Câncer nasofaríngeo

PorBradley A. Schiff, MD, Montefiore Medical Center, The University Hospital of Albert Einstein College of Medicine
Reviewed ByLawrence R. Lustig, MD, Columbia University Medical Center and New York Presbyterian Hospital
Revisado/Corrigido: set. 2024
Visão Educação para o paciente

O carcinoma de células escamosas é o câncer mais comum da nasofaringe. Os sinais e sintomas são tardios, como secreção nasal unilateral sanguinolenta, obstrução nasal, perda auditiva, otalgia, edema de face e parestesia de face. O diagnóstico baseia-se em inspeção e biópsia, sendo TC, RM ou PET necessários para a avaliação de sua extensão. O tratamento é com radio e quimioterapia, e, raramente, cirurgia.

(Ver também Visão geral dos tumores de cabeça e pescoço.)

Câncer nasofaríngeo pode ocorrer em qualquer faixa etária, incluindo adolescentes, e é comum na região do Mar do Sul da China. Embora raro nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, é comum na Ásia e um dos tipos de câncer mais comuns entre imigrantes chineses nos Estados Unidos, especialmente aqueles do sudeste chinês e sudeste asiático. Ao longo de várias gerações, a prevalência desse tumor foi decrescendo nas populações sino-americanas, até alcançar a prevalência dos não chineses, o que sugere um componente ambiental como fator etiológico (1). A exposição dietética aos nitritos e aos peixes salgados também é apontada como fator de risco. O EBV (Epstein-Barr virus) é um fator de risco importante e há predisposição hereditária.

Outros tumores malignos de nasofaringe incluem carcinomas adenoide císticos e mucoepidermoides, mixomas, adenocarcinomas, linfomas, fibrossarcomas, osteossarcomas, condrossarcomas e melanomas.

Referência geral

  1. 1. Buell P. The effect of migration on the risk of nasopharyngeal cancer among Chinese. Cancer Res 1974;34(5):1189-1191.

Sinais e sintomas do câncer nasofaríngeo

Câncer nasofaríngeo muitas vezes apresenta metástases palpáveis nos linfonodos no pescoço. Outro sintoma de apresentação comum é perda auditiva, frequentemente causada por obstrução nasal ou tuba auditiva levando à derrame da orelha média. Outros sintomas abrangem otalgia, rinorreia piossanguinolenta, epistaxe franca eparalisias de pares cranianos. As paralisias de pares cranianos muitas vezes envolvem o VI, o IV e o III nervos, em razão de suas localizações no seio cavernoso, em proximidade ao forame lácero, que é a via mais comum de disseminação intracraniana desses tumores. Uma vez que a drenagem linfática da nasofaringe é cruzada, metástases bilaterais são comuns.

Diagnóstico do câncer de nasofaringe

  • Endoscopia e biópsia da nasofaringe

  • Exames de imagem para estadiamento

Pacientes com suspeita de câncer nasofaríngeo devem ser submetidos ao exame com espelho de nasofaringe ou endoscópio e as lesões devem passar por biópsias. Biópsia linfonodal cervical aberta não deve ser feita como primeiro procedimento (ver Avaliação da massa cervical), apesar de uma biópsia por agulha é aceitável e quase sempre recomendada.

Deve-se realizar RM com gadolínio (com supressão de gordura) da cabeça, com ênfase em nasofaringe e base de crânio. A TC também é necessária para avaliar adequadamente as alterações ósseas da base do crânio, menos visíveis à RM. O PET scan também é solicitado, com frequência, para observar a extensão da doença e o sistema linfático cervical. (Ver tabela Estadiamento do câncer nasofaríngeo.)

Tabela
Tabela

Tratamento do câncer de nasofaringe

  • Quimioterapia mais radioterapia

  • Algumas vezes, cirurgia

Em decorrência da localização e da extensão do envolvimento, os tumores de nasofaringe muitas vezes não são passíveis de ressecção cirúrgica. São tipicamente tratados com quimio e radioterapia, seguidas quase sempre de quimioterapia adjuvante (1).

Tumores recidivados podem ser tratados com outro curso de irradiação, comumente com braquiterapia (colocação de implante radioativo); a radionecrose da base do crânio é um risco. Alternativa à radioterapia, para pacientes altamente selecionados, é ressecção da base do crânio. A ressecção geralmente é feita removendo parte da maxila para acesso, mas, em casos selecionados, a ressecção pode ser feita endoscopicamente.

Referência sobre tratamento

  1. 1. National Cancer Institute: Nasopharyngeal Carcinoma Treatment (PDQ®)–Health Professional Version. Updated July 2024.

Prognóstico para câncer nasofaríngeo

Pacientes com câncer nasofaríngeo localizado costumam ter bom resultado (a sobrevida em 5 anos é cerca de 80%), enquanto pacientes com doença metastática têm resultado ruim (sobrevida em 5 anos é < 50%) (1).

Referência sobre prognóstico

  1. 1. American Cancer Society medical and editorial content team: Nasopharyngeal cancer: Survival rates for nasopharyngeal cancer. Updated March 1, 2023. Accessed July 30, 2024.

Pontos-chave

  • Linfonodos palpáveis no pescoço são os achados mais comuns no câncer nasofaríngeo; outros sintomas são congestão nasal com epistaxe, sangue na saliva e perda auditiva.

  • Diagnosticar câncer nasofaríngeo com endoscopia nasal e biópsia por agulha e utilizar TC, RM e PET para estadiamento.

  • Tratar câncer nasofaríngeo com quimioterapia mais radioterapia e, às vezes, cirurgia.

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