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Marca-passos cardíacos

PorL. Brent Mitchell, MD, Libin Cardiovascular Institute, University of Calgary
Reviewed ByJonathan G. Howlett, MD, Cumming School of Medicine, University of Calgary
Revisado/Corrigido: fev. 2025
Visão Educação para o paciente

Recursos do assunto

A decisão de tratar uma arritmia depende dos seus sintomas e da sua potencial gravidade. O tratamento é direcionado às causas. Se necessário, utiliza-se terapia antiarrítmica direta, incluindo fármacos antiarrítmicos, cardioversão-desfibrilação, cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs), marca-passos (e uma forma especial de estimulação, terapia de ressincronização cardíaca), ablação com catéter, cirurgia ou uma combinação desses procedimentos.

Os marca-passos detectam eventos elétricos e respondem, quando necessário, com a liberação de estímulos elétricos ao coração (1). Derivações permanentes de marca-passo são implantadas através de toracotomia ou IV mas é possível implantar algumas derivações temporárias de marca-passo, em caráter de emergência, na parede torácica. A funcionalidade dos marca-passos também está incluída nos cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs).

Marca-passos
Radiografia do tórax de um paciente com marca-passo
Radiografia do tórax de um paciente com marca-passo

Essa radiografia mostra um paciente com marca-passo na parte superior esquerda do tórax com derivações no átrio direito (1) e ventrículo direito (2).

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© 2017 Elliot K. Fishman, MD.

Marca-passo implantável
Marca-passo implantável

Indicações para colocação de marca-passo

Há inúmeras indicações de implante de marca-passo (ver tabela), mas geralmente as principais são bradicardia sintomática ou bloqueio atrioventricular (bloqueio AV) de alto grau. Algumas taquiarritmias podem ser interrompidas por sobre-estimulação (overdrive pacing), com um breve período de estimulação artificial a uma frequência mais elevada, reduzindo em seguida à frequência desejada. Todavia, as TV são mais bem tratadas com dispositivos que podem fazer a cardioversão e a desfibrilação, assim como a estimulação artificial (CDI).

Tabela
Tabela

Tipos de marca-passos cardíacos

Os tipos de marca-passos são designados por 3 a 5 letras (ver tabela Códigos dos marca-passos), representando quais câmaras cardíacas são estimuladas; quais câmaras são monitoradas, como o marca-passo responde ao evento detectado (inibe ou dispara o estímulo), se pode aumentar a frequência cardíaca durante o esforço (modulado pela frequência) e se o estímulo artificial é feito em vários locais (nos dois átrios, nos dois ventrículos ou em mais de uma derivação de estímulo em uma única câmara). Por exemplo, um marca-passo VVIR estimula (V) e detecta (V) os eventos no ventrículo, inibe a estimulação em resposta ao evento detectado (I) e pode elevar sua frequência em resposta durante o esforço (R).

Marca-passos VVI e DDD são os dispositivos mais comumente utilizados. Eles oferecem benefícios de sobrevida equivalentes. Em comparação com marca-passos VVI, marca-passos fisiológicos (AAI, DDD, VDD) parecem reduzir o risco de fibrilação atrial (FA) e insuficiência cardíaca e melhoram ligeiramente a qualidade de vida.

Os marca-passos modernos incorporam circuitos de menor consumo energético, novas baterias e eletrodos com liberação de corticoides (que reduzem o limiar de estimulação), o que contribui para maior longevidade do dispositivo. O modo de permuta refere-se à alteração automática no modo de estimulação artificial em resposta aos eventos detectados (p. ex., de DDDR para VVIR durante a fibrilação atrial). Marca-passos ventriculares sem eletrodos consistem em um gerador de impulso combinado a um eletrodo totalmente contido no ventrículo direito. São colocados de forma transvenosa utilizando sistemas de entrega especialmente projetados e são retidos no ventrículo direito por parafusos ou dentes. Marca-passos sem eletrodo atualmente em uso têm tamanho de cerca de 1 mL, peso de 2 gramas e são de configuração VVI ou VVIR (2).

Tabela
Tabela

Complicações do uso de marca-passo

Marca-passos podem funcionar mal por

  • Eventos de superdetecção

  • Eventos de subdetecção

  • Falha de estimulação

  • Falha de captação

  • Estimulação em uma frequência anormal

As taquicardias constituem complicação especialmente comum. Marca-passos modulados por frequência podem aumentar os estímulos em resposta à vibração, atividade muscular ou voltagem induzida por campos magnéticos durante a RM. Na taquicardia mediada por marca-passo, um marca-passo de dupla câmara, com função normal, detecta uma extrassístole ventricular ou batimento estimulado artificialmente e transmitido ao átrio (isto é, através do nó AV ou via acessória com condução retrógrada), o que deflagra a estimulação ventricular em um ciclo rápido e repetitivo.

As complicações adicionais associadas a dispositivos com função normal incluem a inibição por comunicação cruzada (crosstalk), em que a detecção de um estímulo artificial atrial pelo canal ventricular de um marca-passo de dupla câmara conduz à inibição da estimulação artificial ventricular, e a síndrome do marca-passo, em que a assincronia AV, induzida por estimulação artificial ventricular, acarreta sintomas cerebrais vagos e flutuantes (p. ex., atordoamento), cervicais (pulsações no pescoço) ou respiratórios (p. ex., dispneia). A síndrome do marca-passo é tratada com a restauração da sincronia AV por marca-passo atrial (AAI), marca-passo com uma derivação ventricular e sensing atrial (VDD) ou, com mais frequência, estimulação das duas câmaras (DDD).

A interferência ambiental provém de fontes eletromagnéticas, como o bisturi elétrico cirúrgico e a ressonância magnética (RM), embora esta possa ser segura quando o gerador e os eletrodos do marca-passo não estiverem dentro do campo magnético. Sistemas de estimulação compatíveis com ressonância magnética (RM) foram projetados para suportar esse ambiente, mas um eletrodo abandonado — mesmo sendo compatível com RM — pode representar risco quando exposto ao campo da RM. Telefones celulares e dispositivos eletrônicos de segurança são uma potencial fonte de interferência; celulares não devem ser colocados perto do dispositivo, mas não são um problema quando utilizados normalmente para falar. A passagem através de detectores de metais não provoca disfunção do marca-passo, desde que o paciente não se demore.

Referências

  1. 1. Hayes DL, Furman S. Cardiac pacing: how it started, where we are, where we are going. Heart Rhythm 2004;1(5 Suppl):115C-126C. doi:10.1016/j.hrthm.2004.10.023

  2. 2. Sperzel J, Hamm C, Hain A. Leadless pacing. Sondenlose Herzschrittmacher. Herz 2018;43(7):605-611. doi:10.1007/s00059-018-4752-9

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