erupções cutâneas (p. ex., eczematosa, morbiliforme, liquenoide)

  • Vitiligo

  • Prurido

Exemplos menos comuns incluem:

Os riscos são maiores com combinações de inibidores do checkpoint imunológico. Quando se utilizam apenas agentes únicos, os riscos são maiores com inibidores do antígeno 4 associado ao linfócito T citotóxico (CTLA-4), seguidos pelos inibidores do receptor de morte programada 1 (PD1), e então pelos inibidores do ligante de morte celular programada 1 (PD-L1).

Referência sobre sinais e sintomas

  1. 1. Quach HT, Johnson DB, LeBoeuf NR, Zwerner JP, Dewan AK. Cutaneous adverse events caused by immune checkpoint inhibitors. J Am Acad Dermatol. 2021;85(4):956-966. doi:10.1016/j.jaad.2020.09.054

Diagnóstico das erupções e reações a fármacos

  • Avaliação clínica e história de exposição ao fármaco

  • Algumas vezes, biópsia da pele

A história detalhada pelo paciente é imprescindível para o diagnóstico, incluindo o uso recente de medicamentos de venda livre e drogas ilícitas. Como a reação pode ocorrer até vários dias ou até semanas após a primeira exposição o medicamento, é importante considerar todas as novos medicamentos e não somente o medicamento iniciado mais recentemente.

Nenhum teste laboratorial auxilia confiavelmente no diagnóstico, embora biópsia da pele afetada seja muitas vezes sugestiva.

A sensibilidade pode ser definitivamente estabelecida somente pela reexposição ao fármaco, o que é um procedimento perigoso, não ético, em pacientes com graves reações. Às vezes, testes de contato podem ser úteis em pacientes com erupções medicamentosas fixas.

Tratamento das reações e erupções farmacológicas

  • Suspender o medicamento suspeito

  • Algumas vezes, anti-histamínicos e corticoides

A maioria das reações a medicamentos é resolvida pela retirada do medicamento e não requer mais tratamento. Quando possível, compostos químicos não relacionados devem substituir os medicamentos suspeitos. Se não houver medicamento substituto e a reação é leve, é necessário continuar o tratamento sob rigoroso controle apesar da reação.

O prurido e a urticária podem ser controlados com corticoides tópicos e anti-histamínicos orais. Nas reações mediadas por IgE (p. ex., urticária), deve-se considerar dessensibilização quando há necessidade crítica de um medicamento.

Se ocorrer anafilaxia, o tratamento com adrenalina aquosa (1:1.000) 0,2 mL, por via subcutânea ou IM anti-histaminas parenterais e hidrocortisona solúvel 100 mg IV de ação mais curta, mas mais persistente, pode ser acompanhada de corticoides orais por um período curto.

Pontos-chave

  • Como os medicamentos podem causar uma grande variedade de reações, eles devem ser considerados como causas de quase toda reação cutânea inexplicada.

  • Basear o diagnóstico principalmente em critérios clínicos, incluindo história detalhada de medicamentos prescritos e de venda livre.

  • Interromper o fármaco causador suspeito e tratar os sintomas conforme necessário.

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