Mortalidade materna e mortalidade perinatal

PorAntonette T. Dulay, MD, Main Line Health System
Revisado/Corrigido: mar. 2024
Visão Educação para o paciente

    A mortalidade materna é definida como a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de 42 dias do término da gestação, independentemente da duração e do local da gestação, por qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação ou seu manejo, mas não por causa acidental ou causas incidentais.

    Em 2021, a taxa de mortalidade materna nos Estados Unidos foi de 32,9 mortes/100.000 nascidos vivos, em comparação com uma taxa de 23,8 em 2020 e 20,1 em 2019 (1). A taxa de mortalidade materna é maior nos Estados Unidos do que em países europeus (p. ex., Alemanha, Países Baixos, Polônia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido). (Ver tabela Razões de mortalidade materna em países selecionados, 2020.)

    Tabela
    Tabela

    As disparidades por raça e etnia na taxa de mortalidade materna são significativas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, as taxas em 2021 foram mais altas em mulheres negras não hispânicas (69,9/100.000), em comparação com 28/100.000 em mulheres hispânicas e 26,6/100.000 em mulheres brancas não hispânicas (1). No Brasil, a mortalidade materna é aproximadamente 5 vezes maior em mulheres de ascendência africana do que em mulheres brancas (2). No Reino Unido, a taxa é mais de 5 vezes maior em mulheres negras do que em mulheres brancas (3).

    Em todo o mundo em 2013, a porcentagem aproximada de mortes maternas ocorreu da seguinte forma (4):

    • Anteparto: 25%

    • Intraparto e pós-parto: 28%

    • Pós-parto tardio: 36%

    • Mais de 42 dias, mas menos de 1 ano após o parto: cerca de 12%

    Estatísticas de morte materna incluem causas obstétricas diretas e indiretas. As causas mais comuns da morte materna em todo o mundo são (5)

    Em geral, vários fatores contribuem para a mortalidade materna (6), incluindo

    • Atraso na decisão de procurar atendimento

    • Atraso na chegada a uma instituição de saúde apropriada (muitas vezes por causa da distância ou falta de transporte)

    • Atraso no recebimento de atendimento adequado em uma instituição de saúde

    Cerca de 4 de 5 mortes maternas são preveníveis (7).

    Taxa de mortalidade perinatal é a morte de um feto no final de uma gestação ou a morte de um recém-nascido. As definições variam, mas uma definição da taxa de mortalidade perinatal é o número de mortes de neonatos < 7 dias de idade e fetos ≥ 28 semanas de gestação por 1.000 nascidos vivos.

    A taxa de mortalidade perinatal nos Estados Unidos em 2021 foi de 5,5 mortes perinatais por 1.000 nascidos vivos (8). A taxa caiu 30% de 1990 a 2011, permaneceu estável de 2011 a 2016 e diminuiu 4% de 2017 a 2019.

    As taxas por raça e etnia da mãe foram

    • 4,7 para crianças de mulheres brancas não hispânicas

    • 9,5 para filhos de mulheres negras não hispânicas

    • 4,9 para filhos de mulheres hispânicas

    As causas da morte perinatal incluem causas de natimorto e morte neonatal. As causas de natimorto podem ser fetais, maternas ou placentárias (ver tabela Algumas causas e fatores de risco de natimortos).

    O período neonatal é definido como os primeiros 28 dias de vida. A maioria dos mortes neonatais (75%) ocorrem 7 dias após o nascimento (ver World Health Organization: Newborn Mortality). Em 2019, as principais causas de morte neonatal em todo o mundo foram parto prematuro, complicações relacionadas ao parto (asfixia ou falta de respiração ao nascimento), infecções e defeitos congênitos.

    Referências sobre mortalidade materna e perinatal

    1. 1. Hoyert DL. Maternal mortality rates in the United States, 2021. Centers for Disease Control and Prevention: National Center for Health Statistics Health, E-Stats, 2023. doi: https://dx.doi.org/10.15620/cdc:124678

    2. 2. Small M, Allen T, Brown HL: Global disparities in maternal morbidity and mortality. Semin Perinatol 41 (5): 318–322, 2017. doi: 10.1053/j.semperi.2017.04.009

    3. 3. Knight M, Bunch K, Kenyon S, Tuffnell D, Kurinczuk JJ: A national population-based cohort study to investigate inequalities in maternal mortality in the United Kingdom, 2009-17. Paediatr Perinat Epidemiol. 2020;34(4):392-398. doi:10.1111/ppe.12640

    4. 4. Kassebaum NJ, Bertozzi-Villa A, Coggeshall MS: Global, regional, and national levels and causes of maternal mortality during 1990–2013: A systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet 13;384 (9947):980–1004, 2014. doi: 10.1016/S0140-6736(14)60696-6

    5. 5. Say L, Chou D, Gemmill A, et al: Global causes of maternal death: A WHO systematic analysis. Lancet Glob Health 2 (6):e323–33, 2014. doi: 10.1016/S2214-109X(14)70227-X

    6. 6. Barnes-Josiah D, Myntti C, Augustin A: The “three delays” as a framework for examining maternal mortality in Haiti. Soc Sci Med 46 (8):981–993, 1998. doi: 10.1016/s0277-9536(97)10018-1

    7. 7. Trost SL, Beauregard J, Njie F, et al: Pregnancy-Related Deaths: Data from Maternal Mortality Review Committees in 36 US States, 2017-2019. Atlanta, GA: Centers for Disease Control and Prevention, US Department of Health and Human Services; 2022

    8. 8. Valenzuela CP, Gregory ECW, Martin JA: Perinatal Mortality in the United States, 2020-2021. NCHS Data Brief. 2023;(489):1-8

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