Destaque para Idosos: Risco cirúrgico e idade

Embora a idade avançada, em si, seja um fator de risco de apresentar complicações durante e após a cirurgia, a saúde geral e a presença de determinados distúrbios aumentam o risco cirúrgico muito mais que a idade. Ter um ataque cardíaco até seis meses antes de um procedimento cirúrgico aumenta muito o risco, como também o aumenta a insuficiência cardíaca não controlada de maneira adequada. Por exemplo, insuficiência cardíaca, desnutrição (que é comum em adultos mais velhos que moram em casas de repouso) e dor torácica especialmente grave ou cada vez mais forte (angina instável) aumentam o risco da cirurgia em adultos mais velhos. Problemas pulmonares, tais como a doença pulmonar obstrutiva crônica, causam alguma preocupação no momento de definir os riscos da cirurgia, sobretudo para os fumantes. Função renal comprometida, diabetes tipo 1, acidentes vasculares cerebrais ou ataques isquêmicos transitórios anteriores e problemas com a função mental, como demência, também podem aumentar o risco.

No entanto, a idade avançada, em si, pode aumentar o risco de complicações cirúrgicas. Por exemplo, os adultos mais velhos têm uma probabilidade muito maior de apresentar delirium depois da cirurgia que as pessoas mais jovens. Também têm mais probabilidade de apresentar complicações sérias devido a repouso, que podem ocorrer depois da cirurgia. Essas complicações incluem

  • Coágulos sanguíneos

  • Perda de músculo

  • Pneumonia

  • Infecções do trato urinário

O risco de morte durante ou depois da cirurgia também aumenta com a idade. Além disso, quando uma cirurgia de emergência é realizada ou quando a cirurgia envolve o tórax ou o abdômen, o risco de morte aumenta em todas as faixas etárias, mas é muito mais alto no grupo dos idosos.

Certos procedimentos cirúrgicos representam mais riscos que outros. Por exemplo, uma cirurgia que envolve o abdômen ou o peito, remoção da próstata e uma cirurgia importante em uma articulação (como artroplastia do quadril) são procedimentos com grau de risco muito alto na lista de procedimentos de maior risco. Muitos procedimentos que costumam ser realizados em adultos mais velhos, tais como cirurgia de catarata e cirurgia em pequenas articulações, representam um risco menor. Se um adulto mais velho estiver com uma boa saúde geral, a maioria das cirurgias, incluindo as consideradas de maior risco, podem ser realizadas com segurança.

Quando os riscos de uma cirurgia forem altos, eles ainda podem ser superados pelos possíveis benefícios. Por exemplo, no caso de uma cirurgia que envolve algum risco de morte, como, por exemplo, a correção de um aneurisma da aorta grande, deve ser considerado se o paciente tem uma expectativa de vida de 8 a 10 anos, pois esses tipos de aneurisma aumentam o risco de morte se não forem corrigidos. No entanto, esse tipo de cirurgia deverá ser evitado se outras doenças limitarem a expectativa de vida a um ou dois anos.

Quando os riscos da cirurgia forem baixos, o risco baixo pode superar a falta de benefício da cirurgia. Por exemplo, algumas pessoas acreditam que, mesmo o risco de procedimentos pequenos (por exemplo, um enxerto de pele de uma úlcera por pressão), que geralmente é muito baixo, ainda é muito grande para justificar que uma pessoa com demência avançada passe por esse tipo de cirurgia.

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