Contracepção e gestação na adolescência

PorSharon Levy, MD, MPH, Harvard Medical School
Revisado/Corrigido: jul. 2022
Visão Educação para o paciente

    Muitos adolescentes se envolvem em atividade sexual, mas podem não estar totalmente informados sobre contracepção, gestação e infecções sexualmente transmissíveis, como hepatite C e infecção por HIV. Impulsividade, falta de planejamento e uso abusivo de drogas e álcool concomitantemente diminuem a probabilidade de que os adolescentes utilizarão controle de natalidade e métodos de proteção por barreira.

    Todos os métodos contraceptivos para adultos podem ser utilizados por adolescentes. O problema mais comum é a adesão (p. ex., esquecer-se de tomar contraceptivos orais diários ou interrompê-los totalmente—muitas vezes sem substituir por outra modalidade de controle de natalidade). Embora os preservativos masculinos sejam a forma mais utilizada de contracepção, ainda existem percepções de que eles podem inibir o uso consistente (p. ex., que o uso de preservativo diminui o prazer e interfere no "amor romântico"). Algumas adolescentes também ficam acanhadas em pedir que os parceiros usem preservativos durante as relações sexuais.

    A gestação pode ser uma fonte de estresse emocional significativo para os adolescentes. Adolescentes grávidas e seus parceiros tendem a abandonar a escola ou treinamento profissional, agravando assim sua situação econômica, reduzindo a autoestima e causando tensões nos relaciomentos pessoais. Adolescentes são menos propensos do que os adultos a procurar assistência pré-natal, o que leva a desfechos piores na gestação (p. ex., taxas mais altas de prematuridade). Adolescentes, especialmente aquelas muito jovens e que não recebem assistência pré-natal, têm maior probabilidade do que mulheres por volta dos 20 anos de idade de ter problemas médicos durante a gestação, como anemia e pré-eclâmpsia. Filhos de mães jovens (especialmente mães < 15 anos) são mais propensos a nascer prematuramente e ter baixo peso ao nascer. Entretanto, com assistência pré-natal adequada, adolescentes mais velhos não têm maior risco de problemas de gestação do que adultos com histórias semelhantes.

    Fazer um aborto não elimina os problemas psicossociais de uma gestação indesejada—seja para a adolescente ou seu parceiro. Podem ocorrer crises emocionais quando a gestação é diagnosticada, quando a decisão de fazer um aborto é tomada, imediatamente após o aborto ser feito, quando a criança teria nascido e quando ocorrem os aniversários dessa data. Aconselhamento familiar e orientações sobre métodos contraceptivos, tanto para meninas como para seus parceiros, pode ser muito útil.

    Os pais podem ter diferentes reações quando sua filha diz que está grávida ou que seu filho conta que engravidou alguém. Alguns pais ficam satisfeitos e outros angustiados, de modo que as emoções podem variar de empolgação à apatia, decepção ou mesmo raiva. É importante que os pais expressem seu apoio e vontade de ajudar o adolescente a fazer suas escolhas. Pais e adolescentes precisam conversar abertamente sobre aborto, adoção e paternidade— todas são opções difíceis para que o adolescente encare sozinho. Entretanto, antes de revelar uma gestação aos pais, os médicos devem avaliar a possibilidade de abuso da gestante adolescente pelos pais, porque a revelação da gestação pode colocar adolescentes vulneráveis em maior risco.

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