Eritema nodoso é uma forma específica de paniculite caracterizada por nódulos subcutâneos sensíveis, de cor vermelha ou violácea, e palpáveis, na região anterior das pernas e, ocasionalmente, em outras localizações. Em geral, ocorre com uma doença sistêmica de base, em particular infecção estreptocócica, sarcoidose, tuberculose e doença inflamatória intestinal. O diagnóstico baseia-se em avaliação clínica e, às vezes, biópsia. O tratamento depende da causa.
Eritema nodoso afeta principalmente indivíduos entre 20 e 30 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer idade; mulheres são mais acometidas.
Etiologia do eritema nodoso
A etiologia do eritema nodoso é desconhecida, mas suspeita-se de uma reação imunológicia em razão da associação frequente do eritema nodoso a outras doenças.
As doenças concomitantes mais comuns são
Infecção estreptocócica (principalmente em crianças)
Outros possíveis gatilhos são
Outras infecções bacterianas (p. ex., Yersinia, Salmonella, micoplasma, clamídia, hanseníase, linfogranuloma venéreo, tuberculosis)
Infecções fúngicas (p. ex., quérion, coccidioidomicose, blastomicose, histoplasmose)
Infecções virais (p. ex., hepatite B, vírus Epstein-Barr)
Fármacos (p. ex., sulfonamidas, iodetos, brometos e contraceptivos orais)
Cânceres hematológicos e sólido
Gestação
Mais de um terço dos casos de eritema nodoso é idiopático.
Eritema induratum, uma doença semelhante, se manifesta com lesões nas panturrilhas e classicamente afeta pacientes com tuberculose.
Sinais e sintomas do eritema nodoso
Eritema nodoso é um subgrupo da paniculite que se manifesta como nódulos ou placas eritematosos mais sensíveis, principalmente na região pré-tibial, frequentemente precedido ou acompanhado de febre, mal-estar e artralgia. As lesões podem ser detectadas mais facilmente por palpação do que inspeção e podem evoluir para áreas semelhantes a equimose ao longo de semanas.
Diagnóstico do eritema nodoso
Avaliação clínica
Biópsia excisional
O diagnóstico de eritema nodoso geralmente é feito pelo aspecto clínico, sendo confirmado por biópsia excisional de um nódulo, se necessário. O diagnóstico de eritema nodoso requer pesquisa rápida pesquisa quanto à causa. A avaliação pode incluir biópsia, testes cutâneos (tuberculina ou painel anérgico), anticorpos antinucleares, hemograma completo, radiografia de tórax e títulos seriados de antiestreptolisina O ou uma cultura orofaríngea. A velocidade de hemossedimentação costuma ser alta.
Tratamento do eritema nodoso
Cuidados de suporte
Fármacos anti-inflamatórios (raramente corticoides)
Eritema nodoso quase sempre regride espontaneamente. O tratamento consiste em repouso com as pernas elevadas, compressas frias e AINEs. Deve-se administrar iodeto de potássio, 300 a 500 mg por via oral 3 vezes ao dia para diminuir a inflamação. Corticoides sistêmicos são eficazes, mas devem ser utilizados com um último recurso porque podem exacerbar uma infecção oculta.
Se uma doença de base for identificada, deve-se tratá-la.
Pontos-chave
As causas mais comuns de eritema nodoso são infecções por estreptococos (principalmente em crianças), sarcoidose e doença inflamatória intestinal.
Diagnosticar o eritema nodoso principalmente pelo aspecto clínico, mas, quando necessário, extirpar um nódulo para confirmação por biópsia.
Tratar o eritema nodoso fornecendo suporte e usar AINEs ou iodeto de potássio conforme necessário até que a doença desapareça espontaneamente.