Cistos ovarianos e outras massas ovarianas benignas

(Tumores ovarianos benignos)

PorCharles Kilpatrick, MD, MEd, Baylor College of Medicine
Revisado/Corrigido: fev. 2023
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Nódulos ovarianos não cancerosos (benignos) incluem cistos (principalmente cistos funcionais) e massas, incluindo tumores não cancerosos.

  • A maioria dos cistos e tumores não cancerosos não causa nenhum sintoma, mas alguns causam dor e sensação de pressão na região pélvica.

  • É possível que o médico detecte nódulos durante um exame pélvico, e então utilize ultrassonografia para confirmar o diagnóstico.

  • Alguns cistos desaparecem sozinhos.

  • Cistos ou tumores podem ser removidos através de uma ou mais incisões pequenas ou mesmo uma incisão grande no abdômen e, às vezes, o ovário afetado também precisa ser removido.

Cistos ovarianos são bolsas repletas de líquido que se formam dentro ou sobre um ovário. Tais cistos são relativamente comuns. A maioria não é cancerosa (benigna) e desaparece sozinha. O câncer de ovário tem mais probabilidade de ocorrer em mulheres com mais de 50 anos de idade.

Cistos ovarianos funcionais

Os cistos funcionais se formam a partir das cavidades repletas de líquido (folículos) nos ovários. Cada folículo contém um óvulo. Normalmente, durante cada ciclo menstrual, um folículo libera um óvulo e então desaparece depois que o óvulo é liberado. Contudo, se o óvulo não for liberado, o folículo pode continuar a aumentar, formando um cisto maior.

Aproximadamente 30% das mulheres na pré‑menopausa desenvolvem um cisto. Cistos funcionais raramente surgem após a menopausa.

Há dois tipos de cistos funcionais:

  • Cistos foliculares: Esses cistos se formam conforme o óvulo está se desenvolvendo no folículo.

  • Cistos do corpo lúteo: Esses cistos se desenvolvem a partir da estrutura que se forma após a ruptura do folículo e liberação do óvulo. Essa estrutura é chamada de corpo lúteo. Os cistos do corpo lúteo podem sangrar, fazendo com que o ovário fique volumoso ou eles podem se romper. Se o cisto se romper, os líquidos escapam para os espaços no abdômen (cavidade abdominal) e podem causar dor intensa.

A maioria dos cistos funcionais tem menos de aproximadamente 1,5 centímetros de diâmetro. Alguns medem cinco centímetros ou mais.

Os cistos funcionais normalmente desaparecem sozinhos depois de alguns dias ou semanas.

Tumores ovarianos benignos

Tumores ovarianos não cancerosos (benignos) em geral crescem lentamente e raramente se tornam cancerosos. Os mais comuns incluem:

  • Teratomas benignos (cistos dermoides): Esses tumores normalmente se desenvolvem a partir de todas as três camadas de tecido no embrião (denominadas de célula germinativa). Todos os órgãos se formam a partir desses tecidos. Assim, teratomas podem conter tecidos de outras estruturas, como nervos, glândulas e pele.

  • Fibromas: Esses tumores são massas sólidas formadas por tecido conjuntivo (o tecido que une as estruturas). O crescimento dos fibromas é lento e eles costumam ter menos de sete centímetros de diâmetro. Normalmente ocorrem apenas em um lado.

  • Cistadenomas: Esses cistos repletos de líquidos se desenvolvem a partir da superfície do ovário e contêm algum tecido das glândulas nos ovários.

Sintomas

A maioria dos cistos funcionais e dos tumores ovarianos não cancerosos não causa sintomas. Porém, alguns causam dor pélvica intermitente, tanto surda como em pontada. Às vezes, eles causam anomalias menstruais. Algumas mulheres sentem dor abdominal profunda durante a atividade sexual.

Alguns cistos produzem hormônios que afetam os períodos menstruais. Assim, as menstruações podem ser irregulares ou mais intensas que o normal. É possível que ocorram manchas de sangue entre as menstruações. Em mulheres na pós-menopausa, tais cistos podem causar sangramento vaginal.

