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Distúrbios que exigem cirurgia durante a gestação

PorLara A. Friel, MD, PhD, University of Texas Health Medical School at Houston, McGovern Medical School
Reviewed ByOluwatosin Goje, MD, MSCR, Cleveland Clinic, Lerner College of Medicine of Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: modificado set. 2023
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Visão Educação para o paciente

Certos distúrbios tratados com cirurgia são difíceis de ser diagnosticados durante a gestação. Um alto nível de suspeita é necessário; assumir que todos os sintomas abdominais estão relacionados à gestação é um erro.

Cirurgias importantes, particularmente as intra-abdominais, aumentam os riscos de trabalho de parto pré-termo e morte fetal. Contudo, a cirurgia é bem tolerada pelas gestantes e pelo feto quando cuidados apropriados de suporte e anestesia (manter a PA e a oxigenação em níveis normais) são prestados; assim, os médicos não devem relutar em operar esse tipo de paciente; o atraso no tratamento de uma emergência cirúrgica é muito mais perigoso.

Dicas e conselhos

  • A cirurgia é bem tolerada pelas gestantes e pelo feto quando cuidados apropriados de suporte e anestesia (manter a PA e a oxigenação em níveis normais) são prestados; o atraso no tratamento de uma emergência cirúrgica é muito mais perigoso do que a cirurgia.

Apendicite

Podem acontecer durante a gestação, mas são mais comuns imediatamente após o parto. Tendo em vista que o apêndice se eleva no abdome, à medida que a gestação progride, a dor e a sensibilidade local podem não ser na localização clássica, no quadrante inferior direito, e a dor pode ser leve e em cólicas, imitando sintomas relacionados à gestação. Além disso, a contagem de glóbulos brancos normalmente pode estar um pouco elevada durante a gestação, fazendo com que esse teste seja menos sensível que o habitual. As avaliações clínica sequencial e ultrassonográfica são úteis.

Como o diagnóstico é postergado com frequência, a taxa de mortalidade dos casos de apêndice roto é mais alta durante a gestação e particularmente após o parto. Assim, caso se suspeite de apendicite, a avaliação cirúrgica (laparoscopia ou laparotomia, que dependem da fase de gestação) deve ser feita sem demora.

Cistos ovarianos benignos

São comuns durante a gestação. Aqueles que surgem nas primeiras 14 a 16 semanas de gestação costumam ser os cistos de corpo lúteo, que desaparecem espontaneamente. Pode ocorrer torção anexial. Se a torção anexial não se resolver, pode haver necessidade de tratamento cirúrgico para descontrair ou remover os anexos. Após 12 semanas de gestação, torna-se difícil palpar os cistos, pois os ovários, juntamente com o útero, sobem para fora da pelve.

Primeiro avaliam-se as massas ovarianas por ultrassonografia. A avaliação mais profunda (p. ex., excisão) deve ser retardada, se possível, até depois de 14 semanas de gestação, a menos que haja a ocorrência de:

  • Aumento contínuo do cisto.

  • Dor à palpação.

  • Características radiológicas de câncer (p. ex., componente sólido, excrescências na superfície, tamanho > 6 cm, forma irregular).

Doença da vesícula biliar

Doença da vesícula biliar ocorre ocasionalmente durante a gestação. Se possível, o tratamento é expectante; se as mulheres não melhorarem, é necessária cirurgia.

Obstrução intestinal

Durante a gestação pode causar necrose intestinal com peritonite e elevada morbidade e mortalidade materna ou fetal. Se as gestantes apresentarem sinais e sintomas de obstrução intestinal associados a fatores de risco (p. ex., cirurgia abdominal anterior, infecção intra-abdominal), indica-se laparotomia exploradora.

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