Considerações gerais sobre a infertilidade

PorRobert W. Rebar, MD, Western Michigan University Homer Stryker M.D. School of Medicine
Revisado/Corrigido: fev. 2024
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Fatos rápidos

A infertilidade é uma doença definida pela incapacidade de conseguir engravidar e/ou pela necessidade de intervenção médica para conseguir uma gravidez bem‑sucedida.

A infertilidade é definida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (American Society for Reproductive Medicine, ASRM). Mulheres com menos de 35 anos de idade sem nenhuma causa conhecida para infertilidade em si mesma ou no parceiro devem ser avaliadas por um médico após terem tido relações sexuais regulares e sem proteção por 12 meses. Mulheres a partir de 35 anos de idade devem ser avaliadas após seis meses.

Relações sexuais frequentes, sem controle de natalidade, geralmente resultam em gravidez:

  • Para 70% dos casais no prazo de três meses

  • Para 80% no prazo de seis meses

  • Para 90% em até um ano

Para maximizar a chance de engravidar, o casal deve ter relações sexuais com frequência nos seis dias antes e, sobretudo, nos três dias antes de os ovários liberarem um óvulo (ovulação). A ovulação geralmente ocorre na metade do ciclo menstrual, que ocorre aproximadamente 14 dias antes do primeiro dia da próxima menstruação.

Dois dos métodos mais comuns que a mulher pode usar para estimar quando ocorre a ovulação são:

  • Kits caseiros de previsão da ovulação (provavelmente a melhor maneira)

  • Medição da temperatura corporal em repouso (temperatura corporal basal)

Os kits caseiros de previsão da ovulação são o método mais exato que pode ser feito em casa, mas eles não são 100% exatos, pelo que algumas ovulações podem ser perdidas. Esses kits são usados ​​para detectar um aumento do hormônio luteinizante na urina (o hormônio luteinizante estimula os ovários a desencadear a ovulação). Geralmente, esse aumento ocorre de 24 a 36 horas antes da ovulação. As mulheres geralmente precisam repetir o exame durante vários dias consecutivos, portanto, os kits geralmente incluem de cinco a sete bastões. Os bastões podem ser mantidos sob um fluxo de urina ou mergulhados em urina coletada em um recipiente limpo.

Medir a temperatura corporal basal é outra opção. Se a mulher tiver menstruações regulares, medir a temperatura todos os dias antes de sair da cama pode ajudar a estimar o momento da ovulação. Uma diminuição sugere que a ovulação está prestes a ocorrer. Um aumento de 0,5 °C (0,9° F) ou mais sugere que a ovulação acabou de ocorrer. No entanto, esse método é demorado e não é confiável ou preciso. Na melhor das hipóteses, ele prevê a ovulação no prazo de dois dias após ter ocorrido.

Estimar quando a ovulação vai ocorrer (e, portanto, estimar qual é a melhor altura para ter relações sexuais) pode ser especialmente útil para casais que não têm relações sexuais com regularidade.

Causas da infertilidade

A infertilidade pode ser causada por problemas no parceiro masculino, na parceira feminina ou em ambos. A causa pode ser uma doença ou outro problema com a função reprodutora, tais como problemas de:

O consumo de uma grande quantidade de cafeína ou o tabagismo podem prejudicar a fertilidade na mulher e devem ser evitados.

A maioria dos estudos relatou que homens com mais de 45 anos de idade são menos férteis que homens mais jovens.

Diagnóstico da infertilidade

  • Avaliação médica

  • Vários exames, dependendo da causa suspeita

O diagnóstico da infertilidade exige uma avaliação detalhada de ambos os parceiros. Geralmente, a avaliação é feita após pelo menos um ano de tentativas. No entanto, é feita mais cedo se

  • A mulher tem mais de 35 anos de idade (normalmente depois de seis meses tentando engravidar).

  • A menstruação não ocorre com frequência.

  • A mulher tem uma anomalia conhecida no útero, nas trompas de Falópio ou nos ovários (inclusive, por exemplo, ter apenas um ovário).

  • O médico identificou ou suspeita da presença de problemas de espermatozoides do homem.

