Considerações gerais sobre cuidados pós-parto

(Cuidados após a gravidez e o parto)

PorJulie S. Moldenhauer, MD, Children's Hospital of Philadelphia
Revisado/Corrigido: ago. 2024
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Fatos rápidos

O período de seis semanas após a gravidez e o parto é chamado de período pós-parto, durante o qual o corpo da mãe volta ao estado anterior à gravidez.

Depois do parto, a mulher pode esperar passar por mudanças físicas e vivenciar muitas sensações diferentes, algumas das quais são normais e outras que talvez precisem de assistência médica. Problemas graves de saúde são raros após o parto. Médicos, parteiras e enfermeiros discutem com a mulher as mudanças pós‑parto e o que esperar. Geralmente, uma consulta de acompanhamento com um profissional de saúde é agendada para seis semanas após o parto (e, às vezes, também duas semanas após o parto). A mulher também recebe instruções sobre quando deve ligar para o médico sobre sintomas que podem ser um sinal de uma complicação.

As complicações mais comuns após o parto são:

Uma hemorragia pós-parto pode surgir logo após o parto, mas também pode ocorrer até seis semanas mais tarde.

O risco de formação de coágulos sanguíneos é mais elevado durante aproximadamente seis semanas após o parto (consulte Distúrbios tromboembólicos durante a gravidez). Os coágulos sanguíneos que se formam nas veias profundas das pernas (trombose venosa profunda) podem passar para os pulmões (embolia pulmonar), que é um quadro clínico com risco de morte.

Tabela
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Cuidados durante os primeiros dois dias após o parto

A mulher é monitorada de perto por um médico, parteira ou enfermeiro entre uma e quatro horas após o parto. Se ela tiver recebido anestesia (por exemplo, uma peridural) ou tiver tido algum problema durante o trabalho de parto e o parto, é possível que ela seja monitorada por mais tempo, geralmente em um quarto hospitalar adequadamente equipado com acesso a oxigênio, a soluções intravenosas (administradas pela veia) e a medicamentos, se necessário.

A pressão arterial, a frequência cardíaca e a temperatura da mulher são verificadas durante o período durante o qual ela está sendo monitorada de perto. Normalmente, dentro das primeiras 24 horas após o parto, a frequência cardíaca da mãe começa a baixar em direção ao valor normal e a temperatura pode aumentar um pouco, mas em geral volta ao normal nos primeiros dias.

Os profissionais do hospital fazem todos os esforços para minimizar a dor e o risco de hemorragia e infecções.

Sangramento vaginal

Imediatamente após o parto, a principal maneira de controlar o sangramento é através de contrações do útero. O útero é formado principalmente de músculos e, quando ele se contrai, os músculos comprimem os vasos sanguíneos, o que reduz o volume de sangramento.

A equipe de cuidados de saúde toma medidas para prevenir o sangramento excessivo. Um medicamento chamado ocitocina costuma ser administrado por via intravenosa ou na forma de injeção intramuscular para estimular as contrações uterinas.

Após a expulsão da placenta, é possível que um enfermeiro massageie periodicamente o abdômen da mulher para ajudar o útero a se contrair e a permanecer contraído.

Se uma mulher perder muito sangue durante e após o parto, um exame de sangue é realizado para verificar quanto à presença de anemia.

Dor ou inchaço da vagina, vulva e períneo

A área ao redor da abertura vaginal normalmente fica dolorida e pode arder durante a micção. A presença de lacerações no períneo (a região entre a vagina e o ânus) ou uma episiotomia podem piorar a dor e também causar inchaço.

Imediatamente após o parto e nas primeiras 24 horas, gelo ou bolsas geladas podem ser usados para aliviar a dor e o inchaço. Cremes ou sprays anestésicos podem ser aplicados à pele. Borrifar água morna também pode ajudar a melhorar a sensação na região.

