Considerações gerais sobre problemas gerais em recém-nascidos

PorArcangela Lattari Balest, MD, University of Pittsburgh, School of Medicine
Revisado/Corrigido: jan. 2024
VISUALIZAR A VERSÃO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

É possível que surjam problemas em recém-nascidos

  • Antes do nascimento enquanto o feto está crescendo

  • Durante o trabalho de parto e o parto

  • Após o nascimento

Aproximadamente 10% dos recém-nascidos precisam de cuidados especiais após o nascimento em decorrência de prematuridade, problemas de transição de feto para recém-nascido, baixos níveis de glicose no sangue, dificuldade em respirar, infecções ou outras anomalias. Os cuidados especializados costumam ser administrados em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).

Idade gestacional

A idade gestacional se refere ao número de semanas de gestação. Muitos dos problemas que afetam os recém-nascidos estão relacionados à idade gestacional porque ela reflete o grau de maturidade física do recém-nascido no momento em que ele nasce.

A idade gestacional é determinada contando o número de semanas entre o primeiro dia da última menstruação da mãe e o dia do parto. Esse período pode ser ajustado de acordo com outras informações que o médico receber, incluindo o resultado de exames de ultrassom iniciais, que oferecem outras informações sobre a idade gestacional. A estimativa da data em que o bebê nascerá (data provável do parto) é definida para a idade gestacional de 40 semanas. A data provável do parto é uma estimativa e apenas um pequeno número de bebês nasce nessa data exata. A maioria dos bebês nasce algumas semanas antes ou depois da data provável do parto.

Tomando por base a idade gestacional, o recém-nascido recebe a seguinte classificação

  • Prematuro: Nasceu antes da 37ª semana de gestação

  • A termo: Nasceu entre a 37ª e a 42ª semana de gestação

  • Pós-termo: Nasceu na 42ª semana de gestação ou após

O médico também usa os resultados de um exame físico e as características físicas do recém-nascido (consulte a barra lateral Características físicas de um recém-nascido prematuro) para confirmar a idade gestacional.

Problemas antes do nascimento

É possível que os problemas no recém-nascido tenham começado antes do nascimento.

Os problemas que surgem antes do nascimento podem estar relacionados a problemas de saúde da mãe que existiam antes da gravidez ou que surgiram durante a gestação ou podem estar relacionados a problemas de saúde do feto.

Receber cuidados médicos adequados durante a gestação pode ajudar a prevenir e diagnosticar muitos problemas na mãe e no feto. Gestantes podem aumentar suas chances de ter um bebê saudável tomando vitaminas pré‑natais, recebendo cuidados pré‑natais desde o começo da gestação e mantendo peso e dieta saudáveis (consulte também Autocuidados durante a gestação).

Problemas de saúde maternos

Se uma mulher tiver problemas de saúde que comecem antes ou durante a gravidez, isso pode afetar o feto e afetar a saúde da criança negativamente. Gestantes devem conversar com o médico sobre os riscos e benefícios de diferentes tratamentos para seus problemas de saúde específicos.

O diabetes, especialmente quando mal controlado, pode resultar em aumento do risco de defeitos congênitos ou problemas de crescimento em um feto (um bebê anormalmente pequeno ou um bebê anormalmente grande). Mulheres com diabetes que estão planejando engravidar ou que estão no início da gravidez devem consultar seu médico regularmente para tratamento e para garantir que o açúcar no sangue (glicemia) seja bem controlado. Bebês recém-nascidos de mães com diabetes podem ter níveis baixos de açúcar no sangue (hipoglicemia), o que precisa de tratamento urgente.

A epilepsia (um transtorno convulsivo) aumenta o risco de defeitos congênitos. O aumento desse risco se deve em parte aos medicamentos anticonvulsivantes que podem ser necessários para controlar as convulsões. Contudo, as convulsões da mãe também podem ser perigosas para o feto. Mulheres que estão planejando engravidar ou que estão grávidas devem conversar com seu médico sobre os riscos e benefícios de seus medicamentos anticonvulsivantes atuais e se os medicamentos devem ser continuados, alterados ou interrompidos durante a gestação.

A hipertensão arterial, a doença cardíaca e a doença renal podem reduzir o crescimento do feto e causar outras complicações. Mulheres que estão planejando engravidar ou que estão grávidas devem conversar com seu médico sobre os riscos e benefícios de seus medicamentos atuais para pressão arterial e se os medicamentos devem ser continuados ou alterados durante a gestação.

