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Crescimento físico de lactentes e crianças

PorEvan G. Graber, DO, Nemours/Alfred I. duPont Hospital for Children
Reviewed ByAlicia R. Pekarsky, MD, State University of New York Upstate Medical University, Upstate Golisano Children's Hospital
Revisado/Corrigido: jan. 2025 | modificado fev. 2025
Visão Educação para o paciente

O crescimento físico é avaliado pela aquisição de peso e altura apropriados e pelo aumento de todos os órgãos (exceto o tecido linfático, que diminui de tamanho). O crescimento do nascimento à adolescência ocorre em 2 fases distintas:

  • Fase 1 (do nascimento até a idade de 1 a 2 anos): essa fase é de crescimento rápido, embora a taxa de crescimento diminua nesse período.

  • Fase 2 (por volta dos 2 anos até o início da puberdade): nessa fase, ocorre crescimento com aumentos anuais relativamente constantes.

A puberdade é a maturação física que se processa da criança para o adulto. A adolescência é definida por uma faixa etária; a puberdade ocorre durante a adolescência (ver Crescimento físico e amadurecimento sexual dos adolescentes). Na puberdade, ocorre um segundo crescimento rápido, discretamente diferente para meninas e meninos.

Desde o nascimento até os 2 anos de idade, recomenda-se que todos os parâmetros de crescimento sejam traçados utilizando o padrão internacional das curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Após os 2 anos de idade, os parâmetros de crescimento para crianças nos Estados Unidos são mapeados utilizando curvas de crescimento dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (1).

(Ver também Insuficiência de crescimento e Supervisão da saúde da criança saudável.)

Referência

  1. 1. Grummer-Strawn LM, Reinold C, Krebs NF, Centers for Disease Control and Prevention (CDC): Use of World Health Organization and CDC growth charts for children aged 0–59 months in the United States. MMWR Recomm Rep 10(RR-9):1–15, 2010. Clarification and additional information. MMWR Recomm Rep 59(36):1184, 2010.

Comprimento e altura

O comprimento é medido com um estadiômetro, com o recém-nascido em decúbito dorsal. A criança é colocada no estadiômetro. A cabeça do lactente é mantida de modo que a coroa fique alinhada com o braço do metro. Delicadamente, as pernas do lactente são estendidas e os joelhos são pressionados para baixo. Em seguida, o braço do metro para os pés é movido até tocar os calcanhares do lactente. Deve-se fazer três medidas e calcular a média das três, a fim de determinar uma medida precisa do comprimento.

A altura é medida com um estadiômetro quando a criança consegue ficar em pé e permanecer imóvel durante a medição, geralmente por volta dos 3 anos de idade. A criança fica de pé contra o estadiômetro. Os pés da criança devem estar apoiados no chão e os calcanhares apoiados na parede. A cabeça da criança deve ser posicionada de modo que os olhos fiquem paralelos ao chão. Em seguida, o braço do metro do estadiômetro é baixado até tocar a coroa da cabeça da criança. Mais uma vez, devem-se fazer 3 medidas e calcular a média das 3, a fim de determinar uma medida precisa da altura.

Em geral, o comprimento de recém-nascidos a termo aumenta cerca de 30% em 5 meses e > 50% em 12 meses. Os lactentes crescem cerca de 25 cm durante o primeiro ano e a altura aos 5 anos é aproximadamente o dobro do comprimento ao nascimento. A maioria dos meninos alcança metade da altura adulta por volta dos 2 anos de idade; a maioria das meninas alcança metade da altura adulta por volta dos 19 meses de idade.

A taxa de mudança na altura (velocidade de crescimento) é uma medida de crescimento mais sensível do que as medidas de altura específicas do tempo. Em geral, os recém-nascidos a termo saudáveis e as crianças crescem cerca de 2,5 cm/mês entre o nascimento e os 6 meses, 1,3 cm/mês dos 7 aos 12 meses e cerca de 7,6 cm/ano entre 12 meses e 10 anos. Durante a faixa etária de 12 meses a 10 anos, a velocidade de crescimento diminui progressivamente até um ponto mais baixo (nadir) pouco antes do surto de crescimento puberal, ou estirão (1).