A mulher deve ter cuidado ao se sentar e se sentir dor ao ficar sentada, ela deve se sentar em uma almofada (uma almofada com um orifício no meio, no formato de uma rosca, pode ajudar).

Micção

A produção de urina costuma aumentar bastante após o parto, mas volta ao normal após alguns dias.

É possível que a sensação na bexiga esteja reduzida devido à pressão exercida na bexiga pela cabeça do feto durante o parto e, portanto, a mulher é incentivada a tentar urinar regularmente pelo menos a cada quatro horas. Fazer isso evita o enchimento excessivo da bexiga e ajuda a prevenir infecções da bexiga.

Os enfermeiros ou outros membros da equipe médica talvez pressionem levemente o abdômen da mulher ou usem um aparelho de ultrassom portátil para verificar se a bexiga está cheia.

Ocasionalmente, se a mulher não conseguir urinar sozinha, um cateter precisa ser inserido temporariamente na bexiga para esvaziar a urina. Em alguns casos raros, é necessário usar um cateter de demora (um tipo de cateter que é deixado na bexiga por algum tempo).

Evacuação

A mulher é incentivada a evacuar nos primeiros três dias após o parto. Se isso não acontecer, é possível que o médico recomende à mulher que tome laxantes ou emolientes fecais. É importante usar emolientes fecais caso tenha havido ruptura da pele ou dos músculos ao redor do ânus durante o parto, para poder evitar pressão sobre essa região.

A primeira evacuação após o parto pode ser difícil, às vezes com fezes duras ou dor na área anal ou períneo. É possível que a mulher que teve um parto por cesariana ou outros motivos para ter dor intensa receba medicamentos opioides para dor, que podem causar constipação.

Além disso, às vezes, pode haver um atraso de alguns dias até a primeira evacuação, porque a mulher está temerosa de fazer força e perturbar os pontos ou porque a vulva ou o períneo estão doloridos ou inchados.

O ato de empurrar durante o parto ou a constipação após o parto podem causar ou agravar as hemorroidas, que podem ser dolorosas durante a evacuação ou em geral. A dor pode ser aliviada com banhos de assento mornos e/ou aplicação de um anestésico tópico. As hemorroidas geralmente desaparecem no prazo de duas a quatro semanas.

Dieta e atividade

Geralmente, a mulher pode comer e beber em qualquer momento após o parto, a menos que esteja sentindo enjoo.

Ela se deve levantar da cama e caminhar assim que possível.

Tomar banho de chuveiro e de banheira

Depois do parto normal, a mulher pode tomar banho de chuveiro assim que conseguir ficar em pé sem sentir tontura.

Depois de um parto por cesariana, a mulher pode tomar banho de chuveiro após o curativo ter sido removido e ela conseguir ficar em pé no chuveiro sem sentir tontura. É preciso cuidado para não esfregar o local da incisão. Os banhos de banheira devem ser evitados até que todo grampo ou ponto tenha sido removido e a incisão esteja completamente cicatrizada, aproximadamente seis semanas após o parto.

Nada, nem mesmo absorventes internos ou duchas higiênicas, deve ser colocado na vagina por pelo menos duas semanas após um parto normal ou por cesariana. Atividade extenuante e levantar pesos deve ser evitado por aproximadamente seis semanas.

Medicamentos

Após o parto, a mulher costuma sentir dor na área vulvovaginal ou na incisão da cesariana e pode tomar analgésicos conforme recomendado pelo médico.

Paracetamol e ibuprofeno são analgésicos relativamente seguros para mulheres que estão amamentando. A mulher que precisa tomar medicamentos enquanto está amamentando deve conversar com o médico antes de tomá-los.

Imunização

(Consulte também Vacinas durante a gravidez, CDC: Diretrizes para vacinação de gestantes e CDC: Vacinas contra COVID-19 durante a gravidez ou amamentação.)

