Avaliação do ombro

PorAlexandra Villa-Forte, MD, MPH, Cleveland Clinic
Revisado/Corrigido: fev. 2024
Visão Educação para o paciente

Avaliação do ombro inclui exame físico e, às vezes, artrocentese (ver Como fazer artrocentese do ombro).

(Ver também Avaliação do paciente com sintomas articulares.)

Exame do ombro

Anatomia do ombro (visão anterior)

O exame do ombro é feito por

  • Inspeção

  • Palpação para avaliar sensibilidade e calor excessivo

  • Teste da amplitude de movimento e da força

  • Testes de compressão

A inspeção é feita pela observação de eritema, deformidade ou lesões cutâneas, como cicatrizes cirúrgicas, e por assimetria em comparação ao ombro não comprometido (sugerindo perda de massa muscular).

Como a dor pode ser referida de outras regiões para as regiões ao redor do ombro, a palpação do ombro deve incluir as articulações glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular, além do processo coracoide, da clavícula, do processo acromial, da bolsa subacromial, do tendão do bíceps e das tuberosidades maior e menor do úmero (ver figura Anatomia do ombro), bem como a palpação da escapula e do pescoço. O pescoço deve sempre ser examinado como parte da avaliação do ombro, pois a dor pode ser referida ao ombro pela coluna cervical (especialmente com radiculopatia C5).

Os derrames da articulação glenoumeral podem produzir deformidade entre processo coracoide e cabeça do úmero. As possíveis causas são artrite reumatoide, osteoartrite, artrite infecciosa aguda, ombro de Milwaukee, artrite por pirofosfato de cálcio (pseudogota) e outras artropatias.

A existência de limitação da amplitude do movimento, fraqueza, dor e outros distúrbios de mobilidade causados por lesões no manguito rotador pode ser rapidamente identificada pedindo que o paciente tente — tanto por abdução como flexão — levantar os dois braços acima da cabeça e a seguir abaixá-los lentamente. Manobras específicas contra resistência podem ajudar a determinar quais tendões estão comprometidos. Deve-se avaliar a força e a sensibilidade:

  • Os músculos infraespinal e redondo menor são avaliados quando o paciente tenta resistir à pressão da rotação externa com os membros superiores mantidos ao lado do corpo, com os cotovelos flexionados a 90°; essa posição isola a função muscular do manguito rotador dos outros músculos, bem como do deltoide. Fraqueza durante esse teste sugere disfunção significante do manguito rotador (p. ex., rompimento total).

  • Avaliar o músculo supraespinal pedindo que o paciente tente resistir à pressão para abaixo sobre os membros superiores flexionados (para frente) com os polegares apontando para baixo (teste da “caneca vazia” ou teste de Jobe).

  • O músculo subescapular é avaliado quando o paciente coloca a mão no dorso com a parte posterior da mão tocando a coluna lombar. O examinador levanta a mão da região lombar. O paciente deve conseguir manter a mão sem tocar a pele dorsal (teste de levantamento de Gerber).

O teste de Apley avalia a combinação da amplitude de movimento do ombro pedindo que o paciente tente tocar a escápula contralateral: tocar a parte superior da cabeça, a nuca e a escápula contralateral com as pontas dos dedos testa a abdução e a rotação externas; tocar por baixo, atrás do dorso, a escápula oposta com a parte posterior da mão testa a abdução e a rotação interna.

Considerar os testes de compressão em caso de dor à manobra. Eles incluem:

  • Realizar o teste de Neer para verificar a compressão dos tendões do manguito rotador sob o arco coracoacromial. O teste é feito pela flexão anterior forçada do membro superior, levantado acima da cabeça e totalmente em pronação.

  • Também realizar o teste de Hawkins para verificar se há compressão. É realizado flexionando o braço (para a frente) em 90°, posicionando o cotovelo pronado em 90° e então girando forçosamente o ombro internamente (movendo a mão para baixo).

Distúrbios do ombro

Tendinopatia do manguito rotador é a causa mais comum de dor no ombro. O tendão supraespinhoso é o mais frequentemente comprometido e o subescapular é o segundo. A abdução ativa em um arco de 40 a 120° e rotação interna causam dor (ver Sinais e sintomas da lesão do manguito rotador). A abdução passiva provoca menos dor, mas abdução contra resistência pode aumentar a dor.

Tendinite bicipital causa dor no tendão bicipital, agravada pela flexão do ombro ou por resistência à supinação do antebraço. Examinadores podem provocar sensibilidade à palpação proximal ao longo do sulco bicipital do úmero girando (virando) o tendão bicipital com seu polegar. Além disso, pode-se fazer o teste de Speed. Nesse teste, o membro superior é estendido posteriormente ao plano corporal enquanto o cotovelo é mantido reto e o antebraço é supinado.

Testar alesão da articulação acromioclavicular para utilizar o teste de adução do corpo cruzado. Nesse teste, o examinador estabiliza o ombro com uma das mãos, flexiona o ombro para a frente em 90° com o cotovelo pronado e leva o membro superior diretamente para a frente do corpo, em direção contralateral. A ocorrência de dor é o resultado positivo do teste.

Testar a instabilidade articular glenoumeral anterior estabilizando a articulação segurando-a por trás e então puxando o membro superior com o ombro abduzido em 90° e o cotovelo fletido em 90° (aumento da abdução e rotação externa). Um resultado positivo é a apreensão da instabilidade articular (não a dor).

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