Candidíase mucocutânea crônica

PorJames Fernandez, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: jan. 2023 | modificado set. 2023
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A candidíase mucocutânea crônica, uma doença de imunodeficiência hereditária, é uma infecção persistente ou recorrente com Candida (um fungo) devido ao mau funcionamento das células T (um tipo de glóbulo branco do sangue).

  • A candidíase mucocutânea crônica frequentemente causa infecções fúngicas crônicas na boca, couro cabeludo, pele e unhas.

  • Para diagnosticar a doença, os médicos examinam uma amostra da área infectada sob o microscópio e fazem exames de sangue para verificar a presença de mutações responsáveis pela imunodeficiência.

  • Em geral, antifúngicos controlam a infecção, mas precisam ser usados por longos períodos de tempo.

(Consulte também Considerações gerais sobre imunodeficiências.)

Visto que as células T (um tipo de linfócito) não funcionam corretamente, o organismo tem uma capacidade menor para combater as infecções fúngicas, incluindo infecções por Candida (candidíase), uma levedura. No caso de outras partes do sistema imunológico (como os anticorpos) estarem funcionando, o corpo ainda pode ser capaz de lutar contra outras infecções. Contudo, em algumas pessoas com esta doença, os anticorpos também apresentam um funcionamento ruim, tornando estas pessoas susceptíveis a outras infecções.

A candidíase mucocutânea crônica é devido a uma mutação em genes específicos. Dependendo do gene que tiver a mutação, uma ou duas mutações (uma de cada progenitor) podem ser necessárias para causar a doença.

Sintomas da candidíase mucocutânea crônica

No caso de pessoas com candidíase mucocutânea crônica, as infecções por cândida se desenvolvem e reaparecem ou persistem, sendo inicialmente desencadeadas durante a infância, mas também no princípio da idade adulta.

O fungo pode provocar infecções orais (aftas) e infecções no couro cabeludo, pele e unhas. A mucosa oral, esôfago, trato digestivo, pálpebras e vagina (infecção pela levedura vaginal) podem também ser infectados.

Nos bebês, os primeiros sintomas são normalmente aftas difíceis de serem tratadas, assaduras provocadas pelas fraldas, ou ambas. O nível de gravidade é variável.

A candidíase mucocutânea crônica pode fazer com que uma ou mais unhas fiquem espessadas, rachem ou percam a coloração. Uma erupção cutânea desfigurante pode cobrir o rosto e o couro cabeludo. A erupção tem uma crosta grossa e pode exsudar. No couro cabeludo, a erupção pode causar a queda de cabelo.

Infecções por cândida
Infecção das unhas (candidíase)
Infecção das unhas (candidíase)

As infecções das unhas causadas por Candida podem afetar a placa ungueal (onicomicose – observada na base da unha), os cantos da unha (paroníquia) ou ambos.

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Imagem cedida por cortesia dos CDC e de Sherry Brinkman, por intermédio da Biblioteca de Imagens de Saúde Pública dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Aftas
Aftas

Manchas brancas cremosas são observadas dentro da boca e podem sangrar quando raspadas. Esse achado é típico da candidíase oral, que é causada pela infecção por Candida.

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Imagem fornecida pelo Dr. Thomas Habif.

Infecção do esôfago causada por cândida
Infecção do esôfago causada por cândida

Esta foto mostra pontos brancos no esôfago que são típicos de uma infecção pela levedura cândida.

Foto fornecida pela Dra. Kristle Lynch.

Em geral, esta doença é crônica, mas não afeta a expectativa de vida.

Muitas pessoas também têm o seguinte:

Diagnóstico de candidíase mucocutânea crônica

  • Exame microscópico de uma amostra da área infectada

  • Às vezes, testagem genética

Os médicos suspeitam de infecção por cândida quando as pessoas apresentam alterações características da pele na boca, couro cabeludo, pele e unhas. O diagnóstico de que a causa da infecção é cândida pode ser confirmado pelo exame da amostra da área infectada sob o microscópio e pela identificação da levedura.

Como pessoas sem uma imunodeficiência desenvolvem infecção por cândida ocasionalmente, os médicos procuram por fatores de risco comuns para infecção por cândida, como diabetes ou uso recente de antibióticos. Se pessoas com infecções frequentes por cândida não apresentarem qualquer fator de risco para cândida, o diagnóstico será, provavelmente, candidíase mucocutânea crônica.

Exames de sangue para verificar a presença de uma mutação genética específica podem confirmar o diagnóstico.

Tratamento de candidíase mucocutânea crônica

  • Medicamentos antifúngicos

  • Algumas vezes imunoglobulinas

Geralmente, as infecções por candidíase mucocutânea crônica podem ser controladas com um fármaco antifúngico aplicado na pele. Se as infecções persistirem, elas podem ser tratadas com eficácia com fluconazol ou outro fármaco antimicótico similar tomado oralmente. Os fármacos talvez tenham que ser tomados por um bom tempo.

Por vezes se administram imunoglobulinas (anticorpos obtidos do sangue de pessoas com um sistema imunológico normal). Elas podem ser injetadas na veia (via intravenosa) uma vez por mês ou sob a pele (via subcutânea) uma vez por semana ou uma vez por mês.

Doenças endócrinas e autoimunes são tratadas conforme necessário.

O transplante de células-tronco tem sido usado em algumas pessoas com mutações genéticas específicas; no entanto, o transplante não é comumente usado em pessoas com candidíase mucocutânea crônica.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Immune Deficiency Foundation: Outras imunodeficiências celulares primárias: Informações gerais sobre candidíase mucocutânea crônica e outras imunodeficiências celulares primárias, incluindo informações sobre diagnóstico e tratamento

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