Gastrite erosiva é a erosão da mucosa gástrica causada por dano nas defesas da mucosa. É tipicamente aguda, manifestando-se com sangramento, mas pode ser subaguda ou crônica com poucos ou nenhum sintoma. O diagnóstico é por endoscopia. O tratamento é de suporte e consiste na remoção da causa de base e início da terapia supressora de ácido. Alguns pacientes sob tratamento em uma unidade de terapia intensiva (p. ex., aqueles com traumatismo craniano, queimaduras, politraumatismo ou que estejam em ventilação mecânica) podem se beneficiar da profilaxia com supressores do ácido gástrico.
(Ver também Visão geral da secreção ácida e Visão geral da gastrite.)
Causas comuns da eritrocitose incluem
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Álcool
Estresse
Causas menos comuns da eritrocitose incluem
Radiação
Infecções virais (p. ex., citomegalovírus)
Lesão vascular
Trauma direto (p. ex., sondas nasogástricas)
Erosões superficiais e pontuais podem ocorrer na mucosa gástrica. Estas podem ocorrer já 12 horas após a lesão inicial. Erosões profundas, úlceras e algumas vezes perfuração, podem ocorrer em casos mais graves ou que não foram tratados. As lesões classicamente acontecem no corpo, mas o antro pode também estar envolvido.
Gastrite aguda por estresse, uma forma de gastrite erosiva, pode ocorrer em pacientes criticamente enfermos. A incidência aumenta com a duração da permanência na unidade de tatamento intensivo e com o tempo durante o qual o paciente não recebe alimentação enteral. A patogênese provavemente está relacionada com hipoperfusão da mucosa gastrointestinal, provocando diminuição das defesas da mucosa. Pacientes com história de trauma na cabeça ou queimaduras podem também apresentar excesso da produção de ácido.
Sinais e sintomas da gastrite erosiva
Pacientes com gastrite erosiva leve em geral são assintomáticos, embora alguns possam referir dispepsia, náusea ou vômitos.
Com frequência, o primeiro sinal é hematêmese, melena ou sangue no aspirado da sonda nasogástrica, geralmente dentro de 2 a 5 dias após o evento etiológico. O sangramento costuma ser leve a moderado, embora possa ser maciço, se houver lesão ulcerosa profunda, em particular na gastrite aguda por estresse.
Diagnóstico da gastrite erosiva
Endoscopia
Gastrites erosivas agudas ou crônicas são diagnosticadas endoscopicamente.
Tratamento da gastrite erosiva
Para sangramento: hemostasia endoscópica
Para supressão ácida: inibidor da bomba de prótons ou antagonista do receptor de histamina-2
Nas gastrites mais intensas, o sangramento é manuseado com líquidos intravenosos e transfusões sanguíneas, quando necessário. Deve-se tentar hemostasia endoscópica, com a cirurgia como última opção se não for possível controlar a hemorragia endoscopicamente. A angiografia não tende a ser eficaz nos sangramentos mais intensos, já que existem vários vasos colaterais suprindo o estômago. Deve- se iniciar a terapia farmacológica para supressão ácida se o paciente ainda não estiver recebendo esse tratamento.
Para gastrites mais leves, podem ser suficientes a remoção do agente etiológico e o uso de medicamentos para diminuir a acidez gástrica (ver Tratamento medicamentoso da acidez gástrica) de modo a limitar lesão futura e promover a cicatrização.
Prevenção da gastrite erosiva
A profilaxia é capaz de reduzir a incidência de gastrite aguda por estresse. Entretanto, isso beneficia principalmente certos pacientes com alto risco de sangramento tratados em unidade de terapia intensiva, incluindo aqueles com queimaduras graves, trauma do sistema nervoso central, coagulopatia, sepse, choque, politraumatismo, ventilação mecânica por > 48 horas, doença hepática crônica, lesão renal aguda, insuficiência hepática ou renal, disfunção de múltiplos órgãos e história de úlcera péptica ou sangramento gastrointestinal.
Uma diretriz recomenda profilaxia de úlcera de estresse com antagonistas dos receptores da histamina-2 ou inibidores da bomba de prótons em adultos gravemente enfermos com coagulopatia, choque ou doença hepática crônica que estão sendo tratados em uma UTI (1).
Há um possível maior risco de pneumonia nosocomial em pacientes criticamente enfermos que recebem supressão ácida. Uma metanálise recente concluiu que os inibidores da bomba de prótons (IBP) e os antagonistas do receptor de histamina-2 podem aumentar o risco de pneumonia (aumentos absolutos de 5% para inibidores da bomba de prótons e de 3,4% para os antagonistas do receptor de histamina-2; 2). Entretanto, um grande ensaio clínico prévio que analisou um IBP para pacientes com risco de hemorragia gastrointestinal na unidade de terapia intensiva não encontrou maior incidência de pneumonia (3).
A alimentação enteral precoce também pode diminuir o risco de ressangramento.
A supressão do ácido gástrico não é recomendada para os pacientes somente em uso de AINE, exceto se houver história de úlcera péptica.
Referências sobre prevenção
1. MacLaren R, Dionne JC, Granholm A, et al: Society of Critical Care Medicine and American Society of Health-System Pharmacists Guideline for the Prevention of Stress-Related Gastrointestinal Bleeding in Critically Ill Adults. Crit Care Med 52(8):e421–e430, 2024. doi:10.1097/CCM.0000000000006330
2. Wang Y, Ye Z, Ge L, et al: Efficacy and safety of gastrointestinal bleeding prophylaxis in critically ill patients: Systematic review and network meta-analysis. BMJ 368:l6744, 2020. doi: 10.1136/bmj.l6744PMCID
3. Krag M, Marker S, Perner A, et al: Pantoprazole in patients at risk for gastrointestinal bleeding in the ICU. N Engl J Med 379(23):2199–2208, 2018. doi: 10.1056/NEJMoa1714919
Pontos-chave
Gastrite erosiva é a erosão da mucosa gástrica decorrente de dano à barreira da mucosa gástrica.
As causas comuns incluem anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), álcool e estresse; gastrite aguda por estresse ocorre em cerca de 5% dos pacientes criticamente enfermos.
Os sintomas incluem dispepsia, náuseas e vômitos, mas casos leves podem ser assintomáticos.
Sangramento gastrointestinal (hematêmese ou melena) pode ser o sinal inicial.
O diagnóstico é feito por endoscopia alta.
Tratar com um inibidor da bomba de prótons (IBP) ou antagonista do receptor de histamina-2 e remover o agente causador; tratar os pacientes que têm sangramento com líquidos IV e/ou transfusão de sangue conforme necessário e hemostasia endoscópica com apoio cirúrgico.
Recomenda-se a prevenção da gastrite aguda por estresse com um IBP para pacientes selecionados criticamente enfermos, embora isso possa aumentar ligeiramente o risco de pneumonia.
A prevenção de gastrite relacionada com AINEs com um IBP ou antagonistas do receptor de histamina-2 não é indicada, a menos que haja história prévia de úlcera péptica.