Micoplasmas são procariontes onipresentes que diferem de outros procariontes porque são desprovidos de parede celular.
Mycoplasma pneumoniae é uma causa comum de pneumonia, em particular pneumonia adquirida na comunidade.
Evidências crescentes sugerem que Mycoplasma genitalium e Ureaplasma urealyticum causam alguns casos de uretrite não gonocócica. Estão frequentemente presentes (e Mycoplasma hominis) em pacientes com outras infecções urogenitais (p. ex., vaginite, cervicite, pielonefrite, doença inflamatória pélvica) e algumas não urogenitais, mas não está claro o papel que desempenham nessas infecções.
Diagnóstico dos micoplasmas
Na infecção por M. pneumoniae, teste com ácido nucleico ou detecção de anticorpos
Para M. genitalium, exame baseado em ácido nucleico
A cultura é tecnicamente difícil e na maioria das vezes indisponível, mas às vezes é possível conseguir um diagnóstico laboratorial por meio de testes de amplificação do ácido nucleico (NAATs) ou por detecção de anticorpos (para M. pneumoniae); frequentemente, o diagnóstico precisa ser por exclusão.
Atualmente, há 3 testes NAATs disponíveis para M. pneumoniae como parte de um kit comercialmente disponível que testa múltiplos patógenos respiratórios.
NAATs que detectam M. genitalium estão comercialmente disponíveis.
Micoplasmas não são visíveis à microscopia eletrônica.
Tratamento dos micoplasmas
Antibióticos macrolídeos
Fluoroquinolonas ou tetraciclinas
Macrolídeos são, geralmente, os antimicrobianos de escolha. A maioria das espécies também é sensível a fluoroquinolonas e tetraciclinas.
Foi descrita resistência aos macrolídeos na infecção por M. pneumoniae em > 80% de amostras na China e no Japão. Dados preliminares mostram que a prevalência de resistência pode ser tão alta quanto 12% nos Estados Unidos (1). Portanto, deve-se considerar o uso de fluoroquinolonas ou tetraciclinas para pacientes com doença refratária, especialmente nas regiões com resistência importante aos macrolídeos.
M. genitalium tem desenvolvido resistência generalizada a macrolídeos, tetraciclinas e fluoroquinolonas, o que torna desafiador o tratamento da infecção por esse organismo.
Atualmente estão sendo desenvolvidos NAATs para detectar a resistência aos macrolídeos na M. pneumoniae e M. genitalium.
Referência sobre o tratamento
1. Centers for Disease Control and Prevention: M. pneumoniae infection: Antibiotic Treatment and Resistance. Acessado em 30/03/2023.
Informações adicionais
Os recursos em inglês a seguir podem ser úteis. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo desses recursos.
Centers for Disease Control and Prevention (CDC): 2021 Sexually Transmitted Infections Treatment Guidelines: Mycoplasma genitalium
CDC: M. pneumoniae infection: Antibiotic Treatment and Resistance