Alcaçuz

PorLaura Shane-McWhorter, PharmD, University of Utah College of Pharmacy
Revisado/Corrigido: jan. 2023
Visão Educação para o paciente

O alcaçuz natural, que tem um sabor muito doce, é extraído da raiz de um arbusto (Glycyrrhiza glabra) e utilizado medicinalmente na forma de cápsula, comprimido ou extrato líquido. A maior parte do alcaçuz feita nos Estados Unidos é aromatizada artificialmente e não contem o produto natural. O ingrediente ativo do alcaçuz natural é a glicirrizina. Para indivíduos particularmente sensíveis a glicirrizina, há disponibilidade de produtos de alcaçuz tratados especialmente que contêm muito menos glicirrizina (cerca de um décimo). Estes produtos são denominados licorices desglicirrizinados.

(Ver também Visão geral dos suplementos alimentares e National Institutes of Health (NIH): Licorice Root.)

Alegações

Indivíduos geralmente utilizam alcaçuz para reduzir a tosse, aliviar a dor de garganta e distúrbios estomacais. Aplicado externamente, alivia as úlceras aftosas e a irritação da pele (p. ex., eczema) (1). Também considera-se que o alcaçuz ajuda a tratar úlceras gástricas e complicações causadas pela hepatite C ou outras doenças hepáticas (2).

Evidências

As evidências indicam que o alcaçuz em combinação a outras ervas proporciona o alívio dos sintomas da dispepsia funcional e da síndrome do intestino irritável (3). Mas os ensaios clínicos com alcaçuz isoladamente e em combinação são limitados, sendo necessário fazer avaliações adicionais. Não há dados suficientes para determinar se o alcaçuz é eficaz para úlceras gástricas ou complicações causadas por hepatite C.

Uma revisão e metanálise de 5 ensaios clínicos randomizados (609 indivíduos) relatou que o alcaçuz tópico antes da entubação endotraqueal preveniu a dor de garganta no pós-operatório em 56% e a tosse em 39% (4). Em um ensaio clínico randomizado controlado com 70 pessoas com úlceras aftosas, comparou-se o alcaçuz mais solução de difenidramina à monoterapia com difenidramina. O principal resultado foi um tempo de cicatrização mais rápido em pacientes tratados com alcaçuz e solução de difenidramina (5).

Efeitos adversos

Em doses mais baixas ou níveis normais de consumo, algumas reações adversas são evidentes. No entanto, altas doses de alcaçuz (mais de 1 oz por dia) e glicirrizina causam retenção de água e sódio nos rins, possivelmente causando elevação da pressão arterial, e da excreção de potássio, possivelmente causando hipopotassemia. O aumento da excreção de potássio pode constituir um problema especialmente para indivíduos idosos que utilizam digoxina ou diuréticos que também podem aumentar a excreção de potássio. Estes indivíduos, bem como aqueles que apresentam hipertensão arterial, devem evitar ingerir alcaçuz.

O alcaçuz pode aumentar o risco de parto prematuro, assim gestantes devem evitar sua ingestão.

Interações medicamentosas

O alcaçuz pode

  • Interagir com a varfarina e diminuir sua eficácia, aumentando o risco de coágulos sanguíneos

  • Interagir com a digoxina afetando os níveis de potássio

  • Diminuir a eficácia dos anti-hipertensivos por causa do aumento na retenção de sal e água

  • Diminuir os efeitos do paclitaxel e da cisplatina

  • Aumentar os efeitos adversos dos corticoides

  • Aumentar ou diminuir os efeitos dos estrogênios

Além disso, alguns especialistas acreditam que o alcaçuz tem alguma atividade semelhante a um tipo de antidepressivo chamado inibidor da monoamina oxidase (MAO) e, portanto, pode intensificar os efeitos adversos desses fármacos.

(Ver tabela Algumas interações possíveis entre suplementos alimentares e fármacos.)

Referências

  1. 1. Saeedi M, Morteza-Semnani K, Ghoreishi MR: The treatment of atopic dermatitis with licorice gel. J Dermatolog Treat 14(3):153-157, 2003. doi:10.1080/09546630310014369

  2. 2. Li X, Sun R, Liu R: Natural products in licorice for the therapy of liver diseases: progress and future opportunities. Pharmacol Res 144:210-226, 2019. doi: 10.1016/j.phrs.2019.04.025

  3. 3. Ottillinger B, Storr M, Malfertheiner P, et al: STW 5 (Iberogast®)—a safe and effective standard in the treatment of functional gastrointestinal disorders. Wien Med Wochenschr 163(3-4): 65-72, 2013. doi: 10.1007/s10354-012-0169-x

  4. 4. Kuriyama A, Maeda H: Topical application of licorice for prevention of postoperative sore throats in adults: a systematic review and meta-analysis. J Clin Anesth 54:25-32, 2019. doi: 10.1016/j.jclinane.2018.10.025

  5. 5. Akbari N, Asadimehr N, Kiani Z: The effects of licorice containing diphenhydramine solution on recurrent aphthous stomatitis: a double-blind, randomized clinical trial. Complement Ther Med 50:102401, 2020. doi:10.1016/j.ctim.2020.102401

Informações adicionais

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. National Institutes of Health (NIH), National Center for Complementary and Integrative Health: General information on the use of licorice root as a dietary supplement

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