A icterícia nuclear (também conhecida como kernicterus e encefalopatia bilirrubínica) é a lesão cerebral provocada pela deposição de bilirrubina não conjugada nos gânglios da base e núcleos do tronco cerebral.
Normalmente, a bilirrubina ligada à albumina do soro permanece no espaço intravascular. Entretanto, a bilirrubina pode atravessar a barreira hemoencefálica e causar icterícia nuclear quando a concentração da bilirrubina sérica é acentuadamente elevada (hiperbilirrubinemia), a albumina sérica é muito baixa (p. ex., recém-nascidos pré-termo) ou a bilirrubina é desligada da albumina por ligadores competitivos (p. ex., sulfisoxazol, ceftriaxona e ácido acetilsalicílico; no jejum, ácidos graxos livres e íons hidrogênio; recém-nascidos septicêmicos ou acidóticos).
Sinais e sintomas da icterícia nuclear
Em recém-nascidos pré-termo, a icterícia nuclear pode não apresentar sinais e sintomas clínicos reconhecíveis. Os sintomas iniciais de icterícia nuclear em recém-nascidos a termo são letargia, falta de apetite e vômitos. O resultado pode ser opistótono, crise oculogírica, convulsões e morte. A icterícia nuclear pode ocasionar retardo mental, paralisia cerebral coreoatetótica, perda de audição neurossensorial e visão fixa paralítica na infância. Não se sabe se situações menos graves de icterícia nuclear podem levar a distúrbios neurológicos menos graves (p. ex., obstáculos motores perceptuais e distúrbios de aprendizagem).
Diagnóstico da icterícia nuclear
Avaliação clínica
Não existem testes confiáveis para determinar a presença de icterícia nuclear, e o diagnóstico é presuntivo. O diagnóstico definitivo da icterícia nuclear só pode ser feito por autópsia.
Tratamento da icterícia nuclear
Prevenção da hiperbilirrubinemia
Depois de se desenvolver, a icterícia nuclear não tem tratamento, mas deve ser prevenida tratando a hiperbilirrubinemia.