A hipertensão arterial é uma característica importante da pré‑eclâmpsia, que é um problema de saúde que ocorre durante a gestação em algumas mulheres. Ela pode causar problemas graves para a mãe e para o feto. Esse distúrbio pode causar um aumento grave na pressão arterial da mãe e pode afetar os rins, o fígado, o cérebro e outros órgãos da mãe. A placenta também pode ser afetada e a doença pode afetar o crescimento do feto ou fazer com que a placenta se desprenda da parede do útero. Para poder prevenir ou manejar essas complicações, é possível que o médico recomende fazer o parto prematuramente. Uma complicação grave da pré‑eclâmpsia é a eclâmpsia, que é o desenvolvimento de convulsões em uma mulher com pré‑eclâmpsia.

A asma normalmente não afeta o feto, desde que os sintomas da mãe estejam bem controlados. No entanto, algumas gestantes têm crises de asma frequentes ou graves que causam baixos níveis de oxigênio, o que pode fazer com que o feto não receba oxigênio suficiente. Nesses casos, as gestantes devem receber o tratamento adequado para proteger a si mesmas e ao feto.

Uma doença da tireoide que cause a redução do hormônio da tireoide (hipotireoidismo) pode provocar danos cerebrais no feto e dar origem a problemas neurológicos de longo prazo se não for diagnosticado logo após o nascimento. A doença da tireoide que causa nível elevado de hormônio da tireoide (hipertireoidismo) pode fazer com que o feto e o recém-nascido tenham uma glândula tireoide hiperativa. Nos Estados Unidos, a maioria dos estados exige que os recém-nascidos sejam triados para doença da tireoide.

Gestantes com anemia falciforme podem ter mais crises de anemia falciforme durante a gestação. Se a mãe ou o pai for portador do gene da anemia falciforme ou tiver anemia falciforme, existe um risco de que a criança tenha anemia falciforme. Fazer exames nos pais antes da gravidez pode determinar o risco de eles terem um filho ou filha com anemia falciforme. É possível detectar os genes que causam a anemia falciforme no feto durante a gestação, mas a doença apenas tem início vários meses após o nascimento.

Lúpus (lúpus eritematoso sistêmico) é uma doença autoimune. Durante a gravidez, o lúpus aumenta o risco de aborto espontâneo e prematuridade e pode causar uma frequência cardíaca anormalmente baixa no feto.

Uso de medicamentos e de substâncias pela mãe

Muitas mulheres se preocupam que tomar medicamentos durante a gestação possa ter efeitos negativos no desenvolvimento do feto. No entanto, mulheres que estão planejando engravidar ou que estão grávidas podem precisar tomar certos medicamentos para proteger sua saúde ou a saúde do feto. Geralmente, esses são medicamentos necessários para tratar um problema de saúde contínuo, como hipertensão arterial ou diabetes. As gestantes devem perguntar ao médico antes de começarem a tomar qualquer medicamento novo ou de trocar os medicamentos atuais.

Alguns medicamentos comuns que exigem receita e podem causar problemas para o feto incluem

Tabagismo ou exposição ao tabagismo passivo durante a gravidez podem reduzir o crescimento do feto. Gestantes não devem fumar e devem evitar ao máximo ser expostas a outras fontes de fumaça de cigarros.

O álcool é particularmente perigoso para o feto. As bebidas alcoólicas aumentam o risco de ocorrer aborto espontâneo, natimorto, crescimento inadequado do feto, prematuridade e defeitos congênitos. Um efeito especialmente devastador das bebidas alcoólicas é a síndrome alcoólica fetal, que causa incapacidade intelectual, do desenvolvimento e comportamental vitalícia. Não existe uma quantidade segura de consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação.

Os opioides, sejam medicamentos prescritos ou drogas ilícitas (como heroína, morfina, ópio, oxicodona, codeína, hidrocodona, fentanil, hidromorfona, meperidina, buprenorfina e metadona), afetam o crescimento do feto e podem causar sintomas de abstinência no recém-nascido a partir de algumas horas até vários dias após o nascimento. Gestantes devem ter conhecimento dos ingredientes de qualquer analgésico que elas tomem. Pessoas com transtorno de mau uso de opioides podem estar tomando metadona ou buprenorfina para tratar sua dependência de opioides. Gestantes que tomam esses medicamentos devem consultar regularmente um médico especialista no controle da dependência de substâncias durante a gestação. É possível que o recém-nascido com abstinência da metadona venha a precisar de um tratamento mais prolongado que o recém-nascido com abstinência de outros opioides.

