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Necrose cortical renal

PorZhiwei Zhang, MD, Loma Linda University School of Medicine
Reviewed ByNavin Jaipaul, MD, MHS, Loma Linda University School of Medicine
Revisado/Corrigido: fev. 2025
Visão Educação para o paciente

A necrose cortical renal é a destruição do tecido cortical resultante de lesão arteriolar renal e levando a lesão renal aguda. Essa doença rara costuma surgir tipicamente em neonatos e em gestantes e após o parto, se houver sepse e complicações da gestação. Os sinais e sintomas incluem hematúria macroscópica, dor no flanco, diminuição do débito urinário, febre e sintomas de uremia. Os sintomas da doença subjacente podem predominar. O diagnóstico é feito por ultrassonografia, TC ou biópsia renal. A taxa de mortalidade em 1 ano é > 20%. O tratamento é direcionado à doença subjacente e à preservação da função renal.

Recursos do assunto

Na necrose cortical renal, que pode ser irregular ou difusa, as lesões arteriolares renais bilaterais resultam em destruição e calcificação dos tecidos corticais e lesão renal aguda. Os tecidos corticais renais finalmente calcificam-se. O córtex justamedular, a medula e a área logo abaixo da cápsula são poupados.

Etiologia da necrose cortical renal

A lesão geralmente resulta da redução da perfusão da artéria renal secundária a vasospasmo, lesão microvascular, ou coagulação intravascular.

A necrose cortical renal pode ocorrer, mas é incomum em lactentes e crianças. As complicações da gestação, especialmente o descolamento prematuro da placenta, aumentam o risco dessa doença em neonatos e em mulheres, assim como sepse. Outras causas (p. ex., coagulação intravascular disseminada [CIVD]) são menos comuns (ver tabela Causas da necrose cortical renal).

Tabela
Tabela

Sinais e sintomas da necrose cortical renal

Hematúria macroscópica, dor no flanco e, algumas vezes, diminuição do débito urinário ou anúria abrupta podem ocorrer. Febre é comum e hipertensão ocorrerá à medida que a doença renal crônica se desenvolver. No entanto, esses sinais e sintomas costumam ser ofuscados pelos sintomas da doença subjacente.

Diagnóstico da necrose cortical renal

  • Exames de imagem ou biópsia renal

Há suspeita diagnóstica quando os sintomas típicos ocorrem em pacientes com causas potenciais.

O diagnóstico geralmente pode ser estabelecido por ultrassonografia ou TC. A biópsia renal é realizada apenas se o diagnóstico não for claro e não existir contraindicação. Estabelece o diagnóstico definitivo e as informações prognósticas.

Urinálise, hemograma completo, eletrólitos séricos, testes de função hepática e exames da função renal são realizados. Esses exames podem confirmar a disfunção renal (p. ex., indicada por concentrações elevadas de creatinina, nitrogênio da ureia sanguínea e potássio) e sugerir uma causa. As anormalidades graves de eletrólitos podem estar presentes dependendo da causa (p. ex., hiperpotassemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia). O hemograma geralmente detecta leucocitose (mesmo quando a causa não é sepse) e pode detectar anemia e trombocitopenia se a causa for hemólise, coagulação intravascular disseminada (CIVD) ou sepse. As aminotransferases podem estar elevadas em estados de hipovolemia relativa (p. ex., choque séptico, hemorragia pós-parto). Caso se suspeite de coagulação intravascular disseminada (CIVD), os exames de coagulação são realizados. Podem detectar baixas concentrações de fibrinogênio, aumento de produtos de degradação da fibrina e aumento do tempo de protrombina (TP)/RNI e do tempo de tromboplastina parcial (TTP). A urinálise tipicamente detecta proteinúria e hematúria.

Tratamento da necrose cortical renal

  • Tratamento da doença subjacente

  • Preservação da função renal

O tratamento é direcionado para a doença de base e para a preservação da função renal (p. ex., com diálise precoce).

Prognóstico para necrose cortical renal

Com o uso de tratamento agressivo de suporte, a mortalidade em 1 ano é de cerca de 20%, e até 20% dos sobreviventes podem recuperar alguma função renal (1).

Referência sobre prognóstico

  1. 1. Prakash J, Vohra R, Wani IA, et al. Decreasing incidence of renal cortical necrosis in patients with acute renal failure in developing countries: a single-centre experience of 22 years from Eastern India. Nephrol Dial Transplant 2007;22(4):1213-1217. doi:10.1093/ndt/gfl761

Pontos-chave

  • A necrose cortical renal é rara e costuma ocorrer em neonatos e em pacientes gestantes ou no pós-parto com sepse ou complicações da gestação.

  • Suspeitar do diagnóstico em pacientes de risco que desenvolvem sintomas típicos (p. ex., hematúria macroscópica, dor no flanco, diminuição da produção de urina, febre, hipertensão).

  • Confirmar o diagnóstico com exames de imagem ou biópsia renal.

  • Tratar a doença subjacente.

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