Parkinsonismo secundário e atípico

PorAlex Rajput, MD, University of Saskatchewan;
Eric Noyes, MD, University of Saskatchewan
Revisado/Corrigido: fev. 2024
Visão Educação para o paciente

Parkinsonismo secundário refere-se a um grupo de doenças com características semelhantes àquelas da doença de Parkinson, mas que têm uma etiologia diferente. Parkinsonismo atípico refere-se a um grupo de doenças neurodegenerativas além da doença de Parkinson que têm algumas características da doença de Parkinson, mas apresenta algumas características clínicas diferentes, patologia diferente, uma resposta diferente ao tratamento e o prognóstico é pior. O diagnóstico é feito por avaliação clínica e resposta à levodopa. O tratamento é direcionado para a causa sempre que possível.

(Ver também Visão geral dos transtornos de movimento e cerebelares.)

No parkinsonismo secundário, o mecanismo é o bloqueio ou a interferência na ação da dopamina nos gânglios da base.

Parkinsonismo atípico engloba doenças neurodegenerativas como

Etiologia do parkinsonismo secundário e atípico

O parkinsonismo resulta de medicamentos, doenças além da doença de Parkinson ou de toxinas exógenas.

A causa mais comum do parkinsonismo secundário é

  • Uso de medicamentos que diminuem a atividade dopaminérgica

Esses medicamentos incluem

  • Antipsicóticos (p. ex., fenotiazina, tioxanteno, butirofenona)

  • Medicamentos antieméticos e gastrointestinais (p. ex., metoclopramida, proclorperazina, cinitaprida, cleboprida)

  • Medicamentos que depletam a dopamina (p. ex., tetrabenazina, reserpina)

  • Fora dos Estados Unidos, cinarizina e flunarizina

Tabela
Tabela

Referência sobre etiologia

  1. 1. Wang Z, Zhang Y, Hu F, et al: Pathogenesis and pathophysiology of idiopathic normal pressure hydrocephalus. CNS Neurosci Ther 26 (12):1230-1240, 2020. Epub 2020 Nov 26. doi: 10.1111/cns.13526

Sinais e sintomas de parkinsonismo secundário e atípico

As características clínicas do parkinsonismo secundário e atípico são semelhantes àquelas da doença de Parkinson (p. ex., tremor em repouso, rigidez, bradicinesia, instabilidade postural).

Diagnóstico do parkinsonismo secundário e atípico

  • Avaliação clínica

  • Resposta ruim à terapia com levodopa

  • Para o diagnóstico diferencial, algumas vezes exames de neuroimagem

Para diferenciar a doença de Parkinson de parkinsonismo secundário ou atípico, os médicos observam se há melhora clínica drástica com levodopa, sugerindo doença de Parkinson.

As causas de parkinsonismo podem ser identificadas pelo seguinte:

  • História completa, incluindo ocupacional, medicamentos e outras substâncias, e história familiar

  • Avaliação dos deficits neurológicos característicos de doenças neurodegenerativas além da doença de Parkinson

  • Exames de imagem, quando indicados

Deficits que sugerem doenças neurodegenerativas além da doença de Parkinson incluem paralisias do olhar, sinais de disfunção do trato corticoespinhal (p. ex., hiperreflexia), mioclonia, disfunção autonômica (se precoce ou grave), ataxia cerebelar, distonia proeminente, apraxia ideomotor (incapacidade de imitar movimentos da mão), demência precoce, quedas precoce e confinamento em uma cadeira de rodas.

Tratamento do parkinsonismo secundário e atípico

  • Tratamento da causa

  • Medidas físicas

A causa do parkinsonismo secundário é corrigida ou tratada, se possível, resultando algumas vezes em melhora clínica ou desaparecimento dos sintomas.

Os medicamentos utilizados para o tratamento da doença de Parkinson geralmente são ineficazes ou o benefício é apenas transitório. Mas a amantadina ou um medicamento anticolinérgico (p. ex., benztropina) pode melhorar o parkinsonismo secundário ao uso de medicamentos antipsicóticos. Entretanto, como esses medicamentos podem piorar o declínio cognitivo e possivelmente aumentar a patologia da proteína tau e a degeneração neural, seu uso deve ser limitado (1, 2).

Medidas físicas para manter a mobilidade e a independência são úteis (como para a doença de Parkinson). O objetivo é maximizar a atividade. Os pacientes devem aumentar as atividades diárias o máximo possível. Se não forem capazes, fisioterapia ou terapia ocupacional, que podem envolver um programa regular de exercícios ou fisioterapia, pode auxiliar no condicionamento físico. Terapeutas podem ensinar aos pacientes estratégias adaptativas e ajudá-los a fazer as adaptações necessárias em casa (p. ex., instalar barras para reduzir o risco de quedas) e recomendar dispositivos adaptativos que podem ser úteis.

É essencial manter boa nutrição.

Referências sobre o tratamento

  1. 1. Yoshiyama Y, Kojima A, Itoh K, Uchiyama T, Arai K: Anticholinergics boost the pathological process of neurodegeneration with increased inflammation in a tauopathy mouse model. Neurobiol Dis 2012 45 (1):329-336, 2012. doi: 10.1016/j.nbd.2011.08.017

  2. 2. Yoshiyama Y, Kojima A, Itoh K, et al: Does anticholinergic activity affect neuropathology? Implication of neuroinflammation in Alzheimer's disease. Neurodegener Dis 15 (3):140-148, 2015. doi: 10.1159/000381484

Pontos-chave

  • O parkinsonismo pode ser causado por medicamentos, toxinas, doenças neurodegenerativas e outras doenças que afetam o cérebro (p. ex., acidente vascular encefálico, tumor, infecção, trauma, hipoparatireoidismo).

  • Suspeitar de parkinsonismo com base na avaliação clínica e diferenciá-lo da doença de Parkinson pela falta de resposta à levodopa; neuroimagens podem ser necessárias.

  • Verificar a existência de deficits que sugerem uma doença neurodegenerativa além da doença de Parkinson.

  • Corrigir ou tratar a causa, se possível, e recomendar medidas físicas para manter a mobilidade.

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