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A infecção do espaço submandibular ocorre em tecidos moles supra-hioideos, assoalho da boca e espaços sublingual e submandibular, que se espalha rapidamente, formando uma celulite, bilateral e endurecida, sem a formação de abscesso. Apesar de não ser um verdadeiro abscesso, se assemelha clinicamente e é tratado da mesma forma.
Este quadro costuma evoluir a partir de uma infecção odontogênica, especialmente no 2º e no 3º molares inferiores. Os fatores que contribuem podem incluir má higiene dental, extrações dentárias e traumatismo (p. ex., fraturas de mandíbula, lacerações do assoalho da boca).
Sinais e sintomas de infecção do espaço submandibular
Foto fornecida por Clarence T. Sasaki, MD.
As manifestações da infecção do espaço submandibular iniciais são dor em quaisquer dentes envolvidos, com dor importante, endurecimento localizado na região submentoniana e sublingual. Rigidez e endurecimento do assoalho de boca, e crepitação dos tecidos moles supra-hioideos podem se desenvolver rapidamente. Pode haver sialorreia, trismo, disfagia, estridor (causado por edema de laringe) e elevação da língua contra o palato posterior. Febre, calafrios e taquicardia costumam estar presentes também. A condição pode ocasionar obstrução das vias respiratórias em algumas horas e faz isso com mais frequência do que outras infecções cervicais. A taxa de mortalidade geral é de aproximadamente 0,3% (1).
Referência geral
1. McDonnough JA, Ladzekpo DA, Yi I, et al: Epidemiology and resource utilization of ludwig angina ED visits in the United States 2006-2014. Laryngoscope 129 (9):2041–2044, 2019. doi: 10.1002/lary.27734
Diagnóstico da infecção do espaço submandibular
Avaliação clínica e algumas vezes TC
Em geral, a infecção do espaço submandibular é óbvia durante a avaliação clínica. Do contrário, realiza-se TC para confirmar o diagnóstico.
Tratamento da infecção do espaço submandibular
Controle e manutenção da perviedade das vias respiratórias
Incisão cirúrgica e drenagem
Antibióticos de espectro contra a flora bucal
Manter permeabilidade das vias respiratórias é da mais alta prioridade. Como o edema dificulta a entubação orotraqueal, é preferível fazer a entubação nasotraqueal com anestesia local, no centro cirúrgico ou em unidade de terapia intensiva, com o paciente acordado. Alguns pacientes necessitam de traqueotomia. Pacientes sem necessidade imediata de entubação precisam de observação intensa e podem se beneficiar temporariamente de um catéter nasal com suplementação de oxigênio.
Incisão e drenagem com colocação de drenos profundos nos músculos milo-hioideos aliviam a pressão. Os antibióticos devem ser escolhidos para cobrir tanto anaeróbios, quanto aeróbios orais (p. ex., clindamicina, ampicilina/sulbactam e/ou dose alta de penicilina).
