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Rinite não alérgica

PorMarvin P. Fried, MD, Montefiore Medical Center, The University Hospital of Albert Einstein College of Medicine
Reviewed ByLawrence R. Lustig, MD, Columbia University Medical Center and New York Presbyterian Hospital
Revisado/Corrigido: jul. 2023
Visão Educação para o paciente

Rinite é a inflamação da mucosa nasal, com consequente congestão nasal, rinorreia e diversos sintomas associados, dependendo da etiologia (p. ex., prurido, espirros, rinorreia aquosa ou purulenta, anosmia). A rinite é classificada como alérgica ou não alérgica. A causa da rinite não alérgica geralmente é viral, embora substâncias irritantes possam desencadeá-la. O diagnóstico costuma ser clínico. O tratamento é feito com a umidificação do ar ambiente, uso de aminas simpatomiméticas e anti-histamínicos. A superinfecção bacteriana requer tratamento antibiótico adequado.

Há várias formas da rinite não alérgica. (Ver também Rinite alérgica sazonal.)

Rinite aguda

A rinite aguda, que se manifesta com edema e vasodilatação da mucosa nasal, rinorreia e obstrução, é geralmente resultante de resfriado comum; outras causas incluem infecções estreptocócicas, pneumocócicas e estafilocócicas.

Rinite crônica

A rinite crônica geralmente é um prolongamento da rinite subaguda inflamatória ou infecciosa (que desaparece em 30 a 90 dias). Também pode ocorrer raramente na sífilis, tuberculose, rinoscleroma, rinosporidiose, leishmaniose, blastomicose, histoplasmose e hanseníase — todas infecções caracterizadas pela formação de granuloma e destruição de tecidos moles, cartilagem e osso. Obstrução nasal, rinorreia purulenta e sangramentos nasais frequentes são resultantes. O rinoscleroma causa obstrução nasal progressiva, em razão da formação de tecido inflamatório endurado na lâmina própria. A rinosporidiose é caracterizada por pólipos sangrantes. Tanto a baixa umidade do ar como agentes irritantes inalatórios podem resultar em rinite crônica.

Rinite atrófica

A rinite atrófica, uma forma da rinite crônica, resulta em atrofia e esclerose da mucosa; ela sofre alteração de epitélio pseudoestratificado colunar ciliado para epitélio estratificado escamoso, e lâmina própria fica reduzida em volume e vascularização. A rinite atrófica está associada à idade avançada, granulomatose com poliangiite (granulomatose com poliangiite, anteriormente conhecida como granulomatose de Wegener) e exérese cirúrgica excessiva iatrogenicamente induzida do tecido nasal. Apesar de a exata etiologia ser incerta, a infecção bacteriana frequentemente tem participação nesta doença. A atrofia da mucosa nasal ocorre quase sempre na população idosa.

Rinite vasomotora

Rinite vasomotora, também chamada rinite não alérgica, é uma condição crônica em que o ingurgitamento vascular intermitente da mucosa nasal acarreta rinorreia aquosa e espirros. A etiologia é incerta e não há evidência de alergia. O ar seco inspirado parece agravar esta condição.

Sinais e sintomas da rinite não alérgica

A rinite aguda resulta em tosse, febre baixa, congestão nasal, rinorreia e espirros.

As manifestações da rinite crônica são semelhantes àquelas da rinite aguda, mas, em casos prolongados ou graves, os pacientes também podem ter drenagem espessa, mucopurulenta e odor fétido; crostas na mucosa; e/ou sangramento.

A rinite atrófica resulta em alargamento das cavidades nasais, formação de crostas e colonização bacterina malcheirosa, congestão nasal, anosmia e epistaxe que podem ser recorrentes e graves.

A rinite vasomotora resulta em espirros e rinorreia aquosa. A mucosa turgescente varia de vermelho vivo a arroxeada. Essa condição é marcada por períodos de exacerbação e remissão.

Diagnóstico da rinite não alérgica

As diferentes formas de rinite são diagnosticadas clinicamente. Exames complementares são desnecessários.

A rinite vasomotora é diferenciada das infecções nasais específicas, virais e bacterianas, pela ausência de exsudato purulento e formação de crostas. É diferenciada da rinite alérgica pela ausência de um alergênio identificável.

Tratamento da rinite não alérgica

  • Para rinite viral, descongestionantes, anti-histamínicos, ou ambos

  • Na rinite atrófica, tratamento tópico com antibióticos, estrogênio e vitamina A e D

  • Para rinite vasomotora, umidificação da mucosa e, às vezes, corticoides tópicos e pseudoefedrina oral

A rinite viral pode ser tratada sintomaticamente com descongestionantes (tanto vasoconstritores tópicos com uma amina simpatomimética, como a oximetazolina a cada 8 a 12 horas ou fenilefrina 0,25% a cada 3 a 4 horas, por não mais que 3 dias, quanto aminas simpatomiméticas sistêmicas, como a pseudoefedrina 30 mg, por via oral, a cada 4 a 6 horas). A oximetazolina intranasal não deve ser utilizada por mais de 3 dias para evitar congestão de rebote da mucosa nasal.

Anti-histamínicos podem ser úteis no tratamento da rinite viral, mas aqueles com propriedades anticolinérgicas ressecam as membranas mucosas e, portanto, podem aumentar a irritação. (Ver também Resfriado comum.) Estabilizadores intranasais de mastócitos (p. ex., cromolina) e ipratrópio ou estabilizadores de mastócitos/anti-histamínicos de dupla ação (p. ex., azelastina, olopatadina) podem ser mais eficazes (ver tabela Estabilizadores intranasais de mastócitos). Os descongestionantes também podem aliviar os sintomas da rinite bacteriana aguda e da rinite crônica, enquanto infecção bacteriana de base requer cultura, identificação do patógeno, antibiograma e tratamento antimicrobiano apropriado. Se os sintomas persistirem, biópsia pode ser necessária para descartar câncer.

O tratamento da rinite atrófica é voltado à redução da formação de crostas e à eliminação do odor com irrigação nasal, antibióticos tópicos (p. ex., mupirocina), estrogênios tópicos ou sistêmicos e vitaminas A e D. Oclusão ou redução cirúrgica da persistência das cavidades nasais diminui a formação de crostas decorrentes do ressecamento ocasionado pelo fluxo de ar sobre a mucosa atrófica.

O tratamento da rinite vasomotora é por tentativa e erro, e nem sempre é satisfatório. Os pacientes se beneficiam com a umidificação do ar, promovida por um sistema central de aquecimento e umidificação do ar, ou por um vaporizador no local de trabalho ou quarto. Corticoides tópicos (p. ex., mometasona 2 jatos 2 vezes ao dia) e anti-histaminas nasais podem ser benéficos. Aminas simpatomiméticas sistêmicas (p. ex., para adultos, pseudoefedrina 30 mg por via oral a cada 4 a 6 horas, conforme necessário) aliviam os sintomas, mas não são recomendadas para uso prolongado porque espessam o muco e podem causar taquicardia e ansiedade. Vasoconstritores tópicos são evitados porque provocam a perda de sensibilidade da vasculatura da mucosa nasal a outros estímulos vasoconstritores — p. ex., umidade e temperatura do ar inspirado. Pode haver congestão de rebote por uso contínuo após 3 dias; o uso crônico e a dependência são conhecidos como rinite medicamentosa.

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