Na ultrassonografia um gerador de sinal é associado a um transdutor. Cristais piezoelétricos no gerador de sinais convertem eletricidade em ondas de som de alta frequência que são enviadas aos tecidos. Os tecidos dispersam, refratam e a atenuam as ondas de som em vários graus. As ondas de som que são refletidas de volta (ecos) são convertidas em sinais elétricos. O computador analisa os sinais e apresenta uma imagem anatômica na tela.
A ultrassonografia é portátil, amplamente disponível, relativamente barata e segura. Não é utilizada radiação.
Procedimento demonstrado por Robert Strony DO, MBA, RDCS, FACEP, Medical Director, Point of Care Ultrasound, Geisinger; Clinical Associate Professor of Medicine, Geisinger Commonwealth School of Medicine; Associate Professor (Adjunct) Lewis Katz School of Medicine, Temple University.
Procedimento demonstrado por Robert Strony DO, MBA, RDCS, FACEP, Medical Director, Point of Care Ultrasound, Geisinger; Clinical Associate Professor of Medicine, Geisinger Commonwealth School of Medicine; Associate Professor (Adjunct) Lewis Katz School of Medicine, Temple University.
Procedimento demonstrado por Robert Strony DO, MBA, RDCS, FACEP, Medical Director, Point of Care Ultrasound, Geisinger; Clinical Associate Professor of Medicine, Geisinger Commonwealth School of Medicine; Associate Professor (Adjunct) Lewis Katz School of Medicine, Temple University.
Usos da ultrassonografia
A ultrassonografia pode identificar tumores superficiais e corpos estranhos (p. ex., na glândula tireoide, mamas, testículos, membros e alguns linfonodos). Em estruturas mais profundas, outros tecidos e densidades (p. ex., osso e ar) podem interferir nas imagens.
A ultrassonografia é comumente utilizada para avaliar:
Coração (ecocardiografia): por exemplo, para detectar anomalias valvares e no tamanho da câmara e estimar a fração de ejeção e tensão do miocárdio (ver Ecocardiografia)
Trato vesicobiliar: p. ex., para detectar cálculos vesiculares e obstrução do trato biliar (ver Exames de imagem do fígado e da vesícula biliar: ultrassonografia)
Trato urinário: por exemplo, para diferenciar os cistos (geralmente benignos) das massas sólidas (frequentemente malignas) nos rins ou para detectar obstruções como cálculos ou outras anomalias estruturais nos rins, nos ureteres ou na bexiga (ver Exames de imagem geniturinária: ultrassonografia)
Órgãos reprodutivos femininos: por exemplo, para detectar tumores e inflamação nos ovários, nas tubas uterinas ou no útero (ver Introdução a tumores ginecológicos)
Gestação: p. ex., para avaliar o crescimento e o desenvolvimento do feto e para detectar anomalias da placenta (p. ex., placenta previa — ver Avaliação da paciente obstétrica: ultrassonografia).
Musculoesquelético: para avaliar os músculos, tendões e nervos.
IAN HOOTON/SCIENCE PHOTO LIBRARY
Ultrassonografia à beira do leito (também chamada de ultrassonograffia no ponto de atendimento) é cada vez mais utilizada em unidades de terapia intensiva para auxiliar tanto no diagnóstico (p. ex., estado do volume, causa de hipotensão, corpos estranhos) como no tratamento (p. ex., cateterismo intravenoso ou artrocentese).
Também pode-se utilizar ultrassonografia para orientar a coleta de amostras para biópsia e a inserção de catéteres intravenosos.
Algumas vezes a ultrassonografia é feita internamente, utilizando um pequeno transdutor na ponta de um endoscópio ou de um catéter vascular.
Variações da ultrassonografia
As informações da ultrassonografia podem ser apresentadas de várias maneiras.
Modo A
O modo A é mais simples; os sinais elétricos são registrados como picos em um gráfico. O eixo vertical (Y) da apresentação mostra a amplitude do eco e o horizontal (X) mostra a profundidade.