Antes dos 12 meses de idade, a velocidade de crescimento varia e deve-se em parte a fatores perinatais (p. ex., prematuridade). Após 12 meses, a altura é determinada principalmente por fatores genéticos. A altura de uma criança em relação aos colegas tende a permanecer a mesma.

Em geral, os meninos têm maior peso e maior altura do que as meninas quando o crescimento termina, porque eles têm um período de crescimento pré-puberal mais longo, um pico maior durante o estirão pubertário e estirão de crescimento mais longo na adolescência.

A tendência de alguns lactentes pequenos para a idade gestacional é a de permanecerem menores durante a vida do que os nascidos adequados para a idade gestacional. Meninos e meninas mostram pequenas diferenças de altura e da taxa de crescimento durante a infância.

As extremidades crescem mais rapidamente do que o tronco, determinando uma mudança gradual nas relações das proporções; a relação cabeça-púbis/púbis-calcanhar é de 1,7 ao nascimento, 1,5 aos 12 meses, 1,2 aos 5 anos e 1,0 após os 7 anos.

Referência de comprimento

  1. 1. Tanner JM, Davies PS. Clinical longitudinal standards for height and height velocity for North American children. J Pediatr. 1985;107(3):317-329. doi:10.1016/s0022-3476(85)80501-1

Peso

O peso segue um padrão semelhante ao da altura. Neonatos normais a termo geralmente perdem 5 a 8% do peso no nascimento nos dias que se seguem ao parto, mas recuperam o peso no prazo de 2 semanas. Eles ganham de 25 a 30 g/dia até o 3o mês, depois 4.000 g entre 3 e 12 meses, dobrando o peso de nascimento por volta do 5o mês, triplicando até os 12 meses, e quase quadruplicando até os 2 anos. Entre os 2 anos e a puberdade, o peso aumenta aproximadamente 2 kg/ano.

A prevalência de obesidade infantil (ver tabela Alterações na prevalência da obesidade em crianças e adolescentes de 2 a 19 anos de idade nos Estados Unidos) começaram a aumentar significativamente nos Estados Unidos na década de 1980, com ganho de peso acentuadamente maior, mesmo entre crianças muito pequenas. A prevalência da obesidade na infância e adolescência permanece alta atualmente (1).

O CDC divulgou extended BMI-for-age growth charts para meninos e meninas com um valor de IMC muito alto.

Tabela
Tabela

Referência sobre peso

  1. 1. Stierman B, Afful J, Carroll MD, et al: National Health and Nutrition Examination Survey 2017–March 2020 Prepandemic Data Files—Development of Files and Prevalence Estimates for Selected Health Outcomes. National Health Statistics Reports; no 158, 2021.

Perímetro cefálico

O perímetro cefálico é reflexo do tamanho cerebral, sendo medido rotineiramente até os 36 meses (1).

Ao nascimento, o cérebro corresponde a 25% do tamanho do adulto, e o perímetro cefálico tem, em média, 35 cm. O perímetro cefálico aumenta, em média, 1 cm/mês durante o primeiro ano; o crescimento é mais rápido nos primeiros 8 meses, e até os 12 meses o cérebro completa metade do seu crescimento pós-natal, correspondendo a 75% do tamanho adulto. O perímetro cefálico aumenta mais 3,5 cm até os 2 anos; até os 3 anos, o cérebro corresponderá a 80% do adulto e 90% até os 7 anos.

