A maioria das fraturas por compressão vertebral é uma consequência da osteoporose, é assintomática ou minimamente sintomática e ocorre sem nenhum trauma ou um trauma mínimo.
(Ver também Visão geral das fraturas.)
Fraturas vertebrais por compressão decorrente de osteoporose são comuns na coluna torácica (geralmente abaixo da T6) e na coluna lombar, em particular perto da articulação T12-L1. Pode não haver história de trauma, ou apenas trauma mínimo (p. ex., pequena queda, flexão súbita, elevação, tosse). Pacientes com fratura vertebral osteoporóticas têm maior risco de outras fraturas vertebrais e não vertebrais.
Ocasionalmente, a fratura de compressão ou outras fraturas vertebrais são resultado de uma força significativa (p. ex., acidente de trânsito, queda de altura, ferida por arma de fogo). Nesses casos, também costuma haver lesão da medula espinal e pode haver fratura da coluna em > 1 local. Se a causa foi queda ou salto de certa altura, também pode ocorrer fratura em um ou ambos os calcâneos; 10% de todos os pacientes com fratura de calcâneo também têm fratura toracolombar (por causa do peso axial que o esqueleto exerce sobre o calcanhar).
Sinais e sintomas das fraturas por compressão vertebral
As fraturas vertebrais por osteoporose são assintomáticas ou só causam perda da altura ou cifose em cerca de dois terços dos pacientes. Em outros pacientes, a dor pode aparecer mediatamente ou mais tarde. Pode irradiar ao membro superior ou abdome. Dor, fraqueza e anomalias dos reflexos radiculares ou esfincterianas são incomuns. A dor geralmente diminui após cerca de 4 semanas e desaparece aproximadamente depois de 12 semanas.
As fraturas por compressão vertebral sem osteoporose causam dor aguda, sensibilidade óssea no local da fratura e, geralmente, espasmo muscular.
Diagnóstico das fraturas por compressão vertebral
Radiografia
Em geral, as fraturas por osteoporose são diagnosticadas por radiografia. Os resultados normalmente são
Perda da altura vertebral (particularmente > 6 cm ou mais da metade da altura do corpo vertebral)
Radiodensidade diminuída
Perda da estrutura trabecular
Formações em cunha anteriores
As fraturas vertebrais por osteoporose costumam ser diagnosticadas como achados incidentais. Se os pacientes não têm fatores de risco de osteoporose (p. ex., idade avançada), essas fraturas são improváveis.
As fraturas vertebrais acima de T4 sugerem câncer, não osteoporose. Se não se sabe se os pacientes têm osteoporose, é necessário fazer uma densitometria óssea com absorciometria de raios X de dupla energia (DXA). Se a osteoporose foi recém-diagnosticada, deve-se avaliar nos pacientes as causas da osteoporose secundária.
E, se tiver ocorrido trauma significativo, a TC é feita para avaliar toda a medula espinal e, se há deficits ou sintomas neurológicos, faz-se RM da região apropriada da medula espinal.
Essa fratura por compressão da 2ª vértebra lombar é visível como perda da altura do corpo vertebral tanto pela incidência anteroposterior como na lateral.
Scott Camazine/SCIENCE PHOTO LIBRARY
Essa fratura por compressão da 1ª vértebra lombar é visível na incidência anteroposterior como perda grave da altura e aumento da radiodensidade.
ZEPHYR/SCIENCE PHOTO LIBRARY
Essa incidência lateral de radiografia da coluna mostra perda de altura e formação anterior em cunha devido a uma fratura vertebral por compressão.
Imagem cedida por cortesia de Danielle Campagne, MD.
Essa TC (incidência sagital) mostra fratura por compressão acentuada de T12 com doença degenerativa leve (p. ex., osteófitos na região anterior dos corpos vertebrais) em outros locais.
© Springer Science+Business Media
Se a causa foi queda ou salto de certa altura, os médicos devem verificar se há fraturas do calcâneo e outras fraturas vertebrais. Se a ideação suicida é suspeita ou expressa, deve-se consultar um psiquiatra.
Tratamento das fraturas por compressão vertebral
Analgésicos
Mobilização precoce e fisioterapia
O tratamento das fraturas vertebrais focaliza o alívio da dor e a mobilização precoce. Administrar analgésicos. A retomada rápida das atividades normais ajuda a limitar o agravamento da perda óssea e da deficiência.
Os fisioterapeutas podem ajudar ensinando técnicas de levantamento corretas e prescrevendo exercícios para fortalecer os músculos paravertebrais, mas a terapia pode ter de ser adiada até a dor estar controlada.
Osteoporose, se presente, deve ser tratada (p. ex., com bisfosfonatos). A calcitonina também ser utilizada e ajuda a aliviar a dor e aumentar a densidade óssea.
Costuma-se prescrever órteses, mas sua eficácia não está clara.
Em alguns casos, a vertebroplastia, às vezes precedida de cifoplastia, pode aliviar dor grave. Na vertebroplastia, metilmetacrilato é injetado no corpo vertebral. Na cifoplastia, o corpo vertebral é expandido com um balão.
Esses procedimentos podem reduzir a deformidade na vértebra injetada, mas não reduzem e podem até aumentar o risco de fraturas nas vértebras adjacentes. Outros riscos podem incluir fraturas nos arcos costais, vazamento do cimento, edema pulmonar ou infarto do miocárdio.
Se as fraturas forem resultantes de trauma importante, a coluna vertebral é imobilizada e fazer TC ou RM imediata para avaliar a estabilidade das fraturas. Lesões da medula espinal, se presentes, são tratadas imediatamente, com tratamento de suporte (p. ex., analgésicos e/ou imobilização precoce).
Pontos-chave
A maioria das fraturas vertebrais resulta de osteoporose.
Cerca de dois terços das fraturas por osteoporose vertebrais são assintomáticas ou causam somente perda de altura ou cifose.
Suspeitar de câncer se os pacientes tiverem uma fratura solitária acima de T4.
Se não se sabe se os pacientes têm osteoporose, agendar a densitometria óssea com absorciometria de raios X de dupla energia.
Incentivar a imobilização precoce.