Exames costumam ser realizados tanto para o futuro pai como para a futura mãe para descobrir a causa. Os exames podem incluir

  • Exames de sangue: Para medir os hormônios envolvidos na liberação de óvulos (ovulação) pelos ovários, como, por exemplo, o hormônio folículo-estimulante

  • Ultrassom ou outros exames de imagem: Para verificar se há anomalias do útero ou das trompas de Falópio

  • Análise de sêmen: Para verificar se há distúrbios dos espermatozoides

Tratamento da infertilidade

  • Tratamento da causa

  • Às vezes, medicamentos

  • Às vezes, tecnologias de reprodução assistida

  • Fazer mudanças para remover ou diminuir o efeito dos fatores de risco, tais como cessação do tabagismo

Mesmo quando nenhuma causa específica de infertilidade consegue ser identificada, os futuros pais ainda podem se beneficiar do tratamento. Nesses casos, a mulher pode receber medicamentos que estimulam o amadurecimento e a liberação de vários óvulos – medicamentos para fertilidade. Exemplos disso são o clomifeno, letrozol e gonadotrofinas humanas. Esses medicamentos são mais úteis para as mulheres que têm problemas de ovulação.

Alternativamente, é possível que o médico use tecnologias de reprodução assistida ou outros procedimentos, tais como:

  • O processo de inseminação intrauterina inclui selecionar apenas os espermatozoides mais ativos que são então colocados diretamente no útero.

  • A fertilização in vitro (FIV) inclui estimular os ovários, coletar óvulos maduros, fertilizar os óvulos com espermatozoides em placas de Petri (in vitro), desenvolver os embriões em meio de cultura e, depois, implantar um ou mais embriões no útero da mulher.

Medicamentos para fertilidade e tecnologias de reprodução assistida podem causar gestação múltipla (por exemplo, gêmeos ou trigêmeos).

As pessoas com infertilidade também podem fazer mudanças para minimizar certos fatores de risco. Por exemplo, recomenda-se a cessação do tabagismo para pessoas que fumam, a perda de peso para pacientes com sobrepeso, nenhum consumo ou consumo moderado de álcool e o consumo de uma dieta equilibrada (com vitaminas, se necessário).

Enquanto um casal está recebendo tratamento para infertilidade, um ou ambos os parceiros podem sentir frustração, estresse emocional, sentimentos de inadequação e culpa. A pessoa pode sentir esperança e desespero alternadamente. Uma vez que ela se sente isolada e incapaz de se comunicar, a pessoa pode sentir irritação ou ressentimento contra o parceiro, pessoas da família, amigos ou o médico. O estresse emocional pode levar a fadiga, ansiedade, sono ou transtornos alimentares, além de incapacidade de se concentrar. Além disso, o ônus financeiro e o tempo necessário envolvidos no diagnóstico e tratamento podem causar desgaste no relacionamento.

O controle do estresse do tratamento de infertilidade pode ser melhorado se ambos os parceiros estiverem envolvidos no processo e receberem informações sobre o processo de tratamento (incluindo sua duração). Saber o que esperar e a chance de sucesso podem ajudar futuros pais a lidar com o estresse.

Algumas perguntas a serem feitas antes ou durante o tratamento incluem

  • Quando encerrar o tratamento

  • Quando procurar uma segunda opinião

  • Quando considerar uma adoção

Por exemplo, se a gravidez não ocorrer após três anos de tentativas ou após dois anos de tratamento para infertilidade, a chance de engravidar é muito baixa.

Aconselhamento e apoio psicológico, incluindo grupos de apoio, tais como o RESOLVE e o Family Equality, podem ajudar.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que o MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.

  1. Organização Mundial da Saúde (OMS): Infertilidade: Informações sobre a definição de infertilidade e taxas de prevalência global estimadas

  2. RESOLVE: The National Infertility Association: Informações gerais sobre a infertilidade, possíveis tratamentos e soluções (por exemplo, adotar ou usar uma barriga de aluguel) e questões financeiras, bem como links para grupos de apoio, formas de controlar o estresse, conselhos para amigos e família e recursos para ajudar as pessoas LGBTQ+ a terem filhos

  3. Igualdade familiar: Informações sobre engravidar (incluindo custos) e sobre adoção, educação dos pais e questões legais relacionadas à comunidade LGBTQ

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