As infecções que ocorrem com mais frequência durante a gravidez, como as de pele, do trato urinário e do trato respiratório, não causam problemas sérios. Entretanto, algumas infecções podem ser transmitidas ao feto antes ou durante o nascimento e fazer mal a ele ou causar um aborto espontâneo ou parto prematuro. Além disso, saber se tomar antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos é seguro durante a gravidez é uma preocupação.
Infecções sexualmente transmissíveis que podem causar problemas incluem:
A infecção por clamídia pode causar parto pré-termo e a ruptura prematura das membranas. Ela também pode causar inflamação dos olhos (conjuntivite) no recém-nascido.
A gonorreia pode também causar conjuntivite no recém-nascido.
A sífilis pode ser transmitida da mãe para o feto através da placenta. A sífilis no feto pode causar vários defeitos congênitos e causar problemas no recém-nascido. Exames são feitos rotineiramente em gestantes quanto à presença de sífilis no início da gravidez. Geralmente, o tratamento da sífilis durante a gravidez cura tanto a mãe como o feto.
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é transmitida ao feto em aproximadamente 25% a 30% das gestações se a gestante infectada não for tratada. Os especialistas recomendam que a mulher com a infecção do HIV tome medicamentos antirretrovirais durante a gravidez. Se a mulher tomar uma combinação de medicamentos antirretrovirais, o risco de transmitir o HIV para o feto pode ser reduzido para 1%. No caso de algumas mulheres infectadas pelo HIV, o parto por cesariana, planejado com antecedência, pode reduzir ainda mais o risco de transmissão do HIV para o bebê. A gravidez não parece acelerar a progressão da infecção pelo HIV em mulheres.
O herpes genital pode ser transmitido ao bebê durante um parto normal. O bebê que foi infectado com herpes podem apresentar uma infecção cerebral potencialmente fatal, denominada encefalite herpética. Uma infecção por herpes em bebês também pode danificar outros órgãos internos e causar feridas na pele e na boca, danos cerebrais permanentes ou mesmo a morte. Se a mulher apresentar feridas de herpes na região genital no final da gravidez ou se a primeira vez que o herpes surge for no final da gravidez, geralmente ela é aconselhada a fazer um parto por cesariana, para que o vírus não seja transmitido ao bebê. Caso a mulher não tenha as feridas e o herpes tiver aparecido mais cedo, o risco de transmissão é muito baixo, o que permite a realização do parto normal.
A infecção por vírus Zika em uma gestante pode fazer com que o bebê tenha uma cabeça pequena (microcefalia). A cabeça é pequena porque ela não se desenvolve normalmente. A infecção por vírus Zika também pode causar anomalias oculares no bebê. O vírus Zika é disseminado por mosquitos, mas também pode ser disseminado por relações sexuais, por transfusões de sangue e de uma gestante para seu bebê antes ou durante o nascimento.
As infecções que não são transmitidas sexualmente e que podem causar problemas incluem:
A rubéola pode causar problemas, sobretudo um crescimento inadequado antes do nascimento (pequeno para a idade gestacional), catarata, defeitos congênitos do coração, perda de audição e atraso do desenvolvimento.
A infecção por citomegalovírus pode atravessar a placenta e danificar o fígado e o cérebro do feto e o feto pode não crescer tanto quanto o esperado.
A catapora (varicela) aumenta o risco de um aborto espontâneo. Ela pode danificar os olhos do feto ou causar defeitos nos membros, cegueira ou deficiência intelectual. A cabeça do feto pode ser menor que o normal (microcefalia).
A toxoplasmose, uma infecção por protozoários, pode causar um aborto espontâneo, morte do feto e defeitos congênitos graves.
A listeriose, uma infecção bacteriana, aumenta o risco de haver trabalho de parto prematuro, aborto espontâneo e natimorto. É possível que o recém-nascido tenha a infecção, mas pode demorar muitas semanas após o nascimento até eles se manifestarem.
As infecções bacterianas da vagina (como vaginose bacteriana) podem causar trabalho de parto prematuro ou ruptura prematura das membranas que contêm o feto.
Infecções do trato urinário aumentam o risco de haver trabalho de parto prematuro e de ruptura prematura das membranas que contêm o feto.
A hepatite pode ser transmitida sexualmente, mas ela com frequência é transmitida de outras maneiras. Assim, ela não costuma ser considerada uma infecção sexualmente transmissível. A hepatite na gestante pode aumentar o risco de haver parto prematuro. Ela também pode ser transmitida da mãe para o bebê durante o parto, o que causa problemas.
Tratamento de infecções durante a gravidez
Às vezes medicamentos, dependendo da proporção entre os benefícios e os riscos
O médico analisa os riscos do uso de medicamentos em comparação aos riscos de infecção, para determinar se é necessário tratar a gestante com medicamentos antimicrobianos.
Alguns medicamentos antibacterianos, como as penicilinas, cefalosporinas e os relacionados com a eritromicina (denominados macrolídeos), são geralmente considerados seguros para uso durante a gravidez.
Outros medicamentos antibacterianos, incluindo as tetraciclinas e as fluoroquinolonas, podem causar problemas ao feto (consulte a tabela Alguns medicamentos e o risco de problemas durante a gravidez).
O médico também leva em consideração a probabilidade de o tratamento trazer qualquer benefício. Por exemplo, se as mulheres tiverem vaginose bacteriana, mas não apresentam os sintomas e, se a gravidez não é considerada de alto risco, o tratamento da vaginose bacteriana não é conhecido por ter quaisquer benefícios.