As infecções que ocorrem com mais frequência durante a gravidez, tais como as infecções do trato urinário e do trato respiratório, não causam problemas sérios. Entretanto, algumas infecções podem ser transmitidas ao feto antes ou durante o parto e prejudicar o feto (por exemplo, causar surdez) ou causar um aborto espontâneo, natimorto ou parto prematuro.
Infecções sexualmente transmissíveis que podem causar problemas incluem:
A clamídia pode causar ruptura prematura das membranas ou parto prematuro. Ela também pode causar infecção ocular (conjuntivite) no recém‑nascido.
A gonorreia pode também causar conjuntivite no recém-nascido.
A sífilis pode ser transmitida da mãe para o feto através da placenta. A sífilis no feto pode causar vários defeitos congênitos, natimorto ou problemas no recém-nascido. Exames são feitos rotineiramente em gestantes quanto à presença de sífilis no início da gravidez. Geralmente, o tratamento da sífilis durante a gravidez cura tanto a mãe como o feto.
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é transmitida ao feto em aproximadamente 25% das gestações se a gestante infectada não for tratada. Mulheres com infecção por HIV devem tomar medicamentos antirretrovirais, algo que é muito importante durante a gestação. No caso de algumas mulheres infectadas pelo HIV, o parto por cesariana, planejado com antecedência, pode reduzir ainda mais o risco de transmissão do HIV para o bebê.
O herpes genital pode ser transmitido ao bebê durante um parto normal. O bebê que foi infectado com herpes podem apresentar uma infecção cerebral potencialmente fatal, denominada encefalite herpética. Uma infecção por herpes em bebês também pode danificar outros órgãos internos e causar convulsões, feridas na pele e na boca, danos cerebrais permanentes ou mesmo a morte. Se a mulher tiver antecedentes de herpes genital, ela deve tomar medicamentos no final da gestação para prevenir ter herpes ativo no momento do parto. Se a mulher tiver sintomas de herpes ou desenvolver feridas na área genital no final da gestação, exames da área vulvovaginal quanto à presença de herpes devem ser feitos. Se uma infecção ativa for confirmada, geralmente se aconselha à mulher que faça um parto por cesariana.
A infecção por vírus Zika em uma gestante pode fazer com que o bebê tenha uma cabeça pequena (microcefalia). A cabeça é pequena porque ela não se desenvolve normalmente. A infecção por vírus Zika também pode causar anomalias oculares no bebê. O vírus Zika é disseminado por mosquitos, mas também pode ser disseminado por relações sexuais, por transfusões de sangue e de uma gestante para seu bebê antes ou durante o nascimento.
Outras infecções que podem causar problemas incluem:
A rubéola pode causar problemas, sobretudo um crescimento inadequado antes do nascimento (pequeno para a idade gestacional), catarata, defeitos cardíacos congênitos, perda de audição e atraso do desenvolvimento.
A infecção por citomegalovírus pode atravessar a placenta e danificar o fígado e o cérebro do feto e o feto pode não crescer tanto quanto o esperado.
A catapora (varicela) aumenta o risco de ter um aborto espontâneo. Ela pode danificar os olhos do feto ou causar defeitos nos membros, cegueira ou deficiência intelectual. A cabeça do feto pode ser menor que o normal (microcefalia).
A toxoplasmose, uma infecção por protozoários, pode causar aborto espontâneo, morte do feto e defeitos congênitos graves.
A listeriose, uma infecção bacteriana, aumenta o risco de haver trabalho de parto prematuro, aborto espontâneo e natimorto. É possível que o recém-nascido tenha a infecção, mas pode demorar muitas semanas após o nascimento até eles se manifestarem.
As infecções vaginais bacterianas (por exemplo, vaginose bacteriana) podem causar trabalho de parto prematuro ou ruptura prematura das membranas.
Infecções do trato urinário aumentam o risco de haver trabalho de parto prematuro e de ruptura prematura das membranas.
A hepatite pode ser transmitida sexualmente, mas ela com frequência é transmitida de outras maneiras. Assim, ela não costuma ser considerada uma infecção sexualmente transmissível. A hepatite na gestante pode aumentar o risco de haver parto prematuro. Ela também pode ser transmitida da mãe para o bebê durante o parto, o que causa problemas.
Tratamento de infecções durante a gravidez
Às vezes, medicamentos, dependendo da proporção entre os benefícios e os riscos
O médico compara os riscos de usar os antibióticos (ou antivirais) com os riscos da infecção para determinar se deve ou não tratar a gestante com aquele medicamento.
Alguns antibióticos, tais como penicilinas, cefalosporinas e os medicamentos relacionados à eritromicina (denominados macrolídeos), são geralmente considerados seguros para uso durante a gravidez.
Outros antibióticos, incluindo as tetraciclinas e as fluoroquinolonas, podem causar problemas ao feto (consulte a tabela Alguns medicamentos e o risco de problemas durante a gravidez).
A maioria dos medicamentos antivirais é segura na gravidez, mas a gestante deve conversar com o médico antes de começar a tomar qualquer medicamento.
O médico também leva em consideração a probabilidade de o tratamento trazer qualquer benefício. Por exemplo, se as mulheres tiverem vaginose bacteriana, mas não apresentam os sintomas e, se a gravidez não é considerada de alto risco, o tratamento da vaginose bacteriana não é conhecido por ter quaisquer benefícios.