Como fazer canulação da veia subclávia infraclavicular

PorPaula Ferrada, MD, VCU Health System
Revisado/Corrigido: jun. 2020
Visão Educação para o paciente

A canulação percutânea da veia subclávia utiliza pontos de referência anatômicos para orientar a punção venosa e uma técnica de Seldinger para introduzir um catéter venoso central através da veia subclávia até a veia cava superior. Utilizam-se duas abordagens (infraclavicular e supraclavicular); a abordagem infraclavicular é descrita aqui.

A canulação da veia subclávia é popular. Ao contrário da veia jugular interna ou veia axilar, há pouca variabilidade na anatomia subclávia normal; assim, as punções com agulha errôneas (p. ex., da artéria subclávia ou pleura) são menos prováveis. Entretanto, as complicações resultantes da punção vascular errônea (sangramento de tecidos moles, hematoma, hemotórax e pneumotórax) podem ser mais graves do que em outros locais de inserção do catéter venoso central (CVC) porque o local da punção venosa está sob a clavícula e, assim, não pode ser monitorado nem comprimido.

O uso de orientação ultrassonográfica mostrou reduzir as complicações procedurais do cateterismo da veia subclávia, mas ainda não é amplamente recomendado ou praticado.

(Ver também Acesso vascular, Cateterismo venoso central e Como fazer canulação da veia subclávia guiada por ultrassom.)

Indicações

  • Acesso venoso seguro ou a longo prazo que não está disponível em outros locais

  • Incapacidade de obter acesso venoso periférico ou infusão intraóssea

  • Infusão IV de líquidos e fármacos para pacientes com parada cardiorrespiratória

  • Infusão IV de líquidos concentrados ou irritantes

  • Infusão IV de altos fluxos ou grandes volumes de líquidos além do que é possível utilizando catéteres venosos periféricos

  • Monitoramento da pressão venosa central (PVC)

  • Hemodiálise ou plasmaférese*

  • Estimulação cardíaca transvenosa ou monitoramento com catéter de artéria pulmonar (catéter de Swan-Ganz)†

* A veia subclávia pode ser menos preferida para catéteres rígidos (por causa da dificuldade de contornar a curva acentuada da veia cava superior) ou catéteres de hemodiálise de grosso calibre (que podem causar estenose venosa que torna o braço ipsilateral inadequado para a colocação de derivação arteriovenosa).

† Para estimulação cardíaca transvenosa e monitoramento da artéria pulmonar, tipicamente é preferível canulação da veia jugular interna ou da veia subclávia esquerda.

Um CVC subclávio é preferível para acesso venoso a longo prazo em pacientes não acamados (p. ex., pacientes ambulatoriais que exigem nutrição parenteral, antibióticos, quimioterapia).

Contraindicações

Contraindicações absolutas

  • Trombose da veia subclávia

  • Fratura da clavícula ou arcos costais proximais

  • Infecção local na área de inserção

  • Catéter impregnado de antibiótico em paciente alérgico

Contraindicações relativas

  • Doença pulmonar unilateral: canulação ipsilateral.

  • Distorção anatômica unilateral, traumática ou congênita sem pneumotórax: fazer a canulação contralateralmente.

  • Marca-passo/desfibrilador cardíaco: não fazer canulação da veia utilizada para as derivações do marca-passo.

  • Obesidade macroscópica: como a veia axilar é profunda e o plexo braquial está adjacente, pode-se fazer canulação da veia axilar somente em pacientes magros.

  • Crianças pequenas e lactentes: a canulação da veia subclávia é a última opção para inserção de CVC em crianças pequenas e lactentes por causa da anatomia desfavorável, incluindo a proximidade da veia com a pleura e a artéria subclávia.

  • Coagulopatia, incluindo anticoagulação terapêutica*

  • Obesidade macroscópica

  • Síndrome da veia cava superior maligna

  • Insuficiência cardiorrespiratória grave ou aumento da pressão intracraniana ou intraocular: esses pacientes serão comprometidos pelo posicionamento em Trendelenburg (cabeça para baixo).

