As consultas de rotina periódicas da mulher saudável podem ser realizadas por um ginecologista, outro médico de saúde da mulher, ou um médico de cuidados primários.
As recomendações variam quanto à frequência dos cuidados primários ou consultas de cuidados ginecológicos preventivos. The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) recomenda que que toda mulher saudável e sexualmente ativa ou > 18 anos faça uma consulta anual. O ACOG recomenda que essas visitas incluam triagem, avaliação, aconselhamento e imunizações com base na idade e fatores de risco.
As consultas de rotina da mulher saudável devem incluir a obtenção de uma anamnese abrangente, incluindo sintomas ou preocupações atuais, bem como história clínica, cirúrgica, ginecológica, obstétrica, familiar e social, além de medicamentos e alergias. Embora essas visitas sejam geralmente chamadas consultas de “mulheres saudáveis”, a anamnese ginecológica também pode ser relevante para pacientes com diferentes gêneros (1).
Durante uma consulta ginecológica de rotina, as pacientes podem ser avaliadas ou aconselhadas sobre:
Sexo mais seguro
Cuidados pré-concepção
Perimenopausa e menopausa
Dependendo da história da vacinação para o papilomavírus humano (HPV) e idade da paciente, deve-se oferecer vacinação contra HPV. Pessoas que não estão infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), mas têm alto risco (p. ex., ter um parceiro que vive com HIV, comportamentos sexuais de alto risco ou uso de drogas injetáveis ilícitas) devem ser orientadas e ter acesso à profilaxia pré-exposição com antirretrovirais (PrEP), se apropriado (2).
Avaliações de saúde geral e aconselhamento, como para diabetes, hipertensão, dislipidemia e outros tópicos, e para incentivar uma dieta saudável e atividade física, são abordados como parte de uma consulta de uma mulher saudável com médicos de cuidados primários e alguns ginecologistas.
Exame pélvico
A decisão de realizar um exame pélvico deve ser uma decisão compartilhada entre o paciente e o médico (3). Exames pélvicos podem ser realizados se indicados com base nos sintomas, como parte da triagem de cuidados preventivos de rotina, ou se uma mulher expressa uma preferência pelo exame depois de rever os riscos e benefícios. Há dados inadequados para corroborar as recomendações a favor ou contra a realização do exame pélvico de rotina em pacientes não gestantes assintomáticas que não têm maior risco de doença ginecológica específica (p. ex., câncer de ovário, câncer de útero) (4). Além disso, o exame pélvico não é indicado para iniciar ou renovar a contracepção, exceto para um dispositivo intrauterino.
Mulheres com fatores de risco de câncer ginecológico (p. ex., história de displasia do colo do útero, exposição intra-uterina a dietilestilbestrol [DES] ou malignidade ginecológica prévia) podem exigir exames mais frequente e devem ser tratadas de acordo com as diretrizes atuais.
Exame de mama
Assim como o exame pélvico, a decisão de realizar exame das mamas deve ser uma decisão compartilhada entre o paciente e o médico e realizada quando indicada pela história clínica ou sintomas, ou se o paciente expressa uma preferência pelo exame (5).
Referências
1. American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Gynecologic Practice: Opinion No. 823: Health care for transgender and gender diverse individuals. Obstet Gynecol 137 (3):e75–e88, 2021. doi: 10.1097/AOG.0000000000004294
2. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG): ACOG Practice Advisory: Preexposure Prophylaxis for the Prevention of Human Immunodeficiency Virus, June 2022
3. American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Gynecologic Practice: Opinion No. 754: The utility of and indications for routine pelvic examination. Obstet Gynecol 132 (4):e174–e180, 2018 (reaffirmed 2020). doi: 10.1097/AOG.0000000000002895
4. US Preventive Services Task Force, Bibbins-Domingo K, Grossman DC, et al: Gynecological Conditions: Periodic Screening With the Pelvic Examination. Março de 2017
5. American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Gynecologic Practice: Practice Bulletin Number 179: Breast Cancer Risk Assessment and Screening in Average-Risk Women. Obstet Gynecol. 2017 (reaffirmed 2021);130(1):e1-e16. doi:10.1097/AOG.0000000000002158
6. Feltner C, Wallace I, Berkman N, et al. Screening for Intimate Partner Violence, Elder Abuse, and Abuse of Vulnerable Adults: An Evidence Review for the U.S. Preventive Services Task Force [Internet]. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research and Quality (US); 2018 Oct. (Evidence Synthesis, No. 169.) Appendix F Table 1, IPV Screening Instruments. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK533715/table/appf.tab1/
7. Laelago T, Belachew T, Tamrat M. Effect of intimate partner violence on birth outcomes. Afr Health Sci. 2017;17(3):681-689. doi:10.4314/ahs.v17i3.10