A cocaína aumenta o risco de crescimento inadequado do feto e prematuridade. A separação prematura da placenta da parede do útero (descolamento prematuro da placenta) ocorre com maior frequência em usuárias de cocaína e pode resultar em feto natimorto ou falta de oxigênio e danos cerebrais no feto. Como a cocaína causa a constrição dos vasos sanguíneos, ela pode causar um acidente vascular cerebral ou causar danos a outros órgãos do feto.

Problemas fetais

Defeitos congênitos ou anomalias genéticas podem envolver quase qualquer parte do corpo. O ultrassom pré-natal ou testes genéticos do feto são usados para diagnosticar muitos desses defeitos antes do nascimento.

Problemas após o nascimento

Alguns recém-nascidos, sobretudo os prematuros, têm problemas que se desenvolvem ou são descobertos após o nascimento. Os distúrbios podem afetar diversos sistemas orgânicos.

Alguns distúrbios que afetam os pulmões e a respiração incluem

Alguns distúrbios que afetam o sangue incluem

Alguns distúrbios que afetam os hormônios incluem

Alguns distúrbios que afetam o trato gastrointestinal e o fígado incluem

Existem quadros clínicos que afetam outros sistemas orgânicos do recém‑nascido, como a retinopatia da prematuridade, que afeta os olhos de alguns recém‑nascidos prematuros.

Diagnóstico

  • Antes do nascimento, um ultrassom, exames de sangue e, às vezes, exames de imagem

  • Depois do nascimento, diversos exames

Alguns problemas em recém-nascidos podem ser diagnosticados antes do nascimento se a mãe estiver recebendo cuidados pré-natais em intervalos regulares. Outros problemas são diagnosticados após o nascimento.

Fazer o diagnóstico de problemas antes do nascimento é especialmente útil no caso de fetos que têm determinados defeitos congênitos. Os pais podem planejar com seu médico o parto em um hospital capaz de fornecer um nível mais elevado de cuidados ao recém-nascido, incluindo uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).

Exames diagnósticos antes do nascimento (cuidados pré-natais)

Um ultrassom é feito durante a gestação para detectar muitos problemas e monitorar o crescimento e o desenvolvimento do feto. O ultrassom ajuda o médico a detectar anomalias no útero, confirmar a idade gestacional, identificar se são gêmeos ou trigêmeos (ou mais fetos), detectar certos defeitos congênitos e determinar o sexo do feto. Conhecer a idade gestacional do feto ajuda o médico a acompanhar o crescimento fetal e a saber o que é normal em cada estágio da gravidez. A identificação de defeitos congênitos ajuda os pais e médicos a saber o que esperar, fazer planos para a gravidez e se preparar para problemas que possam surgir após o nascimento. Contudo, a exatidão da ultrassonografia não é de 100%. Alguns bebês nascem com defeitos congênitos que não foram detectados durante a ultrassonografia.

Existem vários tipos de exames de sangue de triagem que podem ser feitos para detectar anomalias genéticas e outras anomalias no feto durante a gestação. Esses exames costumam ser realizados durante o primeiro ou segundo trimestre. Um tipo de exame de sangue é chamado de ácido nucleico fetal livre (cfDNA). Para o teste cfDNA, são analisados pequenos fragmentos do DNA do feto, que estão presentes em quantidades minúsculas no sangue da gestante. Os resultados do teste podem ser anômalos se o feto tiver uma anomalia genética, como a Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), trissomia do cromossomo 18 ou outras anomalias específicas.

Outros tipos de exames de sangue podem ser feitos para medir os níveis de certos hormônios e proteínas (consulte Triagem do primeiro trimestre e consulte Triagem do segundo trimestre). Os resultados do teste podem ser anômalos se o feto tiver uma anomalia genética, como a Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), trissomia do cromossomo 18, um problema com a formação da medula espinhal chamado espinha bífida ou certas outras anomalias.