  • História de cateterização prévia da veia central pretendida

  • Paciente não cooperativo: sedar, se necessário.

  • Bloqueio de ramo esquerdo: fio-guia ou catéter no ventrículo direito pode induzir bloqueio cardíaco completo.

* Anticoagulação terapêutica (p. ex., para embolia pulmonar) aumenta o risco de sangramento com a canulação da veia subclávia, mas isso deve ser ponderado em relação ao maior risco de trombose (p. ex., acidente vascular encefálico) se a anticoagulação é revertida. Discutir qualquer reversão prevista com o médico responsável pela anticoagulação do paciente e então com o paciente. Um acesso femoral pode ser preferível.

Complicações

(Ver também Complicações do acesso venoso central.)

As complicações são

  • Pneumotórax [maior risco por causa da pleura apical (especialmente no lado esquerdo) está próxima da via de inserção da agulha]

  • Punção arterial

  • Hematoma (risco maior porque a clavícula impede a aplicação de pressão externa para interromper o sangramento arterial ou venoso subclávio)

  • Dano à veia

  • Hemotórax

  • Embolia aérea

  • Posicionamento incorreto do catéter* (p. ex., veia jugular interna ou duto torácico)

  • Arritmias ou perfuração atrial, geralmente causadas por fio-guia ou catéter

  • Lesão nervosa

  • Infecção

  • Trombose (decorrente do próprio catéter)

* Complicações raras decorrentes do posicionamento incorreto do catéter incluem cateterismo arterial, hidrotórax, hidromediastino e lesão da valva atrioventricular direita.

Embolia por fio-guia ou catéter também raramente ocorre.

Para reduzir o risco de trombose venosa e sepse do catéter, deve-se remover os CVCs assim que não forem mais necessários.

Equipamento

Procedimento estéril, proteção de contato

  • Solução antisséptica (p. ex., clorexidina-álcool, iodopovidona, álcool)

  • Grandes campos estéreis, toalhas

  • Toucas, máscaras, aventais, luvas estéreis

  • Protetores faciais

Técnica de Seldinger (catéter sobre o fio-guia)

  • Monitor cardíaco

  • Anestésico local (p. ex., lidocaína a 1% sem adrenalina, cerca de 5 mL)

  • Agulha anestésica pequena (p. ex., calibre 25 a 27, 3 cm de comprimento)

  • Agulha anestésica/localizadora grande* (calibre 22, cerca de 4 cm de comprimento)

  • Agulha introdutora (p. ex., parede fina, calibre 18 ou 16, com canhão chanfrado internamente, cerca de 6 cm de comprimento)

  • Seringas de 3 e 5 mL (utilizar seringas com ponta deslizante para as agulhas localizadoras e introdutoras)

  • Fio-guia, em forma de J

  • Bisturi (lâmina de tamanho #11)

  • Dilatador

  • Catéter venoso central (adulto: 8 F ou maior, comprimento mínimo do catéter para veia subclávia é de 20 cm para o lado direito e 24 cm para o lado esquerdo)

  • Gaze estéril (p. ex., quadrados de 10 × 10 cm)

  • Soro fisiológico estéril para lavagem da(s) porta(s) do catéter

  • Sutura de seda ou náilon não absorvível (p. ex., 3-0 ou 4-0)

  • Adesivo de clorexidina, curativo oclusivo transparente

* Agulha localizadora é uma mais fina utilizada para localizar a veia antes de inserir a agulha introdutora. É opcionalmente utilizada para canulação da veia subclávia não guiada por ultrassonografia.

A ajuda de um ou dois assistentes é útil.

Considerações adicionais

  • Algumas vezes as tentativas de canulação falham. Não exceder 2 ou 3 tentativas (o que aumenta o risco de complicações) e utilizar equipamentos novos a cada tentativa (isto é, não reutilizar agulhas, catéteres ou outros equipamentos porque podem ter sido bloqueados por tecido ou sangue).

