Pré-eclâmpsia e gravidez – O que as pacientes devem saber
Comentário01/01/01 Antonette T. Dulay, MD, Main Line Health System

A gravidez é um momento empolgante que traz muitas mudanças para a saúde da futura mãe. Essa empolgação também pode vir com sua parcela de estressores. Futuras mães e pais precisam prestar muita atenção às mudanças na saúde da mãe ou do bebê.

Um quadro clínico sobre o qual muitas mães gestantes e pais têm dúvidas é a pré-eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é um novo diagnóstico de hipertensão arterial ou da piora de hipertensão arterial preexistente que surge após a 20ª semana de gestação e é acompanhada de um excesso de proteína na urina.

A pré-eclâmpsia pode causar o desprendimento da placenta e/ou causar um parto prematuro, aumentando o risco de o bebê ter problemas logo após o nascimento. Em alguns casos, a pré-eclâmpsia pode causar convulsões (eclâmpsia) repentinas. Se não for tratada de imediato, a eclâmpsia é geralmente fatal. É importante que as pacientes estejam preparadas para conversar sobre a pré-eclâmpsia com seus médicos e conhecer os sinais de pré-eclâmpsia. Aqui estão as respostas para algumas das perguntas mais comuns das pacientes sobre pré-eclâmpsia.

1. Qual é a diferença entre pré-eclâmpsia e hipertensão arterial?

A diferença entre a pré-eclâmpsia e a hipertensão crônica (pressão arterial elevada) acaba se resumindo ao momento da sua ocorrência. Após a 20ª semana de gestação, o início recente de hipertensão arterial acompanhada pela presença de proteína na urina é definido como pré‑eclâmpsia. Antes de 20 semanas, uma mulher com leituras de pressão arterial alta seria diagnosticada com hipertensão crônica (hipertensão arterial não relacionada à gravidez). 

Mulheres com hipertensão crônica, quer diagnosticada antes ou durante a gravidez, correm maior risco de desenvolver pré‑eclâmpsia. Mulheres com hipertensão crônica antes da gravidez que desenvolvem piora da hipertensão são diagnosticadas com o que é conhecido como pré‑eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica.

2. Quem corre risco de pré‑eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia pode ocorrer em qualquer gestante. Mesmo as gestantes sem problemas de saúde anteriores podem estar em risco. Dito isso, a pré-eclâmpsia é mais comum em mulheres com certos distúrbios ou características, incluindo hipertensão arterial antes da gravidez.

Outros fatores de risco incluem pré-eclâmpsia em uma gravidez anterior, diabetes antes da gravidez (diabetes tipo 1 ou 2) ou que se desenvolva durante a gravidez (diabetes gestacional), obesidade, idade materna avançada (mais de 35 anos) ou idade materna jovem (menos de 18 anos) e parentes que tiveram pré-eclâmpsia.  Mulheres que engravidaram por fertilização in vitro ou com doenças autoimunes também podem correr maior risco. 

3. Quais são os sinais e sintomas da pré-eclâmpsia?

A observação de sinais comuns de pré-eclâmpsia é vital para uma gestação, parto e pós-parto saudáveis. O sintoma clássico a ser observado após 20 semanas são dores de cabeça que não desaparecem. Alterações na visão, como visão turva, luzes piscando, manchas ou aumento da sensibilidade à luz, também podem ser um sinal. Algumas gestantes apresentam náuseas durante toda a gravidez. Mas náuseas ou vômitos que se desenvolvem após 20 semanas de gestação podem ser um sinal de pré‑eclâmpsia. Outras coisas a observar incluem dor no quadrante superior direito da linha média e inchaço do rosto, mãos, dedos, pescoço e/ou pés.

A gestante deve ligar para o médico se ela sentir alguma dor de cabeça nova que não desaparece nem melhora com paracetamol ou se ela tiver inchaço súbito das mãos ou do rosto. Em caso de dúvida, fale com o médico — é importante confirmar se existe ou não um problema de saúde.

4. A pré-eclâmpsia pode ser causada pela hipertensão do jaleco branco?

“Hipertensão do jaleco branco” é um termo comum para indivíduos que apresentam hipertensão arterial em ambientes clínicos, mas não nas suas vidas diárias. Mulheres que normalmente sentem ansiedade durante a aferição da sua pressão arterial em consultas médicas devem falar sobre isso com seu médico. No entanto, se a pressão arterial estiver alta, ela costuma ser repetida. Se ainda estiver alta, isso geralmente significa que pode haver um problema que precisa ser monitorado e investigado para ver se existe a necessidade de tratamento. Todas as leituras consistentes de hipertensão arterial precisam ser abordadas e levadas a sério, especialmente durante a gravidez.

5. Como se trata a pré-eclâmpsia?

Tratar a pré-eclâmpsia não é como tratar uma hipertensão arterial crônica. Mulheres com pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia costumam ser internadas em uma unidade de cuidados especiais ou, em alguns casos, em uma unidade de terapia intensiva (UTI). A partir de 37 semanas de gestação, a realização do parto costuma ser o “tratamento” mais frequente para a pré‑eclâmpsia.

6. É possível prevenir a pré-eclâmpsia?

Quando se trata de prevenir e tratar a pré-eclâmpsia, existem alguns mitos comuns que precisam ser eliminados. Uma dieta com restrição de sal e repouso no leito não prevenirão nem tratarão a pré-eclâmpsia. A redução do estresse físico e mental (embora sejam bons objetivos em qualquer época e especialmente durante a gravidez) também não funcionam.

Para algumas mulheres em alto risco, os médicos podem receitar uma dose baixa de aspirina, que deve ser tomada diariamente durante o primeiro trimestre. Estudos têm mostrado que isso reduz o risco de pré‑eclâmpsia. Além disso, é importante adotar medidas para ser o mais saudável possível e controlar quaisquer quadros clínicos crônicos antes da gravidez.  

7. Mulheres com pré-eclâmpsia precisam fazer uma cesariana?

Muitas mulheres com pré-eclâmpsia podem ter um parto vaginal normal. Ter pré-eclâmpsia não significa que a mulher tenha que dar à luz por cesariana. Os médicos pesarão uma ampla gama de fatores para decidir o processo de parto recomendado. Em última análise, depende da gravidade da pré-eclâmpsia, da estabilidade da mãe e do estado do bebê.

8. Qual é o acompanhamento para pré-eclâmpsia após o parto?

Depois do parto, mulheres que desenvolveram pré-eclâmpsia devem consultar um profissional de saúde para medir a pressão arterial pelo menos a cada uma a duas semanas após o parto. Também é importante ter em mente que a pré-eclâmpsia pode ocorrer após o parto. Se uma mulher tiver sintomas de pré-eclâmpsia durante o período pós-parto, ela deve ligar para o médico.

Para obter mais informações sobre pré-eclâmpsia, visite o tópico nos Manuais ou os Fatos Rápidos sobre o tópico.