A vacinação é recomendada para algumas mulheres após o parto e, geralmente, é administrada nos primeiros dois dias (ou antes da alta do hospital). É possível que a mulher seja vacinada se o exame pré-natal tiver mostrado que ela não tem imunidade a uma determinada infecção ou caso alguma vacinação de rotina esteja programada. Algumas vacinas (por exemplo, vacinas vivas ou vacinas vivas atenuadas) não podem ser administradas durante a gestação, de modo que são administradas após o parto, se necessário. A maioria das vacinas, com algumas exceções (por exemplo, a vacina contra a varíola e a maioria dos usos da vacina contra a febre amarela), é segura para receber durante o aleitamento.

A mulher recebe a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola se não tiver imunidade a um ou mais desses vírus (às vezes, a pessoa já foi vacinada, mas não desenvolveu imunidade).

Gestantes que nunca tiveram varicela nem receberam a vacina contra varicela devem receber a primeira dose da vacina contra varicela após o parto e a segunda dose entre quatro e oito semanas depois.

Idealmente, a vacina contra tétano-difteria-coqueluche (Tdap) é administrada durante cada uma das gestações, preferivelmente entre a 27ª e a 36ª semana. Caso a mulher nunca tenha recebido a vacina Tdap durante essa ou em outra gravidez, nem durante a adolescência ou idade adulta, ela deve ser administrada dentro de alguns dias após o parto, independentemente de ela estar amamentando ou não. Se pessoas da família que entrarão em contato com o recém-nascido nunca tiverem recebido a vacina Tdap, elas devem receber a Tdap, no mínimo, duas semanas antes de entrarem em contato com o recém-nascido. A vacina Tdap oferece imunidade contra a coqueluche (tosse convulsa) e, portanto, reduz o risco de disseminação da coqueluche a recém-nascidos desprotegidos.

A mulher que atender aos critérios para receber a vacina contra o papilomavírus humano e ainda não tiver sido vacinada ou concluído a série de vacinas pode ser vacinada após o parto.

Tipo sanguíneo Rh negativo

Se a mulher tiver sangue Rh negativo e o bebê tiver sangue Rh positivo (um quadro clínico denominado incompatibilidade de Rh), ela recebe uma injeção intramuscular de imunoglobulina Rho(D) no prazo de três dias após o parto. Esse medicamento mascara qualquer glóbulo vermelho do bebê que possa ter passado para a mãe e, assim, os glóbulos vermelhos não desencadeiam a produção de anticorpos pela mãe. Esses anticorpos podem prejudicar gestações seguintes.

Antes de receber alta do hospital ou da maternidade

A mãe é examinada antes de sair do hospital ou da maternidade. Se tanto a mulher como o bebê estiverem saudáveis, eles costumam receber alta no prazo de 24 a 48 horas depois do parto normal e no prazo de 96 horas após um parto por cesariana. Às vezes, a alta já é dada no prazo de seis horas após o parto, se nenhuma anestesia em geral tiver sido usada e nenhum problema tiver ocorrido.

Consultas de acompanhamento regulares são agendadas, geralmente a partir da segunda à oitava semana após o parto. A primeira consulta talvez seja agendada mais cedo caso tenham ocorrido complicações durante a gravidez ou o parto.

Cuidados durante as primeiras seis semanas após o parto

A mulher passa por muitas mudanças físicas e, às vezes, emocionais, após o parto. O médico dá orientações à mulher sobre as mudanças esperadas, dá instruções sobre como lidar com essas mudanças em casa e explica em que momento ela deve procurar assistência médica.

Sangramento e secreção vaginal

A mulher terá sangramento vaginal seguido de secreção vaginal que diminui em volume e muda de cor por até seis semanas após o parto. A mistura de sangue e secreção após o parto é chamada de lóquio, que tem três estágios: lóquio rubro, lóquio seroso e lóquio alba. O sangramento vaginal é normal após o parto, mas é importante reconhecer quando o sangramento é muito intenso ou quando pode ser sinal de um problema (por exemplo, se o sangramento tiver parado por uma semana e depois recomeçar). Caso a mulher esteja preocupada com sangramento intenso ou inesperado, ela deve entrar em contato com o médico.