  • Durante a parada cardiopulmonar, ou mesmo quando há hipotensão arterial e hipóxia, o sangue arterial pode estar escuro e não pulsátil e pode-se confundi-lo com sangue venoso.

  • Se a artéria subclávia é canulada erroneamente pelo dilatador tecidual ou CVC, manter o dilatador ou o catéter no local e agendar consulta para possível remoção cirúrgica.

Anatomia relevante

  • Sobrepondo-se superiormente ao primeiro arco costal, em sequência de anterior para posterior, estão a clavícula, a veia subclávia, o músculo escaleno anterior e a artéria subclávia.

  • Imediatamente medial à junção dos terços medial e médio da clavícula, a veia subclávia é ligada por tecido fibroso ao primeiro arco costal e à clavícula, estabilizando sua posição e diâmetro. Nesse local, o tamanho da veia subclávia é apenas ligeiramente afetado pela respiração, posição de Trendelenburg ou manobra de Valsalva. Essa região da veia é o alvo pretendido da punção da veia subclávia utilizando a abordagem infraclavicular.

  • A abordagem infraclavicular é a mais comum, e usa-se um dos dois locais de inserção na pele: 1 a 2 cm inferior à clavícula na junção de seus terços medial e médio, ou imediatamente abaixo da clavícula no seu ponto médio. Agulhas são avançadas medialmente ao longo de um plano coronal (frontal) — contornando sob a clavícula — em direção à incisura esternal. No primeiro local, o primeiro arco costal subjacente oferece proteção contra pneumotórax. No segundo local (ponto médio da clavícula), é necessário menos esforço para manter o ângulo de inserção superficial que mantém a agulha no plano coronal.

  • A canulação da veia subclávia direita, versus esquerda, é às vezes preferível porque evita o ducto torácico e porque o ápice pleural direito é mais baixo do que o esquerdo. Algumas vezes, prefere-se a canulação à esquerda (especialmente para o cateterismo arterial pulmonar) porque isso possibilita uma via com menos angulação, mais direta, à veia cava superior, com menor probabilidade de, erroneamente, cateterizar a veia jugular interna.

Posicionamento

  • Elevar o leito até uma altura confortável para o profissional (isto é, de modo que seja possível permanecer em pé ao realizar o procedimento).

  • Colocar o paciente em decúbito dorsal ou na posição de Trendelenburg (leito inclinado com a cabeça para baixo em 10 a 20º) para evitar embolia aérea.

  • Manter o braço do paciente aduzido e a cabeça em posição neutra.

  • Permanecer em pé ao lado do leito.

Descrição passo a passo do procedimento

  • Realizar inspeção preliminar (não estéril) para identificar a incisura esternal, a curvatura posterior da clavícula, a junção dos terços medial e médio da clavícula e o ponto médio da clavícula.

  • Conectar o monitor cardíaco ao paciente e ligá-lo.

Preparar o equipamento

  • Colocar equipamentos estéreis em bandejas de equipamentos esterilizadas cobertas.

  • Utilizar roupas estéreis e proteção de contato.

  • Colocar o anestésico local em uma seringa.

  • Opcional: anexar uma agulha localizadora a uma seringa de 5 mL com 1 a 2 mL de soro fisiológico estéril.

  • Anexar a agulha introdutora a uma seringa de 5 mL com 1 a 2 mL de soro fisiológico estéril. Alinhar o bisel da agulha às marcações de volume na seringa.

  • Pré-lavar todos os acessos do CVC com 3 a 5 mL de soro fisiológico estéril e então fechar as portas com tampas ou seringas.

Ao lavar uma linha central, utilizar seringa de 10 mL (ou uma de diâmetro igual ou maior) e não pressionar demais para evitar a ruptura da linha.

