Introdução a infecções encefálicas

PorJohn E. Greenlee, MD, University of Utah Health
Revisado/Corrigido: jul. 2024
Visão Educação para o paciente

    Infecções encefálicas podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos ou, às vezes, protozoários ou parasitas.

    Encefalite ocorre mais comumente por causa de vírus, como herpes simples, herpes-zóster, enterovírus ou vírus do Nilo Ocidental (1).

    Infecções, como a leucoencefalopatia multifocal progressiva (causada pelo vírus JC) ou a panencefalite esclerosante subaguda (causada pelo vírus do sarampo) também afetam o cérebro; caracterizam-se por longos períodos de incubação e curso prolongado.

    Infecção por SARS-CoV-2 pode resultar em encefalopatia, embora esse vírus não sofra neuroinvasão na maioria dos casos (2).

    Certas doenças não infecciosas podem mimetizar a encefalite. Um exemplo é a doença autoimune da encefalite do receptor de anti-NMDA (N-metilo-d-aspartato), que envolve um ataque autoimune às proteínas da membrana neuronal.

    Infecções do encéfalo muitas vezes também envolvem outras partes do sistema nervoso central (SNC), incluindo a medula espinal. Em geral, o encéfalo e a medula espinal são protegidos contra infecções, mas quando são infectados, as consequências costumam ser muito graves.

    Infecções podem causar inflamação das meninges (meningite). Frequentemente, a meningite bacteriana se dissemina para o encéfalo, causando encefalite, infectando principalmente o parênquima cerebral. Da mesma forma, infecções virais que causam encefalite também costumam causar meningite. Tecnicamente, quando tanto o encéfalo como as meninges estão infectados, a doença é chamada meningoencefalite. Entretanto, o termo meningite costuma ser utilizado como uma referência à infecção que afeta principalmente as meninges, e utiliza-se encefalite como uma referência à infecção que afeta majoritariamente o parênquima cerebral.

    Infecções do sistema nervoso central podem se manifestar como:

    • Infecção parenquimatosa difusa, resultando em encefalite, às vezes afetando áreas específicas do encéfalo

    • Inflamação do cérebro secundária a infecções meníngeas ou infecções parameníngeas

    • Infecção focal ou multifocal (p. ex., decorrente de abscesso cerebral, empiema, infeções cerebrais fúngicas ou parasitárias como neurocisticercose causada por Taenia solium)

    Infecção pelo HIV e doenças priônicas também podem comprometer difusamente o cérebro.

    O envolvimento encefálico também pode ser uma manifestação de mecanismos pós-infecciosos, como encefalomielite disseminada aguda.

    Bactérias e outros organismos infecciosos podem alcançar o encéfalo e as meninges de várias maneiras:

    • Disseminação hematogênica

    • Ferimentos penetrantes na cabeça (incluindo procedimentos neurocirúrgicos)

    • Disseminação direta de infecções cranianas (p. ex., sinusite, osteomielite)

    • Transporte retrógrado ao longo dos neurônios sensoriais (3)

    Muitos sinais e sintomas de infecções encefálicas (p. ex., obnubilação aguda ou subaguda, convulsões, déficits neurológicos focais, sinais de aumento da pressão intracraniana) podem se desenvolver em infecções encefálicas diversas (p. ex., abscesso cerebral, abscesso epidural intracraniano, empiema subdural); portanto, frequentemente são necessários exames de neuroimagem para diferenciar entre as infecções.

    Referências

    1. 1. Chen BS, Lee HC, Lee KM, et al: Enterovirus and encephalitis. Front Microbiol 1:261, 2020. doi: 10.3389/fmicb.2020.00261

    2. 2. Meinhardt J, Streit S, Dittmayer C, et al: The neurobiology of SARS-CoV-2 infection. Nat Rev Neurosci 5(1):30-42, 2024. doi: 10.1038/s41583-023-00769-8

    3. 3. Cain MD, Salimi H, Diamond MS, et al: Mechanisms of pathogen invasion into the central nervous system. Neuron 103(5):771-783, 2019. doi: 10.1016/j.neuron.2019.07.015

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