Gestação pós-termo refere-se á gestação com ≥ 42 semanas. Define-se gestação pós-termo como 41 0/7 a 41 6/7 semanas. Vigilância pré-natal fetal deve ser considerada na 41ª semana. Deve-se considerar a indução do trabalho de parto após 41 semanas e a recomenda-se após 42 semanas e não mais tardar que 42 6/7 semanas.
A estimativa precisa da idade gestacional é essencial para o diagnóstico de pós-datismo. Em mulheres com menstruação regular, a idade gestacional pode ser estimada com base no primeiro dia do último período menstrual (ver American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG): Methods for Estimating the Due Date). Se a data é incerta ou inconsistente com o período menstrual, pode-se fazer um ultrassom no início da gestação (até 20 semanas).
O pós-datismo aumenta os riscos para a mulher e o feto. Os riscos são (1):
Líquido amniótico meconial
Macrossomia fetal, resultando em taxas mais altas de: distocia do ombro; lesão materna, fetal ou neonatal; laceração perineal grave; parto vaginal operatório; ou cesárea
Convulsões neonatais
Natimorto ou morte neonatal
Pós-maturidade refere-se à condição do feto resultante quando a placenta não mais pode manter um ambiente saudável para o crescimento e desenvolvimento, geralmente porque a gestação durou muito tempo. O feto pode ter pele seca descamando, supercrescimento das unhas, uma grande quantidade de fios de cabelo, rugas acentuadas nas palmas das mãos e plantas dos pés, falta de deposição de gordura e pele manchada de verde ou amarelo por mecônio. Síndrome da aspiração de mecônio é um risco.
Deve-se considerar a vigilância pré-natal fetal a partir de 41 semanas; ela envolve um dos seguintes:
Testes sem estresse
Perfil biofísico modificado (testes sem estresse e avaliação do volume de líquido amniótico)
Perfil biofísico completo (avaliação do volume de líquido amniótico e movimento fetal, tônus, respiração e frequência cardíaca)
Referência
1. American College of Obstetricians and Gynecologists' Committee on Practice Bulletins: Practice bulletin no. 146: Management of late-term and postterm pregnancies. Obstet Gynecol. 2014;124(2 Pt 1):390-396. doi:10.1097/01.AOG.0000452744.06088.48
Tratamento da gestação tardia e pós-termo
Indução do trabalho de parto
Às vezes, parto cesárea
Se existir evidência de comprometimento fetal ou oligoidrâmnio, o parto é necessário. Pode-se considerar a indução do trabalho de parto em 41 a 41 6/7 semanas, particularmente se o colo do útero é favorável, e é recomendável após 42 semanas e não mais tardar que 42 6/7 semanas.
A cesárea não é indicada apenas para gestação tardia ou pós-termo, mas pode ser necessária por razões obstétricas típicas, como apresentação pélvica, anormalidades da frequência cardíaca fetal, transtornos de parada do trabalho de parto ou questões médicas maternas.
Pontos-chave
A estimativa precisa da idade gestacional é essencial para o diagnóstico da gestação pós-termo; se a data menstrual é incerta, pode-se fazer uma ultrassonografia no início da gestação (até 20 semanas).
Considerar a vigilância fetal pré-natal (p. ex., teste sem estresse, perfil biofísico) a partir de 41 semanas.
Se existir evidência de comprometimento fetal ou oligoidrâmnio, o parto é necessário.
Considerar a indução do parto em 41 a 42 semanas; é recomendável após 42 semanas e não mais tardar que 42 6/7 semanas.