Preparar o campo estéril

  • Limpar uma ampla área da pele com solução antisséptica, abrangendo toda a área clavicular, bem como a parte lateral do pescoço e tórax anterior abaixo do mamilo ipsolateral. Criar essa ampla área estéril possibilita mudar imediatamente para canulação da veia jugular interna, se essa canulação da veia subclávia falhar.

  • Deixar a solução antisséptica secar por pelo menos 1 minuto.

  • Colocar toalhas estéreis ao redor do local.

  • Colocar campos estéreis grandes (p. ex., campo de corpo inteiro) para estabelecer uma grande área estéril.

Estabelecer a via de inserção da agulha (veia subclávia, abordagem infraclavicular)

  • Colocar a ponta do dedo indicador da mão mais próximo da cabeceira do leito na incisura esternal e o polegar no ponto médio da clavícula.

  • O trajeto de inserção da agulha: inserir as agulhas para o procedimento (agulha com anestésico local e agulha introdutora) imediatamente inferior ao ponto médio da clavícula (ou 1 a 2 cm inferior à junção dos terços medial e médio da clavícula), em um ângulo superficial na pele, e — circundando a parte inferior da clavícula — apontar em direção à incisura esternal.

  • Provavelmente será necessário empurrar para baixo a pele lateralmente até o ponto de inserção da agulha para manter a orientação necessária, quase horizontal, da seringa e da agulha.

Anestesiar o local de canulação

  • Aplicar o anestésico criando uma pápula no ponto de entrada da agulha, e então injetar anestésico na pele e nos tecidos moles ao longo da via prevista de inserção da agulha. Aplicar anestesia extra ao periósteo altamente sensível à dor na parte inferior da clavícula. Manter uma leve pressão negativa no êmbolo da seringa à medida que avança para identificar o posicionamento intravascular e evitar uma injeção intravascular.

    Se há retorno de sangue na seringa, parar de avançar, manter a seringa no lugar e agora considerar essa agulha como uma agulha localizadora. Começar a avaliar o retorno sanguíneo como abaixo.

Inserir a agulha introdutora (ou agulha localizadora, opcional)

  • Inserir a agulha introdutora (ou, opcionalmente, uma agulha localizadora), com o bisel voltado para a via de inserção da agulha.

  • Manter pressão negativa suave no êmbolo da seringa à medida que avança a agulha.

  • Parar de avançar quando um pouco de sangue aparece no corpo da seringa (é possível sentir a agulha atravessar a parede do vaso ao adentrar no lúmen). Manter a seringa imóvel nesse local. Mesmo um pequeno movimento pode deslocar a ponta da agulha da veia.

    Se a canulação é difícil, pode-se tentar colocar uma pequena toalha enrolada sob o ombro ipsolateral do paciente ou aplicar tração caudal (5 cm) no braço.

    Se nenhum jato de sangue aparecer no corpo da seringa após 3 a 4 cm de inserção, retirar a agulha lentamente. Se a agulha inicialmente atravessou completamente a veia, um jato pode aparecer ao retirar a ponta da agulha de volta ao lúmen. Se um jato ainda não aparecer, retire a agulha quase até a superfície da pele, mude a direção e tente avançar novamente a agulha na veia. Não mudar a direção da agulha enquanto ela está totalmente inserida.

Avaliar o retorno venoso

  • Continuar mantendo a seringa imóvel.

  • Segurar firmemente o canhão da agulha e mantê-la imóvel.

  • Remover a seringa do canhão da agulha e deixar o sangue fluir brevemente para confirmar que o sangue é venoso (isto é, vermelho-escuro e escoando, mas não pulsátil). A seguir, cobrir imediatamente o canhão com o polegar para interromper o fluxo sanguíneo e evitar embolia gasosa.

Entretanto, se o sangue é vermelho vivo e for pulsátil (arterial), interromper o procedimento. Remover a agulha e utilizar quadrados de gaze de 10 × 10 cm para manter pressão externa sobre a área durante 10 minutos e diminuir o sangramento do local da punção. Deve-se monitorar atentamente o paciente à procura de desenvolvimento de hemotórax e hemorragia (p. ex., controles seriados de sinais vitais, exame físico, possivelmente uma radiografia de tórax).

