Abortos espontâneos recorrentes (repetidos) é quando a mulher teve pelo menos dois abortos espontâneos.
Um aborto espontâneo é a perda de um feto antes da 20ª semana de gravidez. Cada aborto espontâneo deve ser cuidadosamente analisado por um profissional de saúde para determinar se a realização de uma avaliação da mulher ou do casal pode ser adequada.
Os abortos espontâneos recorrentes podem ser causados por um problema na mulher, no homem, no feto ou na placenta.
Anomalias cromossômicas podem ser a causa de aproximadamente 50% dos abortos espontâneos recorrentes.
Causas do aborto espontâneo recorrente
Os abortos espontâneos recorrentes podem ter como causa um problema na mulher, no homem, no feto ou na placenta.
Os problemas comuns na mulher que causam abortos espontâneos recorrentes incluem
Anomalias no útero ou no colo do útero, tais como pólipos, faixas de tecido cicatricial (adesões) e insuficiência istmocervical
Doenças crônicas mal controladas, tais como tireoide hipoativa (hipotireoidismo), tireoide hiperativa (hipertireoidismo), diabetes, hipertensão arterial e doença renal crônica
Se a mulher tiver um distúrbio que faz com que o sangue coagule muito facilmente (por exemplo, síndrome do anticorpo antifosfolípide), ela pode ter abortos espontâneos recorrentes que ocorrem após a 10ª semana de gravidez. A razão pode ser a presença de coágulos sanguíneos que danificam a placenta e, assim, diminuem o fluxo de nutrientes da mãe para o feto.
Existe uma probabilidade maior de um aborto espontâneo ocorrer se a mulher já teve um aborto espontâneo em uma gravidez anterior. Quanto mais abortos espontâneos a mulher tenha sofrido, maior será o risco de ter outro. O risco de ter outro aborto espontâneo também depende de qual é a causa, mas, de maneira geral, a mulher que tenham sofrido vários abortos espontâneos tem aproximadamente uma chance em quatro de ter um aborto espontâneo em uma gravidez futura.
Distúrbios cromossômicos em um parceiro masculino também podem causar abortos espontâneos recorrentes. Ter certas anomalias no sêmen aumenta o risco de ter aborto espontâneo. Não se sabe se a idade avançada (acima de 35 anos) do parceiro masculino aumenta o risco de ter aborto espontâneo.
As causas comuns em um feto incluem
Anomalias cromossômicas ou genéticas
Anomalias estruturais (defeitos congênitos)
Anomalias cromossômicas em um feto podem ser a causa de 50% dos abortos espontâneos. Abortos espontâneos devido a anomalias cromossômicas são mais comuns no início da gravidez.
Os problemas com a placenta incluem doenças crônicas mal controladas, tais como lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) e hipertensão arterial crônica.
A causa de abortos espontâneos recorrentes não pode ser determinada em até 50% das mulheres.
Diagnóstico do aborto espontâneo recorrente
Avaliação médica
Exames para identificar a causa
No caso de mulheres que sofreram dois ou mais abortos espontâneos, talvez seja o caso de elas consultarem um médico antes de tentarem engravidar novamente. O médico pode examiná-las à busca de anomalias genéticas ou estruturais e outros distúrbios que aumentam o risco de ter um aborto espontâneo. Por exemplo, o médico pode fazer:
Exames genéticos para verificar se existem anomalias cromossômicas na mãe e no pai
Um exame por imagem (por exemplo, um ultrassom, uma histerossonografia ou uma histerossalpingografia) para procurar por anomalias estruturais
Exames de sangue para verificar quanto à presença de determinados distúrbios, como a síndrome do anticorpo antifosfolípide, diabetes, alterações hormonais e distúrbios da tireoide
O diagnóstico de aborto espontâneo recorrente toma por base a mulher ter tido dois ou mais abortos espontâneos.
Tratamento do aborto espontâneo recorrente
Tratamento da causa, se possível
Algumas das causas de abortos espontâneos recorrentes podem ser tratadas, possibilitando assim uma gravidez bem-sucedida.