Quantidades relativamente altas de vitamina E não costumam fazer mal, mas às vezes ocorre fraqueza muscular, fadiga, náuseas e diarreia. O risco mais importante é o de sangramento, principalmente com doses > 1000 mg por dia.
A vitamina E abrange um grupo de componentes (incluindo tocoferóis e tocotrienóis) que têm atividades biológicas semelhantes. O mais biologicamente ativo é o alfa-tocoferol, mas beta, gama e delta-tocoferóis, 4 tocotrienóis e vários estereoisômeros também podem ter atividade biológica significativa. Esses componentes agem como antioxidantes, que previnem a peroxidação lipídica dos ácidos graxos poli-insaturados na membrana celular (ver tabela Fontes, funções e efeitos das vitaminas). As principais fontes de vitamina E nos alimentos são os óleos vegetais e as oleaginosas.
Os níveis de tocoferol plasmático variam de acordo com os níveis de lipídios plasmáticos. Normalmente, o nível plasmático de alfa-tocoferol é de 5 a 20 mcg/mL (11,6 a 46,4 mcmol/L).
Altas doses de suplementos de vitamina E não protegem contra câncer ou doenças cardiovasculares; ainda é controverso se a vitamina E protege contra discinesia tardia. Não há evidências convincentes de que doses de até 2.000 unidades/dia retardem a progressão da doença de Alzheimer ou diminuam o risco de câncer; um estudo sugeriu aumento do risco de câncer de próstata com a suplementação de vitamina E (1).
Embora a quantidade de vitamina E em alimentos enriquecidos e suplementos seja dada em unidades, recomenda-se utilizar mg.
Muitos adultos tomam grandes quantidades diárias de vitamina E (400 a 800 mg/dia de alfa-tocoferol) por meses a anos sem danos aparentes. Ocasionalmente, ocorrem fraqueza muscular, fadiga, náuseas e diarreia. O risco mais significativo é o de sangramento. Entretanto, esta é incomum, a menos que a dose seja > 1000 mg/dia ou em pacientes que consomem cumarina ou varfarina. Assim, o limite superior para adultos com ≥ 19 anos de idade é de 1000 mg para qualquer forma de tocoferol.
Análises de estudos anteriores informam que a alta ingestão de suplementos de vitamina E pode aumentar o risco de acidente vascular encefálico hemorrágico e morte prematura.
Trata-se a toxicidade por vitamina E interrompendo ou reduzindo a ingestão da vitamina para abaixo do limite superior de 1.000 mg por dia.
(Ver também Visão geral das vitaminas.)
Referência
1. Klein EA, Thompson IM Jr, Tangen CM, et al: Vitamin E and the risk of prostate cancer: The Selenium and Vitamin E Cancer Prevention Trial (SELECT). JAMA 306(14):1549-56, 2011. doi: 10.1001/jama.2011.1437