Se os cistos do corpo lúteo sangrarem, eles podem causar dor ou sensibilidade na área pélvica.

Ocasionalmente, dor abdominal intensa ocorre, porque um cisto ou massa grande causa a torção do ovário (um distúrbio denominado torção anexial).

Em casos raros, ocorre um acúmulo de líquido no abdômen (ascite) ou ao redor dos pulmões (derrame pleural) em mulheres com fibromas ou câncer de ovário. A combinação de fibromas, ascite e derrame pleural é denominada síndrome de Meigs. A ascite pode causar uma sensação de pressão ou peso no abdômen.

Diagnóstico

  • Um exame pélvico

  • Ultrassonografia

  • Às vezes, exames de sangue

Às vezes, o médico detecta cistos ou tumores durante um exame pélvico de rotina. Às vezes, a suspeita do médico toma por base os sintomas. Muitas vezes, eles são identificados quando um exame de diagnóstico por imagem (por exemplo, ultrassonografia) é realizado por outro motivo.

Uma ultrassonografia na qual um dispositivo de ultrassom é inserido na vagina (ultrassonografia transvaginal) é realizada quando for necessário confirmar o diagnóstico.

Um exame de gravidez é realizado para descartar a hipótese de gravidez, incluindo gravidez localizada fora do útero (gravidez ectópica).

Caso os exames de imagem sugiram que o nódulo pode ser canceroso ou se ascite estiver presente, o médico o remove e o examina ao microscópio. Um laparoscópio inserido através de uma pequena incisão um pouco abaixo do umbigo pode ser utilizado para examinar os ovários e remover o nódulo.

Se o médico suspeitar da presença de câncer de ovário, ele realiza exames de sangue para verificar quanto à presença de substâncias denominadas marcadores de tumor, que podem aparecer no sangue ou podem aumentar quando alguns tipos de câncer estão presentes. No entanto, esses exames não são confiáveis para fazer um diagnóstico. Eles são mais úteis para monitorar de que maneira as mulheres com câncer de ovário respondem ao tratamento

Tratamento

  • Para alguns tipos de cisto, monitoramento regular com ultrassonografia transvaginal

  • Às vezes, cirurgia

Cistos ovarianos

Se os cistos ovarianos tiverem menos de aproximadamente cinco centímetros de diâmetro, eles normalmente desaparecem sem tratamento. A ultrassonografia transvaginal é realizada periodicamente para determinar se eles estão desaparecendo.

Se um cisto tiver mais de cinco centímetros e não desaparecer, pode ser necessário removê-lo. Se o câncer não puder ser descartado, o ovário será removido. Se o cisto for canceroso, tanto os cistos como o ovário afetado e as trompas de Falópio são removidos. Apenas o monitoramento com ultrassonografia transvaginal pode ser suficiente no caso de alguns tipos de cistos grandes que não têm características de câncer.

Tumores ovarianos

Os tumores benignos, tais como fibromas e cistadenomas, exigem tratamento.

Se um tumor parecer canceroso, uma cirurgia é feita para avaliar o tumor e, se possível, removê-lo. Um dos procedimentos a seguir é realizado:

  • Laparoscopia

  • Laparotomia

A laparoscopia exige a realização de uma ou mais incisões pequenas no abdômen. Ela é feita em um hospital e normalmente requer um anestésico geral. No entanto, a mulher talvez não precise passar a noite no hospital.

A laparotomia é parecida, mas exige a realização de uma incisão maior e uma internação de um dia para outro no hospital.

O procedimento que será usado depende do tamanho do nódulo e se outros órgãos foram afetados.

Caso tecnicamente possível, o objetivo do médico é preservar os ovários ao remover apenas o cisto (cistectomia).

A remoção do ovário afetado (ooforectomia) é necessária no caso de:

  • Fibromas ou outros tumores sólidos se o tumor não puder ser removido por cistectomia

  • Cistadenomas

  • Teratomas císticos maiores que 10 centímetros

  • Cistos que não podem ser cirurgicamente separados do ovário

  • A maioria dos cistos que ocorre em mulheres na pós-menopausa e que medem aproximadamente cinco centímetros ou mais

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