Opcional: utilizar a agulha localizadora para orientar a inserção da agulha introdutora

Se, nesse ponto, uma agulha localizadora foi inserida (ou uma agulha anestésica que encontrou a veia), agora essa agulha será utilizada para orientar a inserção da agulha introdutora.

  • Segurar a seringa introdutora com o bisel da agulha virado para baixo.

  • Utilizar um dos dois métodos de inserção: remover a agulha localizadora e inserir imediatamente a agulha introdutora ao longo do mesmo trajeto, ou manter a agulha localizadora no lugar e inserir a agulha introdutora inferiormente ao lado dela, mas direcionada ligeiramente para cima, apontando para o mesmo ponto de punção venosa que a agulha localizadora.

  • Parar de avançar a agulha introdutora e mantê-la imóvel quando um pouco de sangue aparece no corpo da seringa.

  • Se a agulha localizadora não tiver sido removida, remova-a agora.

  • Avaliar o fluxo sanguíneo da agulha introdutora como descrito anteriormente em Avaliar o retorno sanguíneo.

Venopuntura da subclávia

Essa figura mostra a posição da mão durante a punção da veia subclávia (abordagem infraclavicular).

Inserir o fio-guia

  • Girar cuidadosamente a agulha introdutora de modo que agora o bisel da agulha aponte para a parte inferior (isto é, longe da veia jugular interna e em direção ao coração).

  • Inserir a extremidade curva em J do fio-guia na agulha introdutora, com a curva em J voltada para baixo (isto é, na mesma direção do bisel da agulha).

  • Avançar o fio-guia através da agulha e até a veia. Não forçar o fio; ele deve correr suavemente. Avançar o fio 20 cm ou até ocorrerem batimentos cardíacos ectópicos (retirar a partir desse ponto até a ectopia parar).

Se sentir alguma resistência ao avançar o fio-guia, parar de avançá-lo. Tentar remover delicadamente o fio, girá-lo ligeiramente, então avançá-lo novamente ou tentar removê-lo completamente, restabelecer a ponta da agulha dentro da artéria (confirmada pelo retorno de sangue venoso) e, em seguida, reinserir o fio.

Entretanto, se sentir alguma resistência ao remover o fio, interromper o procedimento e retirar a agulha e o fio-guia juntos como uma unidade (para evitar que a ponta da agulha rompa o fio-guia dentro do paciente). Em seguida utilizar quadrados de gaze de 10 × 10 cm por 10 minutos para manter pressão externa sobre a área e ajudar a prevenir sangramentos e hematomas.

Depois que o fio-guia foi inserido, continue segurando-o firmemente no lugar com uma mão e controlando-o durante o restante do procedimento.

Remover a agulha introdutora (após inserção bem-sucedida do fio-guia)

  • Primeiro, manter firmemente o fio-guia distal à agulha e puxá-la da pele.

  • Em seguida, segurar firmemente o fio-guia na superfície da pele e deslizar a agulha ao longo da extensão restante do fio-guia para remover a agulha.

Alargar o trato de inserção

  • Estender o local de inserção da pele: utilizando o bisturi, fazer uma pequena incisão (cerca de 4 mm) no local de inserção da pele, evitando contato com o fio-guia, para ampliar o local e possibilitar que acomode os maiores diâmetros do dilatador de tecido e do catéter.

  • Avançar o dilatador de tecidos sobre o fio-guia: primeiro, segurar o fio-guia na pele e deslizar o dilatador para baixo ao longo do comprimento do fio em direção à pele. Em seguida, segurar o fio imediatamente distal ao dilatador, manter o dilatador próximo da superfície da pele e utilizar um movimento espiralado conforme necessário para inserir gradualmente toda a extensão do dilatador. Manter o controle do fio-guia o tempo todo durante a inserção.