O sangramento pode ser intenso durante as primeiras horas e, em seguida, o fluxo diminui para o volume de uma menstruação intensa. O sangramento continua por três a quatro dias (lóquio rubro).

Depois disso, a cor da secreção vaginal passa para rosada ou castanha (lóquio seroso), que dura aproximadamente 14 dias. Aproximadamente uma a duas semanas após o parto, a crosta sobre o local dentro do útero onde a placenta estava presa se solta, causando um jorro de sangramento que é seguido de um sangramento leve que dura entre uma e duas horas.

Em seguida, a secreção fica branco-amarelada (lóquio alba), que dura até 14 dias.

Absorventes higiênicos, trocados com frequência, podem ser usados para absorver o sangramento ou a secreção. Absorventes internos não devem ser usados por seis semanas após o parto.

Cuidados com a vulva, vagina e períneo

A mulher geralmente tem dor ou inchaço da vagina, vulva e períneo após o parto normal, sobretudo se houve laceração ou episiotomia e ela recebeu pontos.

Banhos de assento mornos também ajudam a aliviar a dor. Os banhos de assento são feitos na posição sentada, com a água cobrindo no mínimo o períneo e as nádegas. Após um banho de assento, deve-se deixar a área secar completamente antes de vestir roupas íntimas.

Cuidados com a incisão de cesariana

O curativo sobre a incisão de um parto por cesariana geralmente é removido após um a dois dias. Os grampos cirúrgicos ou suturas não absorvíveis geralmente são removidos no prazo de uma semana. As suturas absorvíveis ou cola cirúrgica não precisam ser removidas.

O local da incisão na pele deve ser mantido limpo e seco. A mulher deve ligar para o médico se houver vermelhidão ao redor da incisão ou saída de sangue ou secreção da incisão.

A dor no local da incisão diminui com o tempo. É possível que a mulher receba analgésicos opioides nos primeiros dias após o parto. Depois disso, a dor pode ser tratada com paracetamol ou anti-inflamatórios não esteroides (por exemplo, ibuprofeno). É possível que a área ao redor da incisão permaneça sensível ao toque ou à pressão por alguns meses e a dormência pode durar ainda mais tempo.

A mulher deve evitar levantar peso excessivo (geralmente definido como algo mais pesado do que um bebê) por seis semanas após um parto por cesariana.

Mudanças em outras partes do corpo

O útero continua aumentado por até quatro semanas após o parto. Ele é formado principalmente de músculos, que continuam a se contrair, encolhendo o útero progressivamente até ele voltar ao tamanho que era antes da gravidez. Essas contrações podem ser dolorosas durante os primeiros dias após o parto. Normalmente, o útero pode continuar a ser sentido através do abdômen por uma a duas semanas após o parto até ter encolhido o suficiente para que a parte superior (fundo) fique abaixo do nível do osso púbico. As contrações intensificam-se com a amamentação. A amamentação estimula a produção do hormônio ocitocina. Esse hormônio estimula o fluxo do leite (chamado de reflexo de descida) e também estimula as contrações do útero.

A pele e os músculos do abdômen ficam distendidos e flácidos após o parto e o tônus volta gradativamente ao longo de várias semanas. No entanto, demora vários meses para o tônus da pele e dos músculos abdominais voltar ao estado pré-gestacional, independentemente da prática de exercícios. Mesmo depois de vários meses, o abdômen permanece mais saliente que antes da gravidez em muitas mulheres.

As estrias na pele do abdômen ou das mamas não desaparecem, mas podem clarear gradativamente ao longo de um ano.

