Os carcinoides brônquicos são tumores neuroendócrinos raros (1 a 2% de todos os cânceres de pulmão em adultos) e de crescimento lento que surgem na mucosa brônquica e comprometem pacientes na faixa etária de 40 a 60 anos.
Os tumores carcinoides se desenvolvem a partir de células gastrointestinais no trato gastrointestinal (90%), pâncreas e brônquios pulmonares e raramente o trato geniturinário. Embora os carcinoides sejam frequentemente benignos ou apenas localmente invasivos, aqueles que afetam o brônquio frequentemente são malignos. Alguns tumores carcinoides são endocrinologicamente ativos; a probabilidade varia de acordo com o local de origem e é mais alta para tumores originários do íleo e do colo proximal (40 a 50%) e mais baixa nos tumores carcinoides brônquicos.
Metade dos pacientes com carcinoide brônquico é assintomática, e metade desenvolve sintomas de obstrução das vias respiratórias, como dispneia, sibilos e tosse, que com frequência leva ao diagnóstico errôneo de asma brônquica. Pneumonias de repetição, hemoptise e dor torácica também são comuns.
Síndromes paraneoplásicas, incluindo a síndrome de Cushing decorrente de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) ectópico, acromegalia decorrente de fator de liberação ectópico de hormônio de crescimento e gastrinoma (síndrome de Zollinger-Ellison) decorrente de produção ectópica de gastrina são mais comuns que a síndrome carcinoide, a qual ocorre em < 3% dos pacientes com o tumor.
Sintomas da síndrome carcinoide incluem
Rubor
Diarreia
Broncoespasmo
Sequelas crônicas da síndrome carcinoide incluem
Telangiectasias
Cardiopatia valvular no lado direito
Fibrose retroperitoneal
Um sopro oriundo de câmara esquerda do coração (regurgitação ou estenose mitral) decorrente de lesão valvar induzida pela serotonina ocorre raramente com carcinoides brônquicos (em contraposição às lesões valvares de câmara direita de carcinoides gastrointestinais).
Diagnóstico do carcinoide brônquico
Biópsia broncoscópica
O diagnóstico do carcinoide brônquico baseia-se em biópsia broncoscópica, mas com frequência a avaliação inicial envolve TC do tórax, a qual revela calcificações tumorais em até um terço dos pacientes.
A cintilografia com octreotida marcada com índio-111 é útil para determinar disseminação regional e metastática.
O aumento da serotonina urinária e dos níveis de ácido 5-hidroxi-indolacético fundamenta o diagnóstico, mas comumente não existe.
Tratamento do carcinoide brônquico
Cirurgia
O tratamento do carcinoide brônquico é por meio de remoção cirúrgica com ou sem quimioterapia e/ou radioterapia adjuvante.
O prognóstico depende do tipo do tumor. A sobrevida em 5 anos para carcinoides bem diferenciados (típicos) é > 90% na maioria das séries, mas menor para tumores atípicos.