Referência sobre perímetro cefálico

  1. 1. Bethlehem RAI, Seidlitz J, White SR, et al. Brain charts for the human lifespan [published correction appears in Nature. 2022 Oct;610(7931):E6. doi: 10.1038/s41586-022-05300-0]. Nature. 2022;604(7906):525-533. doi:10.1038/s41586-022-04554-y

Composição corporal

A composição corporal (proporções da gordura e água do corpo) se altera e afeta o volume de distribuição do fármaco. A porcentagem total de gordura corporal é, em média, de 11 a 15% com 2 semanas de idade em neonatos a termo saudáveis. Embora a porcentagem total de gordura corporal aumente para cerca de 30% aos 6 meses de idade, começando por volta dos 2 anos de idade, a gordura corporal diminui para 19,5% em meninos e 20,4% em meninas. Há uma diminuição adicional de gordura corporal por volta dos 5 anos de idade para 14,6% em meninos e 16,7% em meninas. Aos 10 anos de idade, a gordura corporal diminui para cerca de 14% em meninos e 19% em meninas (1).

A água do corpo medida em termos percentuais do peso corpóreo é de 70% ao nascimento, declinando para 61% aos 12 meses (quase igual ao percentual do adulto) (2). Essa mudança deve-se fundamentalmente à diminuição do líquido extracelular de 45 para 28% do peso corpóreo. O líquido intracelular permanece relativamente constante. Após os 12 meses de idade, há queda lenta e variável no líquido extracelular e elevação do líquido intracelular para níveis de adulto de cerca de 20% e 40%, respectivamente. O aumento relativamente maior da água do corpo, sua alta taxa de renovação e a superfície de perda comparativamente alta (por causa da área da superfície proporcionalmente maior) tornam os lactentes mais suscetíveis à privação de líquidos do que as crianças maiores e os adultos.

Referências sobre composição corporal

  1. 1. Gallagher D, Andres A, Fields DA, et al. Body Composition Measurements from Birth through 5 Years: Challenges, Gaps, and Existing & Emerging Technologies-A National Institutes of Health workshop. Obes Rev. 2020;21(8):e13033. doi:10.1111/obr.13033

  2. 2. Butte NF, Hopkinson JM, Wong WW, Smith EO, Ellis KJ. Body composition during the first 2 years of life: an updated reference. Pediatr Res. 2000;47(5):578-585. doi:10.1203/00006450-200005000-00004

Erupção dentária

A erupção dentária é variável (ver tabela Épocas da erupção dentária), primariamente devido aos fatores genéticos. Em média, os lactentes geralmente têm 6 dentes aos 12 meses, 12 dentes aos 18 meses, 16 dentes aos 2 anos e todos os 20 dentes aos 2 anos e meio; os dentes decíduos são substituídos pelos permanentes entre os 5 e os 13 anos. A erupção dos dentes decíduos é semelhante em ambos os sexos; os dentes permanentes tendem a surgir mais cedo nas meninas. (Ver figuras Identificando os dentes decíduos e Identificando os dentes permanentes.)

Identificação dos dentes decíduos

Embora existam vários sistemas de numeração de dentes, o mostrado é o Sistema de Numeração Universal e é o mais comumente utilizado nos Estados Unidos.

(Dental Education Hub: Teeth Names and Numbering Systems: You need to know. May 2020.)

Identificação dos dentes permanentes

Embora existam vários sistemas de numeração de dentes, o mostrado é o Sistema de Numeração Universal e é o mais comumente utilizado nos Estados Unidos.

(Dental Education Hub: Teeth Names and Numbering Systems: You need to know. May 2020.)

Sintomas associados com a erupção dentária em lactentes (p. ex., sialorreia, irritabilidade) são conhecidos como sintomas da dentição. Em crianças mais velhas, a erupção dos dentes pode causar perda de apetite, distúrbios do sono, corrimento nasal e temperatura corporal elevada (mas não febre real).

O atraso da erupção dentária pode decorrer do padrão familiar ou de situações como raquitismo, hipopituitarismo, hipotireoidismo ou síndrome de Down. Dentes supranumerários e a ausência congênita deles geralmente são variantes normais.

Tabela

Informações adicionais

Os recursos em inglês a seguir podem ser úteis. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo desses recursos.

  1. WHO: Growth charts from the WHO (birth until age 2 years)

  2. CDC: Growth charts from the CDC (after age 2 years)

  3. CDC: Extended BMI-for-age growth charts

  4. Dental Education Hub: Teeth Names and Numbering Systems: You need to know

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