Muitas mulheres perdem cabelo nas primeiras semanas após o parto. Talvez elas notem a queda do cabelo em um pente ou escova de cabelo ou no ralo do chuveiro. Durante a gestação, a presença de níveis mais elevados de estrogênio faz com que um número menor de folículos pilosos entrem na fase de repouso (o cabelo cai durante essa fase) e, com isso, o cabelo dá a sensação de ter mais volume que o normal. No entanto, depois do parto, os níveis de estrogênio e o ciclo de crescimento do cabelo voltam ao normal, fazendo com que o excesso de cabelos caia.

Tabela
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Humor

É comum sentir tristeza (melancolia pós-parto) nos dias seguintes ao parto. A mulher também pode se sentir irritável, temperamental ou ansiosa e talvez tenha dificuldade de concentração ou distúrbios do sono (dormir demais ou muito pouco). Esses sintomas geralmente desaparecem após uma a duas semanas. Porém, se os sintomas continuarem por mais de duas semanas ou interferirem no cuidado do bebê ou nas atividades diárias, a mulher deve conversar com o médico. É possível que depressão pós-parto ou outro transtorno de saúde mental esteja presente nesses casos.

Peso

Muitas mulheres não perdem peso imediatamente após o parto e o peso pode até mesmo aumentar durante os primeiros dias. Embora o bebê e a placenta já não estejam mais lá, o útero ainda está aumentado. Além disso, o aumento do peso pode ser devido ao aumento do volume de sangue da gravidez, ao aumento do volume causado pela administração de soluções intravenosas durante o trabalho de parto ou à presença de leite materno.

O excesso de líquidos é eliminado do corpo através da micção durante as primeiras duas semanas. O retorno ao peso pré-gestacional geralmente leva entre seis e doze meses com a adoção de uma alimentação saudável e a prática de atividade física.

Exercício

Geralmente, a mulher pode começar a praticar exercícios para fortalecer os músculos abdominais ou os músculos do assoalho pélvico (exercícios de Kegel) poucos dias após um parto normal, se ela não tiver sofrido lesão no esfíncter anal durante o parto.

O parto por cesariana é uma cirurgia de grande porte e a mulher não deve começar a se exercitar até que tenha tido tempo para se recuperar totalmente e permitir a cicatrização da incisão cirúrgica, o que costuma levar aproximadamente seis semanas.

A mulher pode retomar sua rotina de exercícios após a aprovação do médico na consulta pós-parto.

Atividade sexual e planejamento familiar (controle de natalidade ou contracepção)

A atividade sexual pode ser retomada assim que desejado e confortável, embora a recomendação comum seja esperar, pelo menos, seis semanas após o parto ou até ter ocorrido a cicatrização completa de eventuais lacerações ou da episiotomia. A atividade sexual após o parto por cesariana deve ser adiada até que a incisão cirúrgica tenha cicatrizado.

Se o sexo for doloroso, a mulher deve interromper a atividade sexual e entrar em contato com o médico para uma avaliação. Às vezes, o sexo vaginal pode ser desconfortável se a mulher estiver amamentando, porque a amamentação pode reduzir os níveis de estrogênio, o que pode causar secura vaginal.

Uma mulher que não esteja amamentando geralmente começa a ovular novamente aproximadamente quatro a seis semanas depois do parto. Assim que a ovulação ocorrer, ela terá uma menstruação aproximadamente duas semanas depois. No entanto, a ovulação pode ocorrer antes disso; há casos de mulheres que engravidaram apenas duas semanas após o parto. As mulheres que estão exclusivamente amamentando (o bebê é alimentado apenas com leite materno) tendem a ovular e a menstruar mais tarde, geralmente perto de seis meses após o parto, embora algumas ovulem e menstruem (e engravidem) tão rapidamente quanto aquelas que não estão amamentando.

Para minimizar a chance de engravidar, as mulheres que têm relações sexuais com homens devem começar a usar contracepção antes de reiniciar a atividade sexual. Os profissionais de saúde recomendam esperar pelo menos seis meses após o parto, mas preferivelmente 18 meses antes de engravidar novamente.