  • Remover o dilatador: primeiro, segurar firmemente o fio-guia distalmente ao dilatador e puxar o dilatador da pele. Quando o fio-guia está visível na superfície da pele, remover completamente o dilatador, deslizando-o pelo comprimento restante do fio-guia.

  • Manter o controle do fio-guia na superfície da pele.

Inserir o catéter

  • Avançar o catéter sobre o fio-guia em direção à superfície da pele: manter o fio-guia fixo na superfície da pele, inserir a ponta do catéter em torno da extremidade distal do fio-guia e deslizá-lo para baixo até a superfície da pele. A extremidade distal do fio-guia deve agora estar saliente a partir da conexão da via.

  • Se a extremidade distal do fio-guia não está saliente a partir da conexão da via, mover gradualmente o fio-guia para fora da superfície da pele, mantendo a ponta do catéter próxima à superfície até o fio-guia estar saliente.

  • Continuar avançando o catéter na veia: segurar e controlar o fio-guia no ponto em que ele se projeta do canhão. Segurar o catéter perto da sua ponta e inserir a ponta através da pele. Então, em incrementos de alguns centímetros e utilizando um movimento espiralado conforme necessário, avançar gradualmente toda a extensão do catéter subclávio. Se ocorrerem batimentos cardíacos ectópicos, remover lentamente o catéter até a ectopia parar.

  • Manter o controle tanto do fio-guia como do catéter.

  • Remover o fio-guia: retirar o fio-guia e segurar o catéter firmemente no lugar sobre a superfície da pele.

  • Lavar cada porta do catéter com soro fisiológico: primeiro, aspirar o ar da linha e confirmar o fluxo de sangue venoso para dentro do canhão. Então, utilizando uma seringa de 10 mL (ou uma de diâmetro igual ou maior) e força não excessiva, empurrar 20 mL de soro fisiológico no acesso para limpá-lo.

Cobrir o local

  • Se o paciente está acordado ou minimamente sedado, utilizar lidocaína a 1% para anestesiar a pele nos locais de sutura planejados.

  • Colocar um disco impregnado de clorexidina sobre a pele no ponto de inserção do catéter.

  • Suturar a pele à braçadeira de fixação no catéter.

  • Para evitar tracionar o local de inserção, suturar o catéter em um segundo local de modo que um segmento curvo ou em forma de laço do catéter permaneça entre os dois locais.

  • Aplicar um curativo oclusivo estéril. Curativos de filme transparente são comumente utilizados.

Cuidados posteriores

  • Fazer uma radiografia de tórax para confirmar que a ponta de um CVC subclávio (ou jugular) está na veia cava superior perto de sua junção com o átrio direito (o catéter pode ser avançado ou retraído se não estiver na posição apropriada) e confirmar que não houve pneumotórax.

Radiografia de um acesso venoso central
Ocultar detalhes
A seta vermelha indica a ponta do catéter venoso subclávio esquerdo (colocado apropriadamente na parte inferior da veia cava superior).
© 2017 Elliot K. Fishman, MD.

Alertas e erros comuns

  • Já recomendou-se colocar um travesseiro sob as costas do paciente para facilitar a inserção do acesso subclávio, mas fazer isso pode dificultar a inserção correta por estreitar o espaço entre a clavícula e o primeiro arco costal.

  • A ponta de um CVC nunca deve estar no átrio direito porque essa câmara tem parede fina e é facilmente perfurado.

  • O fio-guia ou catéter no átrio ou ventrículo direito pode induzir à ectopia cardíaca.

  • Nunca perder o controle do fio-guia.

  • Durante a parada cardiopulmonar, ou mesmo quando há hipotensão arterial e hipóxia, o sangue arterial pode estar escuro e não pulsátil e pode-se confundi-lo com sangue venoso.

  • Para ajudar a prevenir a embolia aérea, deve-se inserir CVCs (e removê-los) com o local de canulação vascular posicionado abaixo do nível do coração.

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