A dor lombar ocupacional é uma causa comum de absenteísmo e perda de produtividade do trabalhador. A prevalência da dor lombar ocupacional está relacionada com a descrição específica do trabalho e tarefas que são realizadas. As lesões lombares relacionadas com o trabalho variam de simples distensões e entorses a hérnia de disco, fraturas, problemas neurológicos e outras lesões. O diagnóstico e o tratamento são semelhantes aos de outras causas de dor e lesão lombares.
A dor lombar relacionada com o trabalho geralmente ocorre por causa de quedas ao permanecer em pé, quedas de altura ou trauma contuso direto às costas. Trabalhadores que reivindicam indenização por lesão lombar no trabalho muitas vezes alegam lesões envolvendo distensão, hérnia de disco, fratura de vértebras, pinçamento de nervos e lesão medular na região lombar. A simulação ou fingimento de uma doença pode ser uma preocupação no caso de lesões lombares e dor nas costas relacionadas com o trabalho.
Atividades específicas do trabalho, incluindo operação de veículos automotivos, levantar peso, levantar peso repetitivamente (itens pesados e leves), realizar atividades com o braço acima da cabeça e vibração de corpo inteiro, envolvem risco aumentado de lesões lombares relacionadas com o trabalho. Problemas psicossociais específicos podem contribuir para a dor lombar relacionada com o trabalho. Esses problemas incluem insatisfação com o trabalho, trabalho monótono ou tedioso, percepção de uma carga de trabalho pesada, tarefas com prazo exigente e percepção de falta de informações para a tomada de decisão.
Tabagismo e obesidade estão conectados epidemiologicamente à dor lombar não ocupacional; ambos são comuns entre os trabalhadores e, portanto, também podem aumentar o risco de dor lombar ocupacional.
História pregressa de lesão e dor relacionadas ao trabalho é um indicador importante de futuras lesões lombares.
Diagnóstico da dor lombar ocupacional
Avaliação clínica
Às vezes, exames de imagem
A avaliação da lesão lombar relacionada com o trabalho é semelhante à de qualquer outro problema nas costas. A história clínica deve incluir a coleta de uma história ocupacional focada, enfatizando a tarefa específica realizada pelo paciente e exatamente o que o paciente fazia ao lesionar-se. Uma revisão completa da história clínica ocupacional prévia do paciente é essencial. Um exame físico deve incluir exame neurológico e musculoesquelético focalizado.
Se a lesão foi causada por trauma direto (p. ex., golpe forte direto nas costas, queda de altura) ou se justificada por achados clínicos (p. ex., déficits neurológicos, achados sugestivos de fratura por fragilidade), indicam-se exames de imagem (radiografias simples, TC, RM); no entanto, para lesões sem causas como essas, não se indicam exames de imagem. Radiografias simples são notoriamente pouco esclarecedoras quando feitas para avaliar a dor e a lombalgia relacionadas com o trabalho.
Em muitos setores, costumava-se fazer radiografias simples das costas pré-admissão em trabalhadores com risco de lesões lombares. Não mais se recomenda essa prática porque fornece pouca ou nenhuma informação clinicamente útil e expõe os trabalhadores a radiação desnecessária.
Dicas e conselhos
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Fazer anotações detalhadas ao levantar a história e fazer o exame físico é crucial. Nos Estados Unidos, as lesões lombares relacionadas com o trabalho podem se tornar questões legais nos programas de indenização de trabalhadores e, nesses casos, as anotações detalhadas do médico muitas vezes orientam o desfecho. Também pode-se realizar uma avaliação da deficiência, como em qualquer outro caso, mas é uma avaliação distinta.
Tratamento da dor lombar ocupacional
Similar às lesões lombares não ocupacionais
Estratégias para prevenir lesões adicionais e futuras
O tratamento da lesão lombar ocupacional é semelhante àquele para qualquer outra lesão lombar; depende do tipo de lesão (p. ex., fratura; distensão, entorse, lesão tendínea, hérnia de disco, lesão medular). Por exemplo, no caso de entorses e distensões comuns, um breve período de repouso (p. ex., 1 a 3 dias), seguido de mobilização precoce, produz os melhores resultados clínicos e o retorno mais rápido ao trabalho. Em geral, trata-se a dor com paracetamol ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs); analgésicos opioides são geralmente evitados, exceto para sintomas graves. (Ver também Tratamento da dor lombar)
Prevenção de dor lombar ocupacional
Pode-se reduzir, eliminar ou controlar o risco de lesão lombar ocupacional pelo uso de:
Controles de engenharia: estratégias incluem mudar a maneira como os materiais e produtos são transportados (p. ex., utilizar equipamentos de assistência mecânica para levantar ou transportar cargas pesadas, mudar para pacotes com alças ou pacotes com entalhes ou furos para posicionar a mão, mover os pacotes para áreas mais fáceis de alcançar).
Controles administrativos: estratégias incluem reduzir a duração dos turnos, limitar a quantidade de horas extras e/ou programar mais pausas. Essas estratégias reduzem o risco de lesões lombares ocupacionais, mas não eliminam os eventos que podem causá-las. Os controles de engenharia são mais eficazes, mas os controles administrativos podem ajudar até que os controles de engenharia possam ser implementados ou quando estes não podem ser implementados.
Equipamentos de proteção individual (EPI): EPI incluem imobilizadores lombares, cintos lombares e equipamentos similares. Não está claro se a EPI pode proteger contra riscos ergonômicos. Embora esses equipamentos possam ajudar, eles podem dificultar a tarefa dos trabalhadores (p. ex., os imobilizadores lombares podem dificultar a realização de uma tarefa que requer flexão na cintura).
Ergonomia: a ergonomia visa reduzir o estresse e eliminar lesões e doenças causadas pelo uso excessivo dos músculos, má postura e tarefas repetitivas.
Pontos-chave
A lesão lombar (e dor resultante) ocupacional é uma causa comum de absenteísmo e perda de produtividade do trabalhador.
A avaliação diagnóstica da lesão lombar ocupacional é semelhante àquela das lesões lombares não ocupacionais e requer o registro meticuloso dos detalhes, incluindo aqueles relacionados com o trabalho.
Radiografias simples notoriamente são pouco esclarecedoras quando feitas para avaliar a dor e a lombalgia relacionadas com o trabalho.
Em geral, realizam-se TC ou RM para pacientes com déficits neurológicos ou achados sugestivos de fratura por fragilidade.
Incentivar a mobilização precoce após uma distensão ou entorse envolvendo as costas para obter os melhores resultados clínicos e o retorno mais rápido ao trabalho.