Se os resultados do ultrassom e do exame de sangue indicarem um possível problema com o feto, o médico pode fazer outros exames nas células do feto usando amostras coletadas do líquido amniótico com uma agulha (amniocentese), placenta (amostragem de vilosidades coriônicas) ou do cordão umbilical (amostragem percutânea de sangue umbilical [cordocentese]). Alguns pais com maior risco de ter um bebê com anomalias genéticas (com base nos resultados de testes genéticos dos pais ou com base na idade materna mais avançada) podem decidir realizar amniocentese ou amostragem de vilosidades coriônicas sem antes realizar exames de sangue de triagem.

Um ecocardiograma fetal, um exame detalhado do coração que utiliza um aparelho de ultrassom especializado, pode ser realizado para detectar determinados defeitos cardíacos.

Ressonância magnética (RM) pode ser usada para avaliar com mais detalhes algumas anomalias no feto que foram inicialmente detectadas no ultrassom. O exame de RM pode fornecer mais informações sobre uma anomalia e pode ser útil na hora de examinar as opções de tratamento.

A fetoscopia é um exame invasivo que raramente é realizado. Para esse exame, o médico insere um pequeno tubo de visualização (endoscópio) no útero. No início da gestação, é possível que o endoscópio seja inserido através do colo do útero da mãe. Quando a gestação está mais avançada, o endoscópio é inserido através de uma pequena incisão no abdômen da mãe e então através de outra incisão no útero. O endoscópio permite ao médico visualizar diretamente a placenta e o feto para identificar (e, às vezes, tratar) o distúrbio do feto.

Diagnóstico após o nascimento

Após o nascimento, enfermeiros e médicos realizam um exame físico de rotina, medem os níveis de oxigênio no sangue e realizam exames preventivos de rotina. Outros exames, incluindo exames de sangue, raios X, ultrassom e outros, podem ser feitos se o bebê tiver exames com resultados anormais.

Outros exames são necessários se o feto ou a mãe tiverem um problema de saúde conhecido ou se houve uma complicação durante o processo de nascimento.

Dependendo da idade gestacional, o recém-nascido é classificado como prematuro, a termo, a termo tardio ou pós‑termo.

Exames adicionais também podem ser necessários se o recém-nascido estiver fora do intervalo normal de peso ou tamanho. Os recém-nascidos são classificados em três grupos, dependendo de quanto pesem em comparação com outros recém-nascidos com a mesma idade gestacional. Esses três grupos são

  • Adequado para a idade gestacional (AIG): Esse bebê se encontra entre o 10º e o 90º percentil de peso, o que significa que ele faz parte do grupo de 82 bebês cujo peso fica entre os dois primeiros grupos

  • Pequeno para a idade gestacional (PIG): Inferior ao 10º percentil de peso, o que significa que de cada cem bebês nascidos com uma determinada idade gestacional, esse bebê se encontra no grupo dos nove cujo peso é mais baixo

  • Grande para a idade gestacional (GIG): Superior ao 90º percentil de peso, o que significa que de cada cem bebês nascidos com uma determinada idade gestacional, esse bebê se encontra no grupo dos nove cujo peso é mais alto

As classificações de idade gestacional e peso ajudam o médico a definir o risco de ocorrer diversas complicações. Por exemplo, recém-nascidos prematuros correm um risco maior de ter problemas respiratórios porque seus pulmões podem não ter se desenvolvido completamente. Os recém-nascidos grandes para a idade gestacional podem ter risco maior de ter baixos níveis de açúcar (glicose) no sangue.

Tratamento

A discussão do tratamento médico de distúrbios específicos em recém‑nascidos se encontra em outra parte.

Muitos problemas de saúde em recém-nascidos são pequenos e se resolvem espontaneamente ou precisam de cuidados de acompanhamento no consultório médico nas semanas após o nascimento. Alguns recém-nascidos têm problemas mais graves. Os recém-nascidos (neonatos) que são prematuros ou têm problemas sérios de saúde são tratados em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), onde esse nível de cuidado está disponível.

Unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN)

As UTINs são instalações especializadas que reúnem a equipe médica e a tecnologia necessárias para cuidar de recém-nascidos com diversos distúrbios. Esses recém-nascidos podem precisar de cuidados especializados devido a

A equipe da UTIN costuma ser liderada por neonatologistas (pediatras com formação especializada para lidar com os problemas de recém-nascidos). A maior parte dos cuidados é administrada por enfermeiros neonatais especializados. A equipe também pode incluir pediatras, fisioterapeutas respiratórios, assistentes sociais, farmacêuticos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outros profissionais especializados. Muitas UTINs também contam com médicos que estão fazendo residência e alunos. Dependendo dos cuidados necessários ao recém-nascido, subespecialidades clínicas e cirúrgicas também estão frequentemente envolvidas.

Na UTIN, o recém-nascido recebe cuidados dentro de uma incubadora ou um berço aquecedor irradiante que tanto mantém o bebê aquecido como permite à equipe observá-lo e administrar tratamento. Os recém-nascidos geralmente são conectados a monitores que medem continuamente sua frequência cardíaca, respiração, pressão arterial e nível de oxigênio no sangue. É possível que cateteres sejam colocados dentro de uma artéria ou veia que percorre o cordão umbilical do bebê para permitir o monitoramento contínuo da pressão arterial, a coleta repetida de amostras de sangue e para administrar hidratação e medicamentos.

As instalações da UTIN variam muito. Algumas UTINs são formadas por alas nas quais muitos bebês compartilham uma área grande, algumas contam com módulos com alguns bebês naquela área e algumas contam com quartos particulares para a família e o bebê. Independentemente da disposição, a equipe da UTIN dá enfoque a atender à necessidade que os pais têm de ter tempo e privacidade para se familiarizar com o recém-nascido, conhecer a personalidade dele, suas preferências e, em última análise, aprender sobre algum cuidado especial que precisará ser prestado em casa. O horário de visitação varia, mas ele costuma de flexível para que a família possa passar o máximo de tempo desejado junto ao recém-nascido. Alguns hospitais oferecem acomodações onde os pais podem dormir no próprio hospital ou nas cercanias. Muitas UTI neonatais têm câmeras, o que permite que os pais vejam seu bebê mesmo quando não podem estar presentes na UTI neonatal.

Às vezes os pais acham que têm pouco a oferecer ao seu recém-nascido em uma UTIN. Contudo, sua presença, incluindo o contato físico, falar com eles e cantar para eles, é muito importante. Os recém-nascidos ouvem a voz dos pais mesmo antes do nascimento e estão acostumados com ela, assim, eles com frequência respondem melhor às tentativas dos próprios pais de acalmá-los. O contato pele a pele (também conhecido como método canguru), no qual é permitido ao recém-nascido ficar deitado diretamente sobre o peito da mãe ou do pai, é reconfortante para o recém-nascido e favorece a criação de laços afetivos.

O leite materno reduz significativamente os riscos de ocorrer enterocolite necrosante (uma doença intestinal grave que pode ocorrer em bebês prematuros) e infecções em bebês prematuros, além de oferecer uma ampla gama de benefícios de saúde para todos os bebês (consulte Benefícios da amamentação). A equipe da UTI neonatal incentiva enfaticamente as mães a amamentarem diretamente ou fornecerem leite materno em uma mamadeira quando o estado do bebê permitir. Dependendo da idade gestacional e dos problemas médicos, os bebês em uma UTI neonatal podem não ser capazes de amamentar ou beber leite materno de uma mamadeira; mas, na maioria dos casos, eles ainda podem receber leite materno através de uma sonda de alimentação que é colocada no nariz e vai para o estômago. Bebês prematuros não conseguem sugar corretamente e não conseguem coordenar os atos de sugar, engolir e respirar. O bebê a termo que está na UTIN pode ter problemas respiratórios ou outras doenças que impossibilitam a amamentação. Porém, como o leite materno é claramente o melhor alimento para recém‑nascidos, as mães são incentivadas a bombear o leite materno para que ele possa ser dado ao bebê através de uma sonda de alimentação ou possa ser guardado para uso posterior.

A equipe da UTIN sabe que os pais precisam estar sempre atualizados sobre o estado do bebê e o curso esperado, o plano de cuidados e a data de alta esperada. Ter conversas frequentes com os enfermeiros e a equipe médica é algo benéfico. Muitas UTINs também contam com assistentes sociais que ajudam na comunicação com os pais e os ajudam a conseguir assistência familiar e médica.

quizzes_lightbulb_red
Test your KnowledgeTake a Quiz!
ANDROID iOS
ANDROID iOS
ANDROID iOS