É a convicção do paciente de estar infestado por parasitos.
Pacientes delírio de parasitose tem a forte convicção de estarem infestados por insetos, vermes, ácaros, piolhos ou outros organismos. Em geral, relatam vividamente como os organismos penetraram em sua pele e se movem em seu corpo; também trazem amostras de cabelo, pele e fragmentos, como crostas, pós e fibras em lâminas ou em recipientes (sinal da “caixa de fósforos”), para provar que a infestação é real. A doença é considerada um tipo somatoforme do transtorno delirante. Os pacientes podem ter outros transtornos psiquiátricos ou físicos (p. ex., distúrbios cerebrais estruturais, psicose tóxica) (1).
Referência geral
1. Reich A, Kwiatkowska D, Pacan P: Delusions of parasitosis: An update. Dermatol Ther (Heidelb) 9(4):631–638, 2019. doi: 10.1007/s13555-019-00324-3
Diagnóstico da parasitose delirante
Avaliação clínica
Suspeita-se do diagnóstico de parasitose delirante pela anamnese e exame clínico. A avaliação exige descartar infestações reais e outras doenças psicológicas por exame físico e testes criteriosos, como raspados de pele e outros testes como clinicamente indicado.
Tratamento da parasitose delirante
Apoio psicológico e possivelmente medicamentos antipsicóticos
É importante estabelecer uma relação empática e encorajadora com o paciente. Embora muitas vezes rejeitado, o tratamento mais eficaz é com medicamentos antipsicóticos, tipicamente antipsicóticos de segunda geração (ver tabela Antipsicóticos de segunda geração), em decorrência da menor taxa de sintomas extrapiramidais (1). Alguns pacientes que também apresentam características consistentes com transtorno obsessivo-compulsivo podem se beneficiar de um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS) (p. ex., sertralina), mas são necessários mais dados para apoiar o uso rotineiro dessa abordagem (2). Tipicamente, o paciente deseja a confirmação de que o medicamento trata a infestação, e qualquer sugestão cuja indicação não seja para o tratamento do agente infestante haverá resistência, rejeição ou ambos. Portanto, o tratamento eficaz requer diplomacia e um delicado equilíbrio entre a proposta e o desejo do paciente.
Referências sobre o tratamento
1. McPhie ML, Kirchhof MG: A systematic review of antipsychotic agents for primary delusional infestation. J Dermatolog Treat 33(2):709-721, 2022. doi: 10.1080/09546634.2020.1795061
2. Schuyler M, Zakhary L: Treating delusional parasitosis with the antidepressant sertraline. JAAD Case Rep. 33:20-22, 2023. doi: 10.1016/j.jdcr.2023.01.004