O tratamento das emergências odontológicas por um médico é algumas vezes necessário quando um dentista não está disponível para tratar destes distúrbios:
Problemas pós-extração (p. ex., sangramento, edema, dor, alveolite e osteomielite e osteonecrose da mandíbula)
Analgesia e tratamento da infecção
Analgésicos orais são eficazes para a maioria dos problemas odontológicos, como paracetamol 650 mg a 1000 mg a cada 6 horas e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno 400 mg a 800 mg a cada 6 horas. Ibuprofeno e paracetamol também podem ser utilizados em conjunto durante um breve período de tempo, alternando os fármacos a cada 3 horas. Para dores graves, esses fármacos podem ser combinados a opioides, como codeína 60 mg; hidrocodona 5, 7,5 ou 10 mg; ou oxicodona 5 mg.
Antibióticos para infecções dentais incluem amoxicilina 500 mg por via oral a cada 8 horas durante 3 a 7 dias, ou penicilina VK 500 mg por via oral a cada 6 horas durante 3 a 7 dias.
Em pacientes sensíveis ou alérgicos à penicilina ou seus análogos, recomenda-se o uso de azitromicina, 250 mg, com uma dose inicial de ataque de 500 mg, seguida de doses de 250 mg durante 4 dias. Alternativa, pode-se prescrever 300 mg de clindamicina por via oral a cada 6 horas por 3 a 7 dias. Em pacientes em uso de clindamicina, deve-se monitorar quanto a possível resistência à azitromicina e maior risco de infecção por Clostridium difficile com clindamicina.
Pacientes que não respondem à amoxicilina ou à penicilina podem passar para o clavulanato de amoxicilina, 500/125 mg, 3 vezes ao dia, durante 7 dias; aqueles com alergia a penicilinas podem receber metronidazol 500 mg, 3 vezes ao dia, durante 7 dias, juntamente com o regime inicial (1).
Antibióticos profiláticos
Para prevenção da endocardite infecciosa, as diretrizes de 2021 da American Dental Association (2), bem como a American Heart Association (3), recomendam antibióticos profiláticos em pacientes submetidos a procedimentos odontológicos somente para pacientes com
Próteses valvares, como próteses implantadas por cateterismo ou material protético utilizado para reparo da valva
Endocardite infecciosa prévia
Determinadas cardiopatias congênitas
Pacientes que receberam cardíaco com problemas valvulopatia
Para os pacientes com prótese articular, as diretrizes da American Dental Association de 2021 (2) determinam que o uso antibióticos profiláticos não é recomendado de rotina, mas pode ser considerados em caso de
Comprometimento imunitário
Diabetes não controlado
História de infecção articular
Substiuição articular recente
Os procedimentos dentais que requerem profilaxia são aqueles nos quais há a necessidade de manipulação ou perfuração da mucosa oral ou gengival ou que envolvem a região apical da raiz do dente (isto é, aqueles mais prováveis de causar bacteremia). O fármaco de eleição é amoxicilina 2 g uma vez ao dia por via oral, 30 a 60 minutos antes do procedimento. Para aqueles que não toleram penicilinas, as alternativas são cefalexina, 2 g, azitromicina ou claritromicina, 500 mg, ou doxiciclina, 100 mg. Todas essas alternativas também são administradas uma vez por via oral 30 a 60 minutos antes do procedimento. Clindamicina não é mais recomendada para profilaxia.
Referências
1. Lockhart PB, Tampi MP, Abt E, et al: Evidence-based clinical practice guideline on antibiotic use for the urgent management of pulpal- and periapical-related dental pain and intraoral swelling: A report from the American Dental Association. J Am Dent Assoc 150(11):906-921.e12, 2019. doi: 10.1016/j.adaj.2019.08.020
2. American Dental Association (ADA) Science and Research Institute, LLC: Antibiotic Prophylaxis Prior to Dental Procedures. Acessado em 15 de setembro de 2022. https://www.ada.org/resources/research/science-and-research-institute/oral-health-topics/antibiotic-prophylaxis.
3. Wilson WR, Gewitz M, Lockhart PB, et al: Prevention of viridans group streptocococcal infective endocarditis: A scientific statement from the American Heart Association. Circulation 143(20):e963-978, 2021. DOI: 10.1161/CIR.0000000000000969