Esse tipo de ultrassonografia é utilizado para mapeamento oftalmológico.
Modo B (escala de cinzas)
O modo B é mais frequentemente utilizado em exames de imagem diagnósticos; os sinais elétricos são exibidos como uma imagem anatômica em 2D.
O modo B é comumente utilizado para avaliar o feto em desenvolvimento e múltiplos órgãos, incluindo fígado, baço, rins, tireoide, testículos, mamas, útero, ovários e próstata.
A ultrassonografia em modo B é rápida o suficiente para mostrar movimentos em tempo real, como o movimento de uma batida do coração ou de vasos sanguíneos pulsantes. As imagens em tempo real fornecem informações anatômicas e funcionais.
Modo M
O modo M é utilizado para imagens de estruturas em movimento; os sinais elétricos refletidos pelas estruturas em movimento são convertidos em ondas exibidas continuamente ao longo de um eixo vertical.
O modo M é utilizado primariamente para avaliação dos batimentos cardíacos fetais e em imagens cardíacas, principalmente em doenças valvares.
Doppler
A ultrassonografia Doppler é utilizado para avaliar o fluxo sanguíneo. Esse método utiliza o efeito Doppler (alteração da frequência do som pela reflexão a partir de um objeto em movimento). Os objetos em movimento são as eritrócitos no sangue.
Informações sobre a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo podem ser determinadas pela análise das alterações na frequência das ondas de som:
Se uma onda de som refletida tem frequência menor do que a onda de som transmitida, o fluxo do som está para longe do transdutor.
Se uma onda de som refletida tiver uma frequência mais elevada do que a onda de som transmitida, o fluxo está na direção do transdutor.
A magnitude da alteração da frequência é proporcional à velocidade do fluxo de sangue.
Alterações na frequência de ondas de som refletidas são convertidas em imagens mostrando a direção e a velocidade do fluxo de sangue.
Imagem cedida por cortesia de Hakan Ilaslan, MD.
A ultrassonografia por Doppler também é utilizada
Para avaliar a vascularização dos tumores e órgãos
Para avaliar a função cardíaca (p. ex., como para ecocardiografia)
Para detectar oclusão e estenose dos vasos sanguíneos
Para detectar coágulos sanguíneos nos vasos sanguíneos (p. ex., na trombose venosa profunda)
Para detectar sinovite nas articulações
Ultrassonografia espectral por Doppler exibe informações do fluxo sanguíneo como um gráfico com a velocidade no eixo vertical e o tempo no eixo horizontal. É possível medir velocidades específicas se o ângulo do Doppler (o ângulo entre a direção do feixe de ultrassom e a direção do fluxo sanguíneo) puder ser determinado. As medições da velocidade e aparência do traçado do Doppler espectral podem indicar a gravidade da estenose vascular.
Ultrassonografia duplex Doppler combina a apresentação gráfica da ultrassonografia espectral com imagens em modo B.
A ultrassonografia com Doppler colorido converte as informações do fluxo sanguíneo em uma imagem colorida por Doppler com o fluxo sanguíneo na respectiva cor; são exibidas na imagem anatômica ultrassonográfica na escala de cinza. A direção do fluxo sanguíneo é indicada pela tonalidade da cor (p. ex., vermelho para o fluxo sanguíneo para o transdutor, azul para o fluxo sanguíneo para fora do transdutor). A velocidade média do fluxo sanguíneo é indicada pelo brilho da cor (p. ex., vermelho brilhante indica fluxo de alta velocidade para o transdutor; azul escuro indica baixa velocidade de fluxo para fora do transdutor).
Desvantagens da ultrassonografia
A qualidade da imagem depende da habilidade do operador.
Obter imagens claras das estruturas alvo pode ser tecnicamente difícil em pacientes com excesso de peso.
A ultrassonografia não pode ser utilizada para obter imagens através de ossos ou gases, assim é difícil a obtenção de algumas imagens.