Ceratite ulcerativa periférica

(Ceratólise marginal, ulceração reumatoide periférica)

PorMelvin I. Roat, MD, FACS, Sidney Kimmel Medical College at Thomas Jefferson University
Revisado/Corrigido: jul. 2024
Visão Educação para o paciente

Ceratite ulcerativa periférica é a inflamação e ulceração da córnea que com frequência ocorre em doenças reumáticas sistêmicas crônicas. O resultado é irritação e visão diminuída.

    A ceratite ulcerativa periférica é uma ulceração grave da córnea; ela ocorre frequentemente nas doenças reumáticas sistêmicas que estão ativas, são de longa data, ou ambas, como artrite reumatoide (AR), granulomatose com poliangiite (anteriormente chamada granulomatose de Wegener) e policondrite recidivante.

    Frequentemente, os pacientes se queixam de diminuição da acuidade visual, fotofobia e sensação de corpo estranho. Área crescente de opacificação na periferia da córnea por causa do infiltrado leucocitário. A ulceração, que se cora com fluoresceína, evolui logo após a opacificação. Isso é o oposto da úlcera infecciosa habitual que começa com um defeito epitelial e mais tarde evolui com opacificação. Causas infecciosas, como bactérias, fungos e herpes-vírus simples, devem ser excluídas por meio de cultura de raspado da úlcera e das margens palpebrais.

    Entre os pacientes com doença reumática sistêmica e ceratite ulcerativa periférica, a taxa de mortalidade em 10 anos tem sido cerca de 40 a 50% (geralmente decorrente de infarto do miocárdio) sem tratamento e cerca de 8% com terapia citotóxica sistêmica (1); entretanto, o prognóstico é melhor agora com terapia imunossupressora.

    O paciente com este tipo de úlcera deve ser prontamente encaminhado a um oftalmologista (2). Ciclofosfamida sistêmica, outros imunossupressores ou agentes biológicos como o rituximabe e etanercepte tratam a ceratite, a vasculite potencialmente fatal e a doença reumática sistêmica subjacente. O tratamento também abrange estratégias para o controle local da inflamação (p. ex., adesivo tecidual oftálmico e lentes de contato terapêuticas) e o reparo das lesões (p. ex., enxertos). Outros medicamentos que podem auxiliar no quadro são inibidores do colágeno, como tetraciclina ou colírio de n-acetilcisteína a 20%.

    Referências

    1. 1. Foster CS, Forstot SL, Wilson LA. Mortality rate in rheumatoid arthritis patients developing necrotizing scleritis or peripheral ulcerative keratitis. Effects of systemic immunosuppression. Ophthalmology 91(10):1253-1263, 1984. doi: 10.1016/s0161-6420(84)34160-4

    2. 2. Hassanpour K, H ElSheikh R, Arabi A, et al: Peripheral ulcerative keratitis: A review. J Ophthalmic Vis Res 17(2):252-275, 2022. doi: 10.18502/jovr.v17i2.10797.

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