A mulher que tenha sido recentemente vacinada contra rubéola e/ou varicela precisa esperar pelo menos um mês antes de engravidar novamente, para evitar colocar o feto em risco.

Os médicos costumam discutir as opções de contracepção antes e depois do parto.

Alguns métodos contraceptivos podem ser iniciados imediatamente após o parto, incluindo:

  • Métodos apenas com progestina (implantes, injeções ou comprimidos): Podem ser iniciados imediatamente após um parto normal ou por cesariana

  • Dispositivos intrauterinos: A inserção imediata é possível após o parto normal, no prazo de 10 minutos após a expulsão da placenta

  • Esterilização feminina: Pode ser realizada durante o mesmo procedimento que um parto por cesariana ou no prazo de um a dois dias após um parto normal

A maioria dos métodos contraceptivos pode ser usada mesmo se a mulher estiver amamentando, embora pílulas anticoncepcionais (ou anéis ou adesivos) que contenham estrogênio não devam ser iniciadas antes de três semanas após o parto, pois o estrogênio pode aumentar o risco de formação de coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda ou embolia pulmonar). Além disso, métodos contraceptivos com estrogênio podem diminuir temporariamente a quantidade de leite produzida pela mulher. Algumas mulheres preferem esperar até que a amamentação esteja bem estabelecida para iniciar esses métodos.

Os métodos hormonais que são apenas de progestina, como alguns tipos de pílulas anticoncepcionais, injeções de acetato de medroxiprogesterona e implantes de progestina, têm pouco ou nenhum efeito na formação de coágulos sanguíneos e não afetam a produção de leite. 

Um dispositivo intrauterino (DIU) pode ser colocado imediatamente após o parto normal ou em qualquer outro momento após o parto.

A mulher que não deseja mais engravidar pode optar por fazer uma esterilização feminina. Esses procedimentos cirúrgicos envolvem cortar ou bloquear as trompas de Falópio para impedir que os espermatozoides cheguem ao óvulo e o fertilizem. A esterilização feminina pode ser feita no prazo de um a dois dias após um parto normal (por meio de uma pequena incisão abaixo do umbigo), durante o mesmo procedimento que um parto por cesariana ou após o período pós‑parto (as seis semanas após o nascimento do bebê). Esses procedimentos são considerados permanentes e irreversíveis. O parceiro masculino também pode optar por fazer uma esterilização masculina (vasectomia).

Um diafragma pode ser colocado logo após o útero ter voltado ao tamanho pré-gestacional, em geral após seis a oito semanas. Se a mulher costumava usar um diafragma antes de engravidar, ele deve ser ajustado após o parto, porque talvez seja necessário usar outro tamanho de diafragma. Se ela praticar atividade sexual antes disso, espumas, geleias e preservativos podem ser usados.

Você sabia que...

  • A mulher já consegue engravidar duas semanas após o parto.

Amamentação

Os médicos recomendam que a mulher amamente por, pelo menos, seis meses sem suplementar com outros alimentos. A mulher deve amamentar por mais seis meses enquanto outros alimentos são apresentados ao bebê. Depois disso, a mulher é incentivada a continuar amamentando até que ela ou o bebê não tenha mais interesse.

Caso a mãe não consiga ou opte por não amamentar, o bebê pode ser alimentado com fórmula infantil por mamadeira.

Muitas mulheres acreditam ser útil aprender sobre a amamentação antes do parto. As informações sobre a amamentação podem ser obtidas de livros, websites ou de um hospital, associação de apoio à amamentação ou consultor de aleitamento locais. Muitas vezes, uma enfermeira ou parteira pode ajudar a mulher a aprender a amamentar.

Início da amamentação

Nos primeiros dois a seis dias após parto, as mamas produzem colostro, que é um líquido espesso e geralmente amarelado. Em seguida, a mama começa a produzir leite. Quando essa transição acontece (um processo chamado “quando o leite desce”), as mamas ficam cheias e quentes e o leite tem uma coloração branca e uma consistência mais rala que o colostro.

Cuidados com a mama

A mãe que esteja amamentando precisa aprender a posicionar o bebê durante a amamentação. Se o bebê não estiver bem posicionado, os mamilos da mãe podem ficar inchados e rachados. Por exemplo, às vezes, o bebê retrai o lábio inferior e o chupa, irritando o mamilo. Nesses casos, a mãe pode puxar o lábio do bebê para fora da boca com o polegar. Para remover o mamilo da boca do bebê, a mãe deve primeiro deslizar seu dedo para dentro da boca do bebê para romper o vácuo causado pela sucção.

Depois de uma sessão de amamentação, a mãe pode deixar o leite secar naturalmente nos mamilos ou secá-los suavemente. Se desejar, ela pode secar os mamilos com um secador de cabelos em baixa potência. Após terminar de amamentar, a mulher pode aplicar lanolina a 100% nos mamilos para aliviar a dor e ajudar a protegê-los.

É possível que leite vaze das mamas quando uma mulher amamenta. Podem ser usados discos de algodão para absorver o leite. Os revestimentos de sutiã de plástico podem irritar os mamilos e não devem ser usados.

Dieta durante a amamentação

Durante a amamentação, a mulher precisa aumentar sua ingestão calórica em aproximadamente 300 a 500 calorias por dia. Ela também deve aumentar a ingestão da maioria das vitaminas e minerais, como cálcio. Em geral, uma dieta bem balanceada (incluindo laticínios e verduras de folhas verdes) e continuar com as vitaminas pré-natais com ácido fólico uma vez por dia é suficiente. As vitaminas pré-natais devem conter pelo menos 400 microgramas de ácido fólico. A mulher que esteja amamentando deve beber bastante líquido para garantir um suprimento de leite adequado. A mãe que segue uma dieta especial deve consultar o médico sobre a necessidade de tomar outros suplementos de vitaminas e minerais, como vitamina B12 para vegetarianas.

Se a mulher que esteja amamentando quiser consumir peixes, ela deve optar por aqueles com baixo teor de mercúrio. Consulte a seção Mercúrio em peixes e frutos do mar para obter mais informações.

Inchaço das mamas

As mamas podem ficar grandes, rígidas, firmes e doloridas caso estejam com excesso de leite (inchaço). O inchaço pode ocorrer durante qualquer estágio da produção de leite (aleitamento).

No caso de mulheres que estão amamentando, as seguintes medidas podem ajudar se as mamas ficarem inchadas:

  • Alimentar o bebê regularmente

  • Usar um sutiã de amamentação que oferece boa sustentação 24 horas por dia

  • Extrair o leite manualmente ou usando uma bomba de leite entre as amamentações (porém, isso tende a estimular a produção de leite e prolongar o inchaço)

Se as mamas estiverem muito inchadas, talvez a mulher precise extrair um pouco de leite logo antes da amamentação para reduzir a rigidez da mama e permitir que a boca do bebê se encaixe ao redor da aréola (a área de pele pigmentada que rodeia o mamilo).

No caso de mulheres que não vão amamentar ou que pararam de amamentar, as seguintes medidas podem ajudar:

  • Usar um sutiã justo para comprimir as mamas e, com isso, ajudar a suprimir a produção de leite

  • Aplicar bolsas de gelo e tomar analgésicos (como paracetamol ou ibuprofeno) para aliviar o desconforto até a produção de leite parar sozinha

  • Evitar extrair leite manualmente, uma vez que isso pode aumentar a produção de leite, pois a extração de leite informa ao organismo que mais leite é necessário

Em certas situações, o médico da mulher pode sugerir que ela tome um medicamento, tal como a cabergolina, para interromper a produção de leite.

Você sabia que...

  • Quando as mamas estão inchadas com leite, extrair leite entre as amamentações alivia temporariamente a pressão, mas em geral isso tende a piorar o inchaço porque o ato de extrair leite informa ao organismo que mais leite é necessário.

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