Hérnia inguinal em neonatos
Hérnias inguinais se desenvolvem mais frequentemente nos neonatos do sexo masculino, particularmente nos pré-termo (caso em que a incidência é cerca de 10%). O lado direito é afetado mais comumente, e cerca de 10% das hérnias inguinais são bilaterais.
Como essas hérnias podem encarcerar, deve-se fazer a correção logo após o diagnóstico. Para prematuros, a reparação cirúrgica só deve ser feita após eles terem alcançado 2 kg de peso. Já as hérnias umbilicais raramente encarceram, fecham espontaneamente após alguns anos e, geralmente, não necessitam de reparo cirúrgico.
Perfuração gástrica em neonatos
Nos neonatos, perfurações gástricas são geralmente espontâneas e tipicamente ocorrem na primeira semana de vida. Embora no geral isso seja uma ocorrência rara, a perfuração é mais comum entre neonatos pré-termo do que em nascidos a termo.
A etiologia da perfuração gástrica é incerta, mas a perfuração pode ser consequência de defeitos congênitos na parede do estômago, geralmente ao longo da grande curvatura. O abdome torna-se distendido de repente, o recém-nascidos desenvolvem agonia respiratória e radiografia abdominal pode revelar pneumoperitônio considerável.
A taxa de mortalidade dessa doença é alta (25%), maior em prematuros (60%). O prognóstico é geralmente bom após o reparo cirúrgico da perfuração.
Perfuração ileal em neonatos
A perfuração do íleo é outra doença rara mais comum nos lactentes de peso muito baixo ao nascer (< 1.500 g) e durante as 2 primeiras semanas de vida. Ela foi associada à corioamnionite, uso de glicocorticoide pós-natal, e terapia com indometacina para fechar um canal arterial patente.
A etiologia da perfuração ileal é incerta, mas pode estar relacionada com um defeito muscular na parede do íleo ou a um problema com a óxido nítrico sintetase e isquemia local resultantes da vasoconstrição.
O tratamento da perfuração ileal é estabilização com líquidos IV e antibióticos, seguidos de reparo cirúrgico.
Oclusão arterial mesentérica em neonatos
Trombo mural ou embolia pode ocluir uma artéria mesentérica após introdução de catéter na artéria umbilical. Tal ocorrência é extremamente rara, mas pode causar infarto intestinal extenso, com necessidade de cirurgia e ressecção intestinal.