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Visão geral das técnicas de redução da luxação de ombro

PorMatthew J. Streitz, MD, San Antonio Uniformed Services Health Education Consortium
Reviewed ByDiane M. Birnbaumer, MD, David Geffen School of Medicine at UCLA
Revisado/Corrigido: set. 2022 | modificado fev. 2025
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Visão Educação para o paciente
Muitas técnicas estão disponíveis para reduzir uma luxação fechada de ombro. Nenhuma técnica é universalmente bem-sucedida, de modo que os operadores devem estar familiarizados com várias técnicas.

Recursos do assunto

(Ver também Visão geral das luxações e luxações do ombro.)

Entre as técnicas para reduzir luxações anteriores do ombro estão

A técnica hipocrática original (calcanhar do operador na axila afetada para gerar contratração) causa lesões e não deve ser utilizada. A técnica de Kocher, que força o uso do úmero, também tem alto risco de complicações e não deve ser aplicada.

Técnicas de redução para luxações anteriores em geral utilizam tração axial e/ou rotação lateral. Não há uma única técnica perfeita ou preferida. Mais importante, os operadores devem estar familiarizados com as várias técnicas e utilizar aquelas apropriadas à luxação e status clínico do paciente (ver Luxações anteriores do ombro: tratamento).

Tentativas de redução, especialmente aquelas feitas sem sedação, têm maior probabilidade de sucesso se o paciente está relaxado e é cooperativo. Analgesia e sedação podem ajudar a aliviar espasmos musculares, e também distrações mentais como conversas agradáveis.

Deve-se oferecer analgesia aos pacientes. Mas se o paciente desejar, pode-se fazer uma tentativa de redução sem analgesia com um método de redução suave (p. ex., Davos, manipulação escapular, Hennepin, RCS). Pode-se administrar analgesia intravenosa e/ou injeção intra-articular de anestésico precocemente na avaliação inicial para aliviar a dor durante radiografias e outras preparações pré-procedimento. Pode-se utilizar sedação e analgesia para procedimentos (SAP) em pacientes muito ansiosos e com muitos espasmos musculares e para métodos de redução que exigem mais força (p. ex., tração-contratração e Stimson).

Em geral, a redução de uma luxação posterior ou uma luxação inferior (luxatio erecta) envolve uma técnica de tração-contratração. Quando possível, deve-se consultar um cirurgião ortopedista antes de fazer a redução dessas luxações.

A lesão neurovascular pode resultar da luxação (na maioria das vezes na luxação anterior) ou do procedimento de redução. As articulações devem ser reduzidas o mais rápido possível porque o atraso aumenta o risco de complicações neurovasculares. Para evitar o aumento dos espasmos musculares, todas as reduções são feitas de modo suave e gradual, e frequentemente tentam-se os métodos de redução que utilizam menos força antes daqueles que utilizam maior força. A escolha de um método delicado é particularmente importante se há a suspeita de lesão do plexo braquial.

As avaliações neurovasculares são realizadas antes do procedimento e após cada tentativa de redução. O exame inclui avaliação dos pulsos distais e do tempo de enchimento capilar digital (artéria axilar), sensibilidade tátil na parte lateral do braço (nervo axilar) e função dos nervos radial, mediano e ulnar (plexo braquial).

Deve-se agendar consulta com um cirurgião ortopédico antes da redução se o paciente tem lesão complicada no ombro, como

  • Fratura da tuberosidade maior com deslocamento de > 1 cm

  • Deformidade de Hill-Sachs significativa (≥ 20% de deformidade na cabeça do úmero decorrente de impactação contra a borda da cavidade glenoidal)

  • Fratura do colo cirúrgico (abaixo das tuberosidades maior e menor)

  • Fratura de Bankart (borda anteroinferior da cavidade glenoidal) envolvendo fragmento ósseo de mais de 20% e com instabilidade glenoumeral

  • Fratura proximal do úmero em 2 ou mais partes

Outras razões para consultar um cirurgião ortopédico antes da redução são

  • A articulação está exposta (isto é, luxação aberta)

  • O paciente é uma criança, porque uma fratura epifisária (placa de crescimento) está frequentemente presente

  • A luxação ocorreu há mais de 7 a 10 dias, em razão do maior risco de dano à artéria axilar durante a redução, especialmente em pacientes idosos

Deve-se programar uma consulta com cirurgião ortopédico após 2 ou 3 tentativas fracassadas de redução fechada ou após uma redução bem-sucedida se

  • Suspeita-se de lesão complicada do ombro (p. ex., luxação mais fratura, lesão do nervo axilar ou ruptura do manguito rotador)

  • O paciente apresenta luxação pela primeira vez

Entretanto, em todos os pacientes, se há deficit neurovascular, deve-se realizar a redução imediatamente. Se um cirurgião ortopédico não está disponível, pode-se tentar a redução fechada, idealmente utilizando força mínima; se a redução não é bem-sucedida, pode-se realizá-la no centro cirúrgico sob anestesia geral.

Em geral, deve-se obter radiografias pós-redução para documentar uma redução bem-sucedida e verificar novamente se há fraturas. Entretanto, radiografias podem não ser necessárias em pacientes com luxações anteriores recorrentes minimamente traumáticas.

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