Ginseng

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Revisado/Corrigido: jan. 2023
Visão Educação para o paciente

Ginseng é uma família de plantas. Os suplementos alimentares derivam do ginseng americano (Panax quinquefolius) ou asiático (Panax ginseng). O ginseng da Sibéria (Eleutherococcus senticosus) é de um gênero diferente e não contém os ingredientes que se acredita serem ativos nas 2 formas utilizadas de suplementos.

O ginseng pode ser administrado como raiz seca ou fresca, extratos, soluções, cápsulas, comprimidos, bebidas, refrescos e chás ou utilizado como cosmético. Os ingredientes ativos no ginseng americano são panaxosídeos (glicosídios saponinas). Os ingredientes ativos no ginseng asiático são ginsenosídeos (glicosídios triterpenoides).

Vários produtos à base de ginseng contêm pouco ou nenhum ingrediente ativo detectável. Em pouquíssimos casos, alguns produtos de ginseng da Ásia são misturados propositalmente com raiz de mandrágora, que tem sido utilizada para induzir vômitos ou com os fármacos fenilbutazona ou aminopirina. Esses fármacos foram tirados do mercado nos Estados Unidos devido aos efeitos adversos significativos.

(Ver também Visão geral dos suplementos alimentares.)

Alegações

Alega-se que o ginseng aumente o desempenho físico (incluindo sexual) e mental e apresente efeitos adaptogênicos (isto é, para aumentar a energia e resistência aos efeitos lesivos do estresse e do envelhecimento). Outras alegações incluem redução da glicemia, aumentos de HDL, de hemoglobina e de concentrações de proteínas, estimulação do sistema imunitário, efeito anticâncer, cardiotônico, endócrino, no sistema nervoso central e estrogênico. Outra alegação é a dos possíveis efeitos benéficos sobre a função imunitária.

Evidências

Estudos sobre o ginseng mostraram vários efeitos e limitações e incluem:

  • Reforço da função imune por meio da modulação das citocinas inflamatórias (1)

  • Efeitos anticarcinógenos (2)

  • Diminuição dos níveis de glicose sanguínea (3)

  • Melhora da função cognitiva (4)

  • Fatiga (5)

Uma revisão sistemática de 5 estudos (747 participantes) não encontrou evidências de que o ginseng tenha reduzido a incidência ou a gravidade dos resfriados, mas diminuiu a sua duração (6).

Uma revisão Cochrane de 2010 de 9 ensaios randomizados, duplos-cegos, controlados por placebo avaliou a eficácia e os efeitos adversos da suplementação alimentar com ginseng tomada para melhorar a função cognitiva em indivíduos saudáveis (8 ensaios) e naqueles com perda de memória associada com a idade (1 ensaio) (4). A análise não encontrou efeitos adversos graves na suplementação de ginseng, mas não houve nenhuma evidência convincente de melhora da função cognitiva entre os participantes saudáveis ou as pessoas com diagnóstico de demência. Um estudo longitudinal coreano descobriu que a ingestão de ginseng > 5 anos pode beneficiar a cognição em idosos não institucionalizados (7).

Uma revisão sistemática da Cochrane de 2021 do efeito do ginseng na função erétil incluiu 9 estudos (587 participantes) que comparou os efeitos do ginseng a um placebo. A revisão descobriu que, em comparação com o placebo, o ginseng pode ter um efeito trivial sobre a função erétil (8).

Estudos maiores são necessários para avaliar a eficácia do ginseng. Além disso, é necessária uma avaliação mais profunda das substâncias encontradas nos suplementos para determinar os componentes responsáveis pelos efeitos benéficos observados. Pode haver efeitos variáveis, dependendo se o suplemento utilizado continha ginseng americano ou Panax ginseng e, às vezes, os ensaios clínicos utilizaram combinações de ginseng. Não há evidências embasando outras alegações de saúde para o ginseng.

Efeitos adversos

Pode ocorrer nervosismo e excitabilidade, mas se reduzem após os primeiros dias. A capacidade de concentração pode diminuir e a glicemia pode se tornar anormalmente baixa (causando hipoglicemia). Em razão de o ginseng possuir um efeito semelhante ao estrogênio, gestantes e amamentando não devem utilizá-lo, assim como as crianças. Ocasionalmente, há relatos de efeitos colaterais mais graves, como crises de asma, aumento da pressão arterial, palpitação e, em mulheres na pós-menopausa, sangramento uterino. Para muitos indivíduos, o gosto do ginseng é desagradável.

Interações medicamentosas

O ginseng pode interagir com anti-hiperglicêmicos orais, ácido acetilsalicílico, outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticoides, digoxina, estrogênios, inibidores da monoaminoxidase (IMAO) e varfarina.

O ginseng também pode aumentar as concentrações séricas de certos fármacos. Por exemplo, o ginseng pode aumentar os níveis séricos de imatinibe e raltegravir, causando toxicidade hepática. Se o ginseng for combinado com certos fármacos antiarrítmicos, como amiodarona ou tioridazina, podem ocorrer arritmias.

(Ver também tabela Algumas interações possíveis entre suplementos alimentares e fármacos.)

Referências

  1. 1. Kim JH, Yi Y-S, Kim M-Y, et al: Role of ginsenosides, the main active components of Panax ginseng, in inflammatory responses and diseases. J Ginseng Res41(4):435-443, 2016. doi: 10.1016/j.jgr.2016.08.004

  2. 2. Yun TK, Zheng S, Choi SY, et al: Non-organ-specific preventive effect of long-term administration of Korean red ginseng extract on incidence of human cancers. J Med Food 13(3):489-494, 2010. doi: 10.1089/jmf.2009.1275

  3. 3. Shishtar E, Sievenpiper JL, Djedovic V, et al: The effect of ginseng (the genus panax) on glycemic control: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled clinical trials. PLoS One 9(9):e107391, 2014. doi: 10.1371/journal.pone.0107391

  4. 4. Geng J, Dong J, Ni H, et al: Ginseng for cognition. Cochrane Database Syst Rev (12):CD007769, 2010. doi: 10.1002/14651858.CD007769.pub2

  5. 5. Arring NM, Millstine D, Marks LA, et al: Ginseng as a treatment for fatigue: a systematic review. J Altern Complement Med 24(7):624-633, 2018. doi: 10.1089/acm.2017.0361

  6. 6. Seida JK, Durec T, Kuhle S: North American (Panax quinquefolius) and Asian ginseng (Panax ginseng) preparations for prevention of the common cold in healthy adults: a systematic review. Evid Based Complement Alternat Med 2011:282151, 2011. doi: 10.1093/ecam/nep068

  7. 7. Lho SK, Kim TH, Kwak KP, et al: Effects of lifetime cumulative ginseng intake on cognitive function in late life. Alzheimers Res Ther 10(1):50, 2018. doi: 10.1186/s13195-018-0380-0

  8. 8. Lee HW, Lee MS, Kim TH, et al: Ginseng for erectile dysfunction. Cochrane Database Syst Rev 4(4):CD012654, 2021. Publicado em 19 de abril de 2021. doi:10.1002/14651858.CD012654.pub2

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH), National Center for Complementary and Integrative Health: informações gerais sobre o uso do ginseng asiático como suplemento dietético

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