Oligodrâmnio

PorAntonette T. Dulay, MD, Main Line Health System
Revisado/Corrigido: mar. 2024
Visão Educação para o paciente

Oligoidrâmnio é o volume de líquido amniótico abaixo do esperado para a idade gestacional; está associado a complicações maternas e fetais. O diagnóstico é por medição ultrassonográfica do volume de líquido amniótico. O tratamento envolve monitoramento fetal atento e avaliações ultrassonográficas seriadas.

As causas mais comuns de oligoidrâmnio incluem:

Complicações

Complicações de oligoidrâmnio incluem:

  • Restrição do crescimento intrauterino

  • Contraturas dos membros (se o oligoidrâmnio começar cedo na gestação)

  • Maturação pulmonar incompleta ou atrasada (se o oligoidrâmnio começa cedo na gestação)

  • Incapacidade do feto de tolerar o trabalho de parto, levando à necessidade de cesárea

  • Morte fetal

O risco de complicações depende da quantidade de líquido amniótico e da etiologia.

Sinais e sintomas da oligoidrâmnio

Oligoidrâmnio por si só tende a não causar sintomas maternos além de uma sensação de diminuição do movimento fetal. O tamanho do útero pode ser menor que o esperado com base na idade gestacional.

Distúrbios que causam ou contribuem para oligoidrâmnio podem provocar os sintomas.

Diagnóstico do oligoidrâmnio

  • Medição ultrassonográfica do volume de líquido amniótico

  • Exame fetal ultrassonográfico abrangente, incluindo avaliação das malformações fetais

  • Testes para causas maternas suspeitas clinicamente

Pode-se suspeitar de oligoidrâmnio se o tamanho do útero for menor do que o esperado para a idade gestacional ou se os movimentos fetais são reduzidos; também pode-se suspeitar deles com base em resultados ultrassonográficos acidentais. Entretanto, as estimativas qualitativas do volume de líquido amniótico tendem a ser subjetivas. Se houver suspeita de oligoidrâmnio, deve-se avaliar o líquido amniótico quantitativamente utilizando o índice de líquido amniótico (ILA) ou bolsa mais profunda única (BMPU).

Não é possível medir o volume do líquido amniótico diretamente. Portanto, uma baixa quantidade de líquido é definida indiretamente com base em um dos seguintes critérios ultrassonográficos:

  • ILA ≤ 5 cm: ILA é a soma da profundidade vertical do líquido medida em cada quadrante do útero; ILA normal varia de > 5 a < 24 cm.

  • BMPU < 2 cm: BMPU é uma medida da bolsa mais profunda do líquido amniótico; BMPU normal é ≥ 2 a < 8 cm.

Comparando o ILA e o BMPU, parece não haver uma medida que seja superior em termos de prevenção de desfechos perinatais adversos. Ambos têm suas limitações: o ILA muitas vezes resulta em sobrediagnóstico de oligo-hidrâmnio; o BMPU resulta em sobrediagnóstico de poli-hidrâmnio (1, 2).

Identificação da causa

Se o oligohidrâmnio for diagnosticado, os clínicos devem verificar possíveis causas, incluindo rompimento prematuro das membranas. Exame ultrassonográfico abrangente é feito para verificar se há malformações fetais e placentárias e quaisquer causas evidentes (p. ex., descolamento prematuro da placenta).

Os médicos podem oferecer amniocentese e cariotipagem fetal se a ultrassonografia sugere malformações fetais ou aneuploidia.

Se suspeita-se de insuficiência útero-placentária e detectar-se restrição do crescimento intrauterino, avalia-se a artéria umbilical utilizando ultrassonografia com Doppler.

Referências sobre diagnóstico

  1. 1. Kehl S, Schelkle A, Thomas A, et al: Single deepest vertical pocket or amniotic fluid index as evaluation test for predicting adverse pregnancy outcome (SAFE trial): A multicenter, open-label, randomized controlled trial. Ultrasound Obstet Gynecol 47 (6):674–679, 2016. doi: 10.1002/uog.14924

  2. 2. Nabhan AF, Abdelmoula YA: Amniotic fluid index versus single deepest vertical pocket as a screening test for preventing adverse pregnancy outcome. Cochrane Database Syst Rev 2008 (3):CD006593, 2008. doi:10.1002/14651858.CD006593.pub2

Tratamento do oligoidrâmnio

  • Ultrassonografia seriada para determinar o índice de líquido amniótico (ILA) ou bolsa mais profunda única (BMPU) e monitorar o crescimento fetal

  • Teste sem estresse ou perfil biofísico

As pacientes podem ser internadas para tratamento. Se forem tratados ambulatorialmente, o estado fetal deve ser monitorado uma ou duas vezes por semana com medida ultrassonográfica do ILA ou SDP e teste sem estresse ou perfil biofísico (1). Deve-se fazer uma ultrassonografia para medir o crescimento fetal a cada 2 a 4 semanas (a cada 2 semanas se o crescimento for limitado).

A maioria dos especialistas recomenda o parto o mais cedo possível, entre 36 e 37 semanas e 6 dias, para oligohidrâmnio isolado e sem complicações, ou no momento do diagnóstico se for detectado a partir de 37 semanas (2). Mas essa abordagem não mostrou prevenir a morte fetal. O momento ideal para o parto é controverso e pode variar com base nas características da paciente e complicações fetais.

Referências sobre o tratamento

  1. 1. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG): ACOG Committee Opinion, Number 828: Indications for Outpatient Antenatal Fetal Surveillance. Obstet Gynecol. 2021;137(6):e177-e197. doi:10.1097/AOG.0000000000004407

  2. 2. American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Obstetric Practice, Society for Maternal-Fetal Medicine: Medically indicated late-preterm and early-term deliveries: ACOG Committee Opinion, Number 831. Obstet Gynecol 138 (1):e35–e39, 2021. doi: 10.1097/AOG.0000000000004447

Pontos-chave

  • O oligo-hidrâmnio consiste em um volume de líquido amniótico abaixo do esperado para a idade gestacional.

  • Oligoidrâmnio pode ser causado por insuficiência uteroplacentária, fármacos, anomalias fetais ou ruptura das membranas.

  • Ele pode causar problemas no feto (p. ex., restrição de crescimento, contraturas de membros, morte, maturação pulmonar atrasada, incapacidade de tolerar o trabalho de parto).

  • Se houver suspeita de oligoidrâmnio, determinar o índice de líquido amniótico ou bolsa mais profunda única e testar possíveis causas (incluindo fazer uma avaliação ultrassonográfica abrangente).

  • Admitir ao hospital para monitoramento, ou, se for tratada ambulatorialmente, monitorar ILA ou SDP e fazer um teste sem estresse ou perfil biofísico 1 ou 2 vezes por semana. Medir o crescimento fetal com ultrassonografia a cada 2 a 4 semanas.

  • A maioria dos especialistas recomenda o parto o mais cedo possível, entre 36 e 37 semanas e 6 dias, ou no momento do diagnóstico se este ocorrer a partir de 37 semanas (embora o momento ideal para o parto varie com